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Conteúdo 10 de abril de 2003

Quais os problemas? E as soluções?

Além do roubo, vários outros problemas afetam o setor, trazendo vários transtornos. Há, inclusive, uma acirrada disputa pelo valor do frete, o que acaba provocando um “leilão”, em detrimento da qualidade dos serviços.

Todos sabemos que o transporte rodoviário de cargas, além de ser um dos meios mais usados para atender à logística, vem enfrentando uma série de problemas – principalmente de roubo. Mas, também sabemos, existem outras dificuldades.

São respostas a estas perguntas, e as possíveis soluções, que fomos buscar junto aos profissionais que militam nesta área.

São os seguintes os profissionais que participam desta reportagem especial de LogWeb: Carlos Alberto Mira, vice-presidente da Mira Transportes e da Target Logistics; Marinez Aparecida Golin, presidente da SGL Express Transportes e Logística; Ademir Antônio Fração, diretor-presidente da Expresso Mercúrio; Nelson Tegon, diretor da Transportadora Tegon Valenti; Urubatan Helou, diretor-presidente da Braspress e da Rodex – Expresso Rodoviário; André Martim Stern, gerente comercial da COOPER­CARGA – Cooperativa de Transporte de Cargas do Estado de Santa Catarina; Ives Lorenzetti Corrêa, gerente operacional da Expresso Estrela Catarinense – Hess Express; Luiz Wagner Chieppe, diretor da Unidade de Negócios Cargas do Grupo Águia Branca, que compreende a Águia Branca Cargas, a Logivix Logística Integrada e a Extremma Logística; Milton Ramos, gerente comercial da Transvec Transportes e Armazém Geral; Ricardo Molitzas, diretor de operações da Mesquita Soluções Logísticas; André Vieira C. da Fonte, diretor da Transportadora Asa de Prata; Cláudio Gimenez, diretor da Gimenez Transportes Pesados (Rent’a Wagon); Renzo Braz e Glauco Braz, respectivamente diretor superintendente e diretor comercial da Rodoviário Líder; Erlon Faria Rachi, diretor da Faster Logistics; Antonio Cezar Zanella, diretor comercial da Transquadros Mudanças e Transportes; Murilo Vieira Júnior, gerente nacional de vendas da Cargolift Logística e Transportes; Maria da Graça Machado, assistente administrativo da Dalacorte & Dalacorte; Frederico Aguiar, gerente comercial/marketing da Tora Transportes Industriais; Viviane Garcia, do departamento de marketing da Estrada Transportes; e Carlos Panzan, diretor operacional da Transportadora Americana.

Problemas

Os entrevistados de LogWeb apontam os mais diversos problemas que afetam o setor. Aqueles que são comuns são colocadas em tabela, de modo a facilitar o acompanhamento. Porém, alguns depoimentos, além de apontarem o problema, o explicam, e daí serem citados.

Por exemplo, para Mira, da Target e da Mira, um dos grandes problemas enfrentados pelo setor é a alta ociosidade, derivada das exigências das companhias seguradoras que impedem um veiculo de transportar o total de peso possível tecnicamente, mas transportar apenas “o valor limite” para efeitos de seguros. “Isso gerou uma ociosidade, em torno de 40%, na frota nas empresas que transportam produtos de alto ­valor agregado”, diz ele.

Já o diretor da Tegon Valenti diz que entre os grandes problemas do transporte rodoviário de cargas está, em primeiro lugar, o “desvio de cargas” – ou o roubo -, aliás um problema nacional não só para as transportadoras, “pois o resultado disto está intimamente ligado à compra de armas, ao tráfico de drogas e, é claro, à comercialização de mercadorias ilegalmente sem o pagamento de impostos, que gera concorrência desleal, corrupção, etc”. Segundo ele, hoje, o desvio de cargas em termos financeiros é mais representativo do que assalto a banco.

“O roubo de cargas aparece como grande importância, em função da representa­tividade sobre o aumento dos custos operacionais e das perdas que gera às empresas”, acrescenta Fonte, da Asa de Prata.

Outro problema, segundo Tegon, é a impossibilidade ou, pelo menos, a grande dificuldade de negociação de preços, tanto nos insumos como no frete. “Nos insumos temos os combustíveis com um aumento de 74,59% nos últimos 12 meses, veículos, peças, pneus, luz, água, telefone, todos de negociação impossível e que representam mais de 60% do custo. Restam, para negociar, salários, aluguéis e material de escritório.”

Por outro lado – continua ele – situa-se o usuário do transporte, em grande parte constituído por indústrias e grandes comerciantes que não estão aceitando de forma alguma o repasse integral dos preços citados. “Além disto, no caso de distribuição de carga fracio­nada, existe a ociosidade, que representa um custo bastante elevado”, completa Tegon.

Já o diretor da Asa de Prata também aponta o problema da questão fiscal. “O atraso nas barreiras estaduais é uma realidade e pode representar significativos atrasos no fluxo logístico. É necessário citar, ainda, as péssimas condições das rodovias no Nordeste, que acarretam desgastes precoces da frota e contribuem para o risco de acidentes e avarias da carga”, completa Fonte.

Viera Júnior, da Cargolift, também fala das rodovias. De acordo com ele, apesar de sensível melhora, a qualidade de nossas estradas é “fruto de pouca organização do segmento para exigir melhorias, enquanto categoria responsável pela movimentação de cerca de 80% do nosso PIB”.

O gerente nacional de vendas da Cargolift também diz que segurança vem sendo outro item bastante expressivo nas planilhas de custo, com o aumento do roubo “que, em 2002, ficou na casa de 1 bilhão de reais. Também falta acompanhamento nas relações fiscais e compromissos, balizando, ou melhor, igualando os sonegadores ou empresários responsáveis”.

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