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Conteúdo 31 de dezembro de 2002

Uma visão da Feira de Hannover

Olhando para baixo, da torre Hermes, de cerca de 70 m de altura, por sobre as coberturas dos enormes pavilhões de exposição da maior feira industrial do mundo, dá para se sentir pequeno mas, ao mesmo tempo, orgulhoso da realidade mundial, do progresso, da globalização cada vez mais ampla.

Em tempo, a efígie de Hermes, deus grego dos negócios, é o símbolo da Feira de Hannover – realizada no período de 15 a 20 de abril último, na Alemanha -, e estava em toda a publicidade, bem como no topo da torre que tem seu nome e no topo do Centro de Congressos.

Em 2002, como a cada dois anos, estiveram na feira cerca de 7.000 expositores, 4.000 jornalistas e 260.000 visitantes profissionais (aos sábados, além destes, surgiram outros freqüentadores, não contabilizados, como estudantes e famílias, com sogra, cachorro e papagaio, exatamente como ocorre no Brasil).

Quase não se percebe esta enorme multidão, repartida que é durante seis dias, de segunda até sábado, entre os 27pavilhões cobertos, Centro de Convenções, Centro de Serviços (companhias aéreas, correio, bancos, aluguel de autos, igreja, etc.), duas áreas abertas para máquinas que necessitam de mais altura e uma outra área, onde ficam alguns dos maiores fabricantes de empilhadeiras, como a Linde, a Still e a Ameise Jungheinrich.

Esta área, na verdade, é coberta por uma estrutura de arquitetura excepcional, com colunas e teto principalmente de madeira, com o uso de aço somente para segurar a madeira. A estrutura tem cerca de 30 m de altura e, sob a sua proteção, ficam prédios inteiros menores, que oferecem, também, todos os serviços. Desta forma, se consegue o melhor de dois mundos: uma área coberta somente em cima, portanto ventilada, onde se pode demonstrar máquinas enormes com motor a combustão, porém com um prédio abrigado, sob essa proteção, onde ficam as salas de recepção, bar, restaurante, estande coberto e palco para festas noturnas – todas as noites, após as 18 horas, eram oferecidos gulasch ou outro prato exótico – e apimentado – e havia a apresentação de bandas de rock, ritmos latinos e brasileiros ou de jazz.

Novidades

A Linde foi a empresa que mais se esmerou, este ano, inclusive por ter um lançamento muito importante e impactante: a empilhadeira contrabalançada, com motor a combustão, da série 39X, que vai substituir o modelo anterior das capacidades de 2000 e 2500 kg. Essa configuração, sozinha, no Brasil, representa cerca de 25% do mercado total de elétricas e a combustão, portanto é o modelo mais vendido.

Por toda parte, inclusive no caminho de entrada da feira, haviam pôsteres da 39X. A Volkswagen montou um estande somente para exibir o motor desenvolvido com exclusividade para a Linde, tanto a GLP como a Diesel, e ainda levou uma 39X para expor.

O show da Linde, com toda a coreografia dirigida aos movimentos de empilhadeiras, e com uma cantora famosa cantando um rock – “We move the world” -, foi um dos pontos altos da feira, gerando muita “inveja” entre os concorrentes.

A máquina é um sonho de design, com visual e ergonomia projetados pela Porsche Engineering – a mesma dos famosos carros esportivos.

Ela é baixa o suficiente para empilhar dentro de contêineres, e oferece muito conforto e espaço interno para o operador. Ao mesmo tempo que é mais produtiva em ciclos de trabalho, consome menos combustível, resultando em economia de R$ 3,00 por hora de operação (!). Ao mesmo tempo que ficou quase 600 kg mais leve do que sua antecessora, tem mais estabilidade e robustez, inclusive com cilindros de inclinação na parte superior da cabina, o que assegura menor consumo de combustível para inclinar o mastro. Aliás, no estande, a Linde montou dois mastros, um da forma tradicional e outro com a força de inclinação encima, para que os visitantes pudessem testar com a própria força.

E mais, a nova 39X tem amortecedores para o chassi, de forma que a máquina, a carga e o operador não recebem os choques provados pelo solo, o que reduz o desgaste dos componentes, a quebra de cargas e aumenta o conforto e a produtividade do operador.

Tecnologia

Ainda em termos de tecnologia, vale destacar que a SKF agora fornece rolamentos com sensores já integrados, de forma a economizar o número de componentes, reduzir espaço necessário, economizar energia e aumentar a precisão.

A SKF é uma das maiores fábricas de rolamentos do mundo, e rolamentos são componentes importantes e muito presentes numa empilhadeira, tanto que cada uma tem cerca de 50 rolamentos. Para muitas funções, são necessários sensores, para determinar o ponto, a posição de cada componente, por exemplo, a elevação dos garfos. Se os sensores já estiverem nos rolamentos, abre-se um novo mundo para a monitoração da empilhadeira, com maior precisão e rapidez, menor custo e menor uso de espaço.

A mesma SKF tem uma empilhadeira elétrica – por coincidência, construída com um chassi Linde de máquina de 4 toneladas – que não possui mangueiras ou circuitos hidráulicos, sendo que todos os movimentos necessários, como elevação, abaixamento, inclinação e deslocamento lateral dos garfos, são feito por meio de rosca e pinhão. Isto economiza energia a um extremo de 1/7 do normal, ou seja, de 49 kW, que são necessários para uma empilhadeira elétrica normal de mesma capacidade, ela usa somente 7kW, o que a torna muito econômica, com muito mais autonomia, e aumentando a vida útil das baterias.

Segundo o que se viu em Hannover, emprega-se muito mais eletrônica, e muito mais avançada, em todas as máquinas. Cada vez mais confiável, também, mesmo que isso exija, muitas vezes, circuitos redundantes, pela responsabilidade dos mesmos.

Os CAD/CAM e outros sistemas de computação aumentaram muito a capacidade de design, de forma que todos projetam máquinas e linhas de produção com muito maior rapidez e, por isso, os produtos podem ser redesenhados e aprimorados com muito maior freqüência que antes.

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