
Por Rosana Mendes Carvalho*
Durante um bom tempo estudamos, ouvimos falar e vivemos mudanças dentro das empresas, tomamos ciência e conhecimento do quanto essa etapa é importante e necessária para alavancar o crescimento, além de tornar as pessoas mais resilientes.
Agora, pós-pandemia mundial, começamos a perceber que apenas mudar não é o suficiente para garantir o crescimento, e que, para conquistar a maturidade necessária para a continuidade do negócio, a transformação organizacional passa a ser uma necessidade para as empresas que desejam se manter competitivas em um mercado dinâmico.
Nesse cenário, dois escritórios estratégicos desempenham um papel fundamental: o PMO (Project Management Office) e o TMO (Transfomation Management Office) que, apesar de terem funções diferentes, para garantir uma transformação eficiente devem caminhar juntos e se complementar.
O que é PMO?
Segundo o Guia PMBOK (Project Management Body of Knowledge), o PMO é um departamento ou grupo de pessoas que fornece suporte, orientação e ferramentas para a gestão de projetos dentro de uma organização.
A principal função do PMO é garantir eficiência, controle e previsibilidade nos projetos, maximizando os recursos disponíveis e minimizando riscos. Ele padroniza processos, garante governança e suporta a execução de projetos, podendo atuar nos níveis:
– Operacional: fornecendo metodologias e suporte técnico com foco na execução do projeto;
– Tático: monitorando e supervisionando a performance dos projetos com o intuito de garantir o atingimento das metas estratégicas;
– Estratégico: alinhando projetos à estratégia da empresa, garantindo que inciativas tragam valor para negócio.
O que é TMO?
O TMO é um escritório de transformação organizacional que atua de forma mais ampla e estratégica, coordenando as mudanças estruturais dentro da empresa. Ele vai além do gerenciamento de projetos e foca em mudanças culturais, digitais e operacionais, atuando como um elo entre a visão da alta direção e a execução do negócio. Ele é responsável por:
– Definir e comunicar a visão da transformação;
– Monitorar e ajustar a execução da estratégia de transformação;
– Garantir o engajamento das lideranças e equipes;
– Alinhar os diferentes projetos de transformação com os objetivos de longo prazo da empresa.
Enquanto o PMO gerencia os projetos, o TMO gerencia as mudanças organizacionais complexas e, para isso, na maioria das vezes envolve múltiplos PMOs que gerenciam frentes em paralelo de objetivos que levam à transformação.
Como PMO e TMO se Complementam?
Mesmo que atuem em funções diferentes, o PMO e o TMO devem trabalhar de maneira integrada para garantir o sucesso da transformação empresarial. O TMO define a estratégia e a direção da transformação, enquanto o PMO garante a execução eficiente dos projetos.
Em sinergia, o TMO estabelece as diretrizes e prioridades estratégicas da transformação, com base nas diretrizes, enquanto o PMO desenvolve projetos tangíveis, garantindo que sejam entregues no prazo, orçamento e escopo estabelecidos e fornece todas as informações e dados, apoiando o TMO na tomada de decisões embasadas e, quando necessário, vai ajustando a estratégia.
Conclusão
Para garantir a transformação de uma empresa, é necessária uma visão ampla e estratégica, somada a projetos bem executados. O PMO e o TMO são peças fundamentais desse processo, atuando de forma complementar, com o PMO focado na execução eficiente dos projetos e o TMO garantindo que esses projetos estejam alinhados com uma transformação organizacional bem-sucedida. As empresas que conseguem harmonizar essas funções possuem maiores chances de sucesso em suas iniciativas de mudança e transformação.

*Rosana Mendes Carvalho é formada em Administração Geral, com MBA em Gestão de Negócios e em Gestão de Processos pela FGV. Pós-graduada em Gestão Integrada (Qualidade, Segurança e Meio Ambiente). Experiência de mais de 18 anos em empresas nacionais e multinacionais de médio e grande porte, nos segmentos de Logística, Indústria e Saúde. Especialista em modelagem, desenho e redesenho de processos, com foco em padronização, redução de custo, tempo, busca da melhoria contínua com foco no cliente. Hoje atua como Consultora na Andersen Consulting (antiga Connexxion Consulting)









