Transportadores do Rio Grande do Sul criticam proposta da AGERGS em aumentar pedágio para caminhão
Provocou indignação nas empresas
e nos autônomos a manifestação do presidente
da Agência Estadual de Regulação dos Serviços
Públicos Delegados do Rio Grande do Sul (AGERGS), Clóvis
Ilgenfritz da Silva, sugerindo que os caminhões passem a
pagar 25% a mais para utilizarem as praças de pedágios
dos sete pólos rodoviários no Estado.
Segundo o presidente do SETCERGS – Sindicato das Empresas
de Transportes de Carga no Estado do Rio Grande do Sul, Sérgio
Neto, "o reflexo disso recairia sobre o consumidor, já
que 85% do que se consome no Estado é transportado por caminhão
e esse custo seria repassado ao frete e desembocaria no consumidor".
Com relação à proposta do Ministério
Público para a Federalização dos pedágios,
Sérgio Neto destaca que “temos encontrado junto aos
poderes Executivo e Legislativo posições sensatas
neste sentido. Por isso, acreditamos que o Governador do Estado
saberá encontrar uma saída para esse impasse. Entendemos
que a Federalização levaria a possibilidade de exportar
recursos ao Governo Federal, que só arrecada e nada investe.
Tais recursos poderiam ser fomentados aqui no Estado, através
da transformação dos pedágios privados em pedágios
comunitários, que possuem arrecadação totalmente
vinculada à estrada em que se situa e por isso a sociedade
teria a certeza de que a arrecadação estaria sendo
destinada à construção e melhoria daquela estrada
pedagiada".
Críticas à proposta da AGERGS também foram
feitas pelo presidente da Federação dos Caminhoneiros
Autônomos dos Estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina
(FECAM). Eder Dal Lago qualifica como uma "grande besteira"
a sugestão da Agência. "Aumentar esse tributo
é acabar com a nossa categoria. O caminhoneiro tem direito
ao Vale Pedágio, mas tem que pagar essa tarifa quando trafega
com o caminhão vazio" reclama Dal Lago.
Ele sugere uma consulta popular para encontrar a melhor alternativa.
"A população gaúcha deveria decidir entre
três propostas: o modelo dos pólos rodoviários,
os pedágios comunitários ou a Federalização
das concessões rodoviárias" aponta Dal Lago.
Até adianta a opção da categoria pelos pedágios
comunitários. "É o modelo que pagamos menos e
recebemos, em contrapartida, investimentos e melhorias nas rodovias
" justifica o presidente da FECAM.