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Conteúdo 10 de janeiro de 2005

Vantine: o criador e um entusiasta do palete PBR

O consultor também se define como um fomentador e coordenador do trabalho de criação do PBR, além de, também, ter criado o CPP – Comitê Permanente de Paletização.

Na edição passada do jornal LogWeb publicamos uma ampla reportagem sobre a importância do palete PBR na cadeia de abastecimento no Brasil. Nesta edição, concluindo o assunto, entrevistamos José Geraldo Vantine, o criador do PBR. Ele é diretor da Vantine Consultoria e conta como surgiu o PBR, além de, também, apontar as perspectivas e as vantagens do uso do mesmo.

LogWeb: Quem participou da criação do PBR?
Vantine: Na época, 1988, eu já era consultor de logística da ABRAS – Associação Brasileira de Supermercados, que tinha, como coordenador do Comitê de Logística, o Paulo Lima, ainda hoje diretor do Grupo Pão de Açúcar. Dentro da visão sistêmica, convidamos entidades diretamente ligadas à cadeia de abastecimento no varejo, além da ABRAS: ABIA – Associação Brasileira de Indústria de Alimentos, representada por Amélio Fabrão Fabro e Mário Soares (ambos da Nestlè); ABIPLA – Associação Brasileira das Indústrias da Higiene e Limpeza, representada por Rubens Brambilla e Heleno Verucci (ambos da ex-Gessy Lever, hoje Unilever) e Nilson Daros (da Bombril); NTC&Logística – Associação Nacional de Transporte de Cargas e Logística, representada por Rejane Arinos (da então Transportadora Dom Vital); ABRAPEM – Associação Brasileira dos Produtos e Embalagens de Madeira, representada por Vasco Flandoli e Giovana Rosa; IBF – Instituto Brasileiro do Frio, representado por Dário José da Silva; e, como órgão certificador, o IPT – Instituto de Pesquisas Tecnológicas – Divisão de Madeiras, representado por Luis Tadashi.

LogWeb: Qual foi o seu “papel”?
Vantine: Já com uma longa experiência na indústria automobilística, em projetos de racionalização operacional, e já desde o começo dos anos 80 estudando a questão do palete na Europa, nos EUA e no Japão, meu papel foi de criar, fomentar e coordenar o trabalho de criação do PBR. Evidentemente, usei alguns consultores da minha empresa para, também, fornecer todo o amparo técnico necessário aos projetos.
Acredito ter tido, também, um papel importante na criação do sistema de gerenciamento do que seria o futuro “Sistema Nacional de Pool de Paletes”, baseado em credenciamento e certificação de fabricantes e um rígido processo de auditoria e controle de qualidade. Isso foi feito através do registro da marca PBR no INPI como propriedade da ABRAS que, através de contrato de seção de uso de marca, até hoje mantém absoluto controle, deixando a livre competição de mercado, sem o risco de uso incorreto de madeiras.
Um outro papel fundamental foi a criação do CPP – Comitê Permanente de Paletização em 1990, do qual fui e continuo sendo o coordenador, e que é regido por um completo regulamento interno (maiores detalhes no site www. vantine.com.br). Além do mais, creio que o meu papel foi do entusiasta e apaixonado líder.

LogWeb: Qual o objetivo da criação do PBR?
Vantine: Em levantamento que fizemos no GPD – Grupo de Palete de Distribuição, identificamos mais de mil modelos de paletes no Brasil. E a mecanização na movimentação de cargas ainda era muito jovem no país. Iniciada no final dos anos 70, ela evidenciava que as empresas brasileiras criavam, aleatoriamente, seus próprios tipos de paletes.
Naquela oportunidade, 1988, o cenário era extremamente estimulante para a busca da racionalização nas empresas. Primeiro, porque o país vivia uma situação inflacionária e contava com um governo desacreditado. Além disso, começava a haver uma pressão muito forte em nosso mercado por parte das multinacionais. Nossa economia ainda dava pouco valor para a redução de custos, porque os ganhos inflacionários sempre foram maiores.
Mesmo dentro desse cenário, sempre achei um absurdo uma indústria grande em volume de venda usar seu próprio palete para armazenagem, gastando três horas com seis pessoas transferindo do palete para a carroceria da carreta, e esta carreta se deslocando poucos quilômetros para descarregar no CD do supermercado e novamente gastar três horas usando seis pessoas para repaletizar no seu palete. E os dois paletes não eram compatíveis.
Outros objetivos buscando e alcançados com o PBR, e também de absoluta importância: modulação de embalagem de consumo de transporte, permitindo a racionalização de custo e espaço; padronização de sistemas de movimentação e armazenagem; padronização de linhas de produção com sistema contínuo de paletização; desenvolvimento de modelos padronizados de arquitetura de centrais de distribuição; e padronização de carrocerias de caminhões.

LogWeb: Quais as perspectivas com relação ao PBR?
Vantine: Desde a criação do CPP, em 1990, já credenciamos cerca de 100 fabricantes em todo o Brasil e hoje existem 31, sendo todos eles associados à ABRAPAL – Associação Brasileira dos Fabricantes de Palete PBR, entidade criada com o fomento e apoio do CPP. Em conjunto, desenvolvemos para os próximos anos um programa de melhoria contínua e produtividade para os fabricantes, visando a obtenção de certificação ISO e, ao mesmo tempo, a redução de custo sem a redução da qualidade.
Outro ponto importante que vislumbramos e já estamos em atividade é o combate feroz aos “paletes piratas” que contaminam o sistema de intercambiamento tanto quanto o dinheiro falso circulando.
E, finalmente, temos como meta o cerceamento ao comércio de paletes legítimos, porém considerados ilícitos ou paletes roubados.

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