Com a colheita da soja encerrada e a do milho safrinha em curso, o agronegócio brasileiro já projeta os desafios do próximo ciclo. A Biond Agro divulgou uma análise que destaca seis tendências determinantes para a safra 2025/26, que vai muito além da produtividade no campo. O cenário inclui desde gargalos logísticos internos até tensões internacionais que podem afetar diretamente os preços e a rentabilidade da produção de soja e milho.

Um dos principais problemas imediatos é o armazenamento: a supersafra de soja de 2024/25 ainda ocupa grande parte dos silos, comprometendo o escoamento do milho recém-colhido. Mas o horizonte do próximo ciclo também inclui riscos geopolíticos — como a guerra entre Irã e Israel e a disputa comercial entre EUA e China — que podem afetar tanto a demanda externa quanto a oferta de insumos como a ureia, essencial para diversas culturas.
“Estamos diante de um mercado cada vez mais volátil e interligado globalmente. Antecipar-se aos vetores de transformação é fundamental para o produtor tomar melhores decisões”, afirma Felipe Jordy, gerente de inteligência e estratégia da Biond Agro.
Além da geopolítica, a análise aponta que a inflação global em desaceleração pode abrir espaço para queda nos custos de produção, desde que o risco fiscal brasileiro não pressione o câmbio. A previsão climática neutra para o ciclo é positiva, mas não elimina o risco de eventos extremos localizados.
Na dinâmica da oferta e demanda, o milho ganha destaque com o avanço das usinas de etanol, reposicionando o cereal como insumo estratégico para a matriz energética nacional. Isso deve reduzir a disponibilidade para exportação e mexer com os preços internos.
Por fim, a eleição presidencial de 2026 surge como fator de incerteza adicional. Políticas fiscais, crédito agrícola, tributos e acordos internacionais estarão em jogo, com impacto direto sobre o agronegócio.
A leitura estratégica da Biond Agro é clara: o próximo ciclo será definido por múltiplos vetores interconectados, exigindo visão ampla, planejamento dinâmico e atenção às mudanças globais.









