Pesquisa CNT aponta: metade do pavimento das rodovias apresenta deficiência

20/10/2014

Praticamente a metade (49,9%) do pavimento das rodovias brasileiras apresenta algum tipo de deficiência, sendo classificado pela Pesquisa CNT de Rodovias 2014 como regular, ruim ou péssimo, por apresentar buracos, trincas, afundamentos, ondulações, entre outros problemas. Em relação à superfície do pavimento, 44,7% da extensão pesquisada está desgastada.

Esta 18ª edição avaliou 98.475 km, que correspondem a toda a malha federal pavimentada e aos principais trechos estaduais. Houve um acréscimo de 1.761 km (1,8%) em relação a 2013. Foram 30 dias de coleta, entre 19 de maio e 17 de junho.
 
Nesse último ano, aumentou o número de pontos críticos, passando de 250 (em 2013) para 289 (em 2014). Quedas de barreira, pontes caídas, erosões na pista e buracos grandes são considerados pontos críticos. “A situação do sistema rodoviário brasileiro continua grave, comprometendo a segurança das pessoas, tanto de motoristas, como de passageiros e pedestres. É cada vez maior o número de mortes e de acidentes. Essa situação também compromete a logística, devido ao elevado custo do transporte, tornando o país menos competitivo”, afirma o presidente da CNT, Clésio Andrade.

Em 2013, morreram 8.551 pessoas em cerca de 186 mil acidentes nas rodovias federais do país. “As condições gerais ruins das rodovias aumentam os riscos e muitas vidas poderiam ser poupadas, caso as rodovias oferecessem uma melhor infraestrutura. Com certeza, seriam 90 mil acidentes a menos e 4.000 mortes a menos”, diz Andrade.

Além do risco à vida das pessoas, os problemas nas rodovias contribuem para aumentar os custos de operação e o tempo de viagem, afetando tanto o transporte de cargas como o de passageiros. Conforme o estudo, o acréscimo médio do custo operacional devido à qualidade do pavimento das rodovias brasileiras é de 26%. Se considerar a região Norte, onde há ainda maiores deficiências na malha, esse índice sobe para 37,6%.

 

Recursos insuficientes

O volume de recursos destinados ao transporte no Brasil é insuficiente para melhorar a qualidade das rodovias. Ainda assim, os valores autorizados não chegam a ser investidos devido a problemas de gestão, excesso de burocracia e incompetência. O Plano CNT de Transporte e Logística indica a necessidade de R$ 293,88 bilhões somente para o modal rodoviário. Neste ano, o investimento público federal autorizado para as rodovias é de apenas R$ 11,93 bilhões. Até o dia 30 de agosto, somente R$ 6,54 bilhões (54,8%) tinham sido pagos.
 
A Pesquisa CNT de Rodovias 2014 também apontou problemas na sinalização e na geometria das vias. Ao se considerar que 87,1% dos trechos são formados por pistas simples de mão dupla, torna-se ainda mais grave a constatação de que 39,9% não têm acostamento. E, em 49,7% da extensão com curvas perigosas, não há placas de advertência nem defensas completas. Em 57,4% dos trechos, foi encontrado algum tipo de problema na sinalização, sendo que em 26,4% não há placas de limite de velocidade e em 47,6% a pintura da faixa central está desgastada ou é inexistente.

 

Concessões

O presidente da CNT destaca que o governo tem dificuldade de executar os projetos, e a participação da iniciativa privada é fundamental para a melhoria da infraestrutura de transporte. “O governo precisa da parceria da iniciativa privada para oferecer uma melhor infraestrutura de transporte, e as concessões são um importante caminho para melhorar as condições das rodovias e contribuir para o crescimento do país. A situação das rodovias sob gestão pública está muito pior em relação às concessionadas”, afirma Andrade.
 
As rodovias são classificadas considerando as situações viárias por tipo de gestão (pública ou concedida), por Estado e regiões geográficas, por corredores rodoviários e por tipo de rodovias (federais ou estaduais). Conforme as informações da pesquisa, 74,1% das rodovias concedidas tiveram classificação Ótimo ou Bom. Nos trechos sob gestão pública, esse percentual é de 29,3%.
 
Na pesquisa, há ainda um ranking com 109 ligações rodoviárias. São trechos formados por uma ou mais rodovias federais ou estaduais, com grande importância socioeconômica e volume significativo de veículos de cargas e/ou passageiros, interligando territórios de uma ou mais Unidades da Federação. Ao considerar o estado geral dessas ligações, as dez melhores estão no Estado de São Paulo e são todas concedidas à iniciativa privada. A pior classificada está localizada nos Estados de Tocantins e Bahia.

 

Combustível e meio ambiente

O fato de 49,9% das rodovias possuírem pavimento regular, ruim ou péssimo representa um aumento no consumo de combustível dos veículos, tendo reflexo direto nos custos e nas emissões de poluentes. (Fonte: Agência CNT de Notícias)
 
A pesquisa está em http://pesquisarodovias.cnt.org.br/Paginas/index.aspx
 
 

 

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