Por Adriano Guardiano*
Na era da logística 4.0, em que transformação digital e inovação remodelam diariamente a cadeia de suprimentos, a busca por eficiência, visibilidade e agilidade não se limita mais ao varejo B2C, isto é, voltado estritamente ao consumidor final. Hoje, companhias que atuam no modelo business-to-business, conhecidamente como B2B, também adotam tecnologias avançadas em prol de produtividade. Neste cenário, o TMS se consolida como uma das ferramentas logísticas mais estratégicas para potencializar os processos de ponta a ponta.

Impulsionado pelo avanço expressivo do e-commerce, o setor B2C tem exigido entregas mais rápidas, rastreamento em tempo real e maior personalização. Ao mesmo tempo, indústrias, distribuidores e operadores logísticos, que fazem parte dessa cadeia, enfrentam desafios como a complexidade crescente das operações, a pressão por redução de custos, aumento da previsibilidade dos envios e melhoria da experiência do cliente corporativo. Esse cenário tem acelerado a adoção de tecnologias que promovem automação e integração, resultando em sistemas logísticos mais coesos, inteligentes e eficientes.
Segundo um estudo da McKinsey, 75% dos compradores B2B esperam o mesmo nível de serviço e rastreabilidade do B2C. A partir destas novas exigências, indústrias e distribuidores optaram por migrar a gestão tática, como planilhas e controles manuais, para uma abordagem estratégica, estruturada e apoiada em dados. No entanto, atender às expectativas do consumidor 4.0 ainda representa um grande desafio, visto que eles são hiperconectados, exigentes e, na maioria das vezes, imediatistas. Isto demanda respostas ágeis, personalização em escala e visibilidade total da jornada de compra.
Há também uma mudança de mindset em relação às companhias B2B, que passaram a adotar as práticas até então tradicionais do varejo B2C, com o intuito de obter visibilidade em tempo real, entregas programadas com precisão e análises preditivas de demanda e transporte. Fomentada por clientes corporativos ainda mais exigentes e, principalmente, por um ambiente de negócios, em que a tomada de decisão é baseada em dados, esta mudança impulsiona um futuro integrado e inteligente.
Neste sentido, investir em soluções como o TMS não é mais uma escolha tecnológica, mas sim uma decisão estratégica. Visto como um paradigma cultural difícil de romper no cenário logístico brasileiro, em que predominavam práticas manuais, controles descentralizados e uma resistência natural à digitalização, a solução ocupa atualmente um papel tático nas empresas, que cada vez mais são impulsionadas pela necessidade de pensar de forma disruptiva.
De acordo com um levantamento da Fundação Dom Cabral, 42% das companhias enfrentam a falta de visibilidade nas operações de frete como uma das principais dores. Isto enfatiza a importância de tornar a logística ainda mais unificada, ágil e orientada por inteligência artificial e machine learning.
Portanto, o TMS tornou-se um elemento chave na modernização logística. Ao conectar transportadoras, clientes, armazéns e equipes de planejamento em tempo real, a solução transformou o transporte em uma verdadeira alavanca de valor competitivo. Embora o varejo B2C tenha liderado a adoção de soluções tecnológicas, o setor B2B vem seguindo o mesmo caminho, impulsionado pela busca por eficiência operacional, controle de custos e visibilidade total da cadeia. Nesse contexto, o TMS deixa de ser apenas uma ferramenta de apoio e passa a ser essencial para garantir a eficiência, preservar margens e manter a competitividade no mercado.
*Adriano Guardiano é especialista em logística e transformação digital, com mais de 15 anos de experiência. Já atuou em projetos como a plataforma SaaS da Fretefy, voltada à automação e rastreamento de fretes. Atualmente, é Diretor de Vendas na Mobiis, onde lidera iniciativas de digitalização na cadeia logística.









