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Conteúdo 10 de setembro de 2005

Quais os desafios a serem enfrentados?

Segundo os especialistas ouvidos por LogWeb, assumir riscos, entrar sempre atualizado para o exercício de suas funções e superar os entraves próprios do Brasil são alguns deles.

Desafios a serem enfrentados pelos profissionais de logística integram o terceiro tópico analisado nesta série especial.
Por exemplo, Cristiano Cecatto, consultor sênior de Logística e Supply Chain Management da Qualilog Consulting, ensina que a responsabilidade do profissional de logística está diretamente relacionada com a disponibilidade de matérias-primas, produtos semi-acabados e estoques de produtos acabados, no local onde são requeridos e ao menor custo possível. É por meio do processo logístico que os materiais fluem pelos sistemas de produção de uma empresa industrial e os produtos são distribuídos para os consumidores pelos diversos canais. “O principal desafio desses profissionais é atingir um nível desejado de serviço ao cliente pelo menor custo total possível. O escopo de trabalho da logística é detalhado e complexo, exigindo profissionais responsáveis pelo planejamento e pela administração desse trabalho”, completa.

Ainda sobre os desafios a serem enfrentados pelos profissionais de logística, Eduardo Banzato, vice-presidente do Instituto IMAM, instrutor, consultor e diretor da IMAM Consultoria, diz que o principal é ter a capacidade de assumir riscos com base nos conhecimentos adquiridos, envolvendo e comprometendo pessoas em relação às oportunidades que a logística oferece aos negócios.

“O tempo é inclemente. Os contratantes querem experiência já e nem todos tiveram no passado recente esta oportunidade. A curva de aprendizado tem que ser dominada rapidamente e os mais novos terão dificuldades. Equilibrar o uso do tempo para trabalho, estudo, pesquisa, visitas técnicas (benckmarking) é o desafio do profissional de logística”, diz Claudirceu Batista Marra, diretor técnico da Vantine Solutions.

Para Cézar Sucupira, diretor da Cezar Sucupira Educação e Consultoria, são vários os desafios. “Entre os que podemos citar, teríamos; a) o desafio de estar permanentemente se instruindo das novas técnicas para o exercício de suas funções; b) o desafio de estar em permanente estado de atenção para com as ‘notícias’ que envolvem a logística, pois o ambiente logístico, do ponto de vista macro e micro, está em constante e veloz mutação; c) o desafio de conseguir influenciar seus pares e superiores nas organizações de que a logística tem de ser um capítulo importante do planejamento estratégico das mesmas.”

Para Mauro Vivacqua de Chermont, sócio-gerente da Chermont Engenharia e Consultoria, existe um desafio que se destaca dos demais e que precisa ser enfrentado e superado pelos profissionais, em qualquer ramo de atividade: ser capaz de manter sua integridade pessoal e profissional em um ambiente onde a tentação para atravessar o limite da decência é enorme. “Poderia falar nos crônicos desafios brasileiros: falta de recursos, baixo nível de escolaridade, infra-estrutura precária (risco do ‘apagão logístico’) etc. Mas prefiro insistir: o maior desafio é permanecer incólume no ambiente moralmente hostil em que vivemos”, completa o gerente da Chermont.

Já para Adelar Markoski, professor dos cursos de graduação e pós-graduação em Administração, com a disciplina Logística Empresarial na URI-RS e UNOESC-SC, podem ser destacados três desafios para o profissional de logística: tecnologia, processos e consumidores. Relativo à tecnologia, há que se estar atualizado em relação às inovações que podem ser utilizadas para o processo da informação ao longo da cadeia produtiva. O desafio em relação aos processos é que não devem ser considerados apenas no âmbito empresarial, mas de montante a jusante da cadeia. E por fim, independente da altura em que a empresa se encontre na cadeia, ela precisa ter o entendimento que deve atender aos consumidores que estão a jusante.

“Conhecer constantemente as novidades do mercado e aplica-las. Estar pesquisando e aplicando o benchmarking dentro de excelências de práticas de necessidade de seu segmento. Estar no mercado fazendo relacionamento na busca de novidades. Ser agressivo em estudos e opções dentro de utilização de seus processos.” Estes são os desafios do profissional de logística, segundo Waldeck Lisboa Filho, professor na cadeira de Logística, Administração de Materiais e Marketing e consultor independente na área de logística, atuando no Recife.

Para Christianne Coletti Anderaus Cassis, coordenadora dos cursos tecnológicos da área de gestão da Universidade Cidade de São Paulo – UNICID, os desafios envolvem entender a essência dos problemas de logística da empresa e encontrar soluções de longo prazo. “Hoje, o principal desafio não são as ferramentas, mas, sim, elaborar uma estratégia diante da precária infra-estrutura logística do país. As tributações, a atual situação dos portos e dos modais são alguns obstáculos que atrapalham a execução de um projeto logístico. Você sabe o que precisa, mas não consegue realizar por conta da infra-estrutura.
Estabelecer parcerias ou entendimento comerciais para conseguir fazer realizar de forma eficiente os projetos é a grande solução para este problema”, diz, por seu lado, Miriam Korn, gerente de desenvolvimento de negócios da Mclane do Brasil.

Por fim, para Paulo Rago, diretor-presidente do CETEAL – Centro de Estudos Técnicos e Avançados em Logística, os desafios a serem enfrentados pelos profissionais de logística podem ser relacionados em sete tópicos.

O primeiro é infra-estrutura em todos os sentidos (estradas, portos, aeroportos, terminais ferroviários, transportes em geral), complicativos fiscais, falta de processos e tempos definidos em atividades normais (ex. Receita federal), etc. “Este fato, em minha opinião, tem um paradoxo: faz com que o profissional de logística do Brasil seja um dos melhores do mundo, pois nenhum outro país do mundo tem tantos entraves operacionais, culturais e geográficos como o nosso”, diz Rago.

O segundo tópico, ainda segundo ele, é a cultura empresarial, ainda, na sua maioria, enxergando a logística como uma atividade meramente operacional e não estratégica, gerando, assim, ainda muitos processos sem planejamento prévio e trabalhando quase sempre para “apagar incêndios” e não para evitá-lo.
O terceiro tópico envolve a dificuldade da empresa em saber quais são as reais necessidades de um cliente quanto ao serviço logístico e assim poder adequá-lo ao real nível de serviço oferecido e custo condizente.

O quarto tópico é trabalhar com custos logísticos ainda altos, gerados por ineficiência de processos, falta de integração/colaboração entre departamentos internos de uma organização, fornecedores e clientes e os recursos disponíveis em nosso país.

O quinto desafio é conseguir medir corretamente seus processos e atividades devido à falta de entendimento de alguns parâmetros e custos, bem como, em alguns casos, vencer a própria barreira quanto a apresentar para a empresa e o mercado o real nível de serviço atingido quanto à eficácia e custos envolvidos.
O sexto desafio é o entendimento do que é logística pelos profissionais de outras áreas, fazendo com que muitas vezes tenha que “fazer mágica”, por exemplo, para atender a uma solicitação comercial, ou ainda, para abastecer uma linha de produção.

Por fim, o sétimo desafio é a escassez de ensino de qualidade para os profissionais e a condição de poder usufruir isto em grande escala.

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