Desastres climáticos representam um risco crescente para a logística e o transporte de cargas, com 72% de chance de impactar negativamente as operações no Brasil, segundo relatório da Confederação Nacional do Transporte (CNT). O alerta reforça a importância do planejamento estratégico diante das mudanças climáticas e eventos extremos que se tornam cada vez mais frequentes.
A análise indica que fenômenos como enchentes, deslizamentos, secas e tempestades podem causar interrupções na cadeia de suprimentos, elevar os custos operacionais e afetar diretamente o abastecimento de produtos essenciais em diferentes regiões.

Prejuízos globais com eventos extremos crescem
De acordo com dados do Escritório da ONU para a Redução do Risco de Desastres (UNDRR), houve um aumento de 151% nos prejuízos globais causados por desastres naturais nos últimos 20 anos. Apenas os eventos relacionados ao clima respondem por 77% desses danos, totalizando mais de US$ 2 bilhões em perdas.
Japão como referência em prevenção climática
O Japão, país frequentemente atingido por desastres naturais, é exemplo global na prevenção. Com sistemas avançados de alerta e evacuação, monitora riscos em tempo real e atua de forma coordenada para reduzir danos. Em 2022, o Brasil firmou parceria com o Japão para desenvolver planos de enfrentamento a chuvas intensas, uma preocupação crescente no país.
Brasil tem quase 2 mil municípios em áreas de risco
Dados do governo federal indicam que 1.942 cidades brasileiras estão localizadas em áreas com risco potencial para inundações, deslizamentos e secas. Isso significa que aproximadamente um terço dos municípios pode sofrer impactos diretos em sua infraestrutura de transporte.
Bloqueios em rodovias, por exemplo, afetam a mobilidade de caminhões, comprometem a entrega de cargas e forçam empresas a redefinir rotas, o que eleva os custos e aumenta os prazos de entrega.
Como o setor logístico pode se preparar
Para minimizar os impactos climáticos, especialistas recomendam medidas como:
- Mapeamento de riscos e escolha de rotas mais seguras
- Planos de contingência e rotas alternativas
- Treinamentos e protocolos de emergência
- Monitoramento contínuo de indicadores e desempenho
Essas ações permitem que transportadoras e operadores logísticos reduzam prejuízos e mantenham a continuidade das operações mesmo em situações críticas.
O tema deve ganhar destaque na Intermodal South America, principal feira do setor, que ocorre de 22 a 24 de abril, em São Paulo, onde soluções para resiliência logística frente a eventos climáticos estarão em pauta.









