Gilson Chequeto*
Atuar com tecnologia tem sido, cada vez mais, a chave de muitos negócios que se planejam para o futuro imediato. Sendo assim, embora o objetivo do last mile seja fazer com que os pedidos cheguem com agilidade às mãos do consumidor de uma maneira simples, não significa que seja fácil colocá-lo em prática. Tecnologia e agilidade precisam caminhar de mãos dadas com um aliado super importante, a sustentabilidade.
Last mile é o último estágio de um processo que envolve outras duas etapas, que são o first mile e o middle mile. Marcado tanto pela expectativa do cliente como por uma grande responsabilidade da transportadora e seus colaboradores, é no last mile onde o sucesso da entrega está em jogo, pois atrasos, avarias na mercadoria ou qualquer outro problema podem acontecer.
Neste sentido, sabemos que cada vez mais se cobra, tanto de empresários como de especialistas, soluções para os dias atuais, principalmente quando falamos de consumo. Essa é parte integrante de uma boa experiência de atendimento online, pela qual, inclusive, os consumidores esperam não desembolsar nenhum centavo adicional. Sem tecnologia para esse transporte, fica praticamente impossível proporcionar entregas dentro do padrão de qualidade esperado.
O transporte de última milha tem muito a ver com a qualidade dessa experiência. Segundo dados da Business Insider, sozinho, o last mile é 53% do custo total de envio e onde os principais problemas de ineficiência ocorrem. Com o aumento das demandas de e-commerce, radicalizadas pela pandemia, esse valor tende a aumentar, assim como os problemas.
Por isso, se engana quem pensa que a velocidade e a agilidade são os únicos frutos colhidos com o avanço da tecnologia na logística. Em um caminho praticamente paralelo, os ganhos em termos de sustentabilidade também são significativos, basta observar um exemplo simples, como a substituição do papel pela digitalização de processos que auxiliam as entregas.
Segundo o Fórum Econômico Mundial, a demanda por delivery no e-commerce resultará em 36% mais veículos transitando nas cidades até 2030. O número foi apontado no levantamento The Future of the Last-Mile Ecosystem. Em termos de congestionamento, isso significa um crescimento de 21% com relação aos dias atuais.
Embora a situação possa ficar caótica no futuro, questionar o planejamento de um processo logístico com uma visão de sustentabilidade inclui relacionar os insumos necessários em cada etapa desse processo. Afinal, é uma jornada que demanda combustível, energia, embalagens e infraestrutura física.
Com a ajuda de aplicativos, nota-se que os motoristas das frotas podem receber as rotas designadas e ter acesso a informações sobre cada pedido e ponto de parada, além de terem mapeadas prováveis contingências. Em um levantamento feito pela Lincros, 6% dos gases tóxicos podem ser evitados quando alinhados ao processo de roteirização.
Outro aliado muito importante está atrelado à logística verde, feita por produtos não poluentes. A modalidade já está presente no Brasil e é explorada por com o envolvimento de entregadores a pé, de bicicleta, patins, patinetes elétricos etc.
Revisitar estruturas antigas nos mostra o quanto avançamos neste cenário. A tecnologia trouxe agilidade e flexibilidade para o processo de last mile, fazendo com que essa etapa do e-commerce proporcione uma experiência de compra interativa e produtiva.
Com o vai e vém dos combustíveis e a situação desafiadora, sabemos que a solução é flexível, porém, requer dedicação. Com isso, a motivação para mudanças que facilitem a vida do cliente deve ser imediata.
*Gilson Chequeto – Co-founder e CEO da LINCROS Tecnologia S/A, atua há 22 anos com Tecnologia da Informação. Graduado em Ciência da Computação pela FURB, soma experiências de áreas técnicas como desenvolvedor e analista de sistemas na Senior Sistemas às habilidades estratégicas de negócio e empreendedorismo desenvolvidas na criação e gestão da G2KA Sistemas (incubada no GENE-FURB e vendida em 2013 para Neogrid Software).









