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Conteúdo 24 de outubro de 2003

Por que a simulação ainda é desconhecida?

Embora a simulação tenha mais de 50 anos e sua tecnologia esteja totalmente dominada, há ainda um grande desconhecimento sobre suas reais potencialidades. Nesta entrevista, Leonardo Chwif, diretor da Simulate Tecnologia de Simulação, empresa residente do Centro Incubador de Empresas Tecnológicas (Cietec), explica porque isso acontece e mostra as vantagens desta técnica.

LogWeb: Se a simulação é tão comum em grande parte das empresas, porque grande parte das pessoas não sabe o que significa esta técnica?
Chwif: Porque estamos acostumados a analisar nossos processos logísticos, sejam eles internos ou externos (cadeias de suprimentos), de uma maneira convencional: ou através de “cálculos manuais” ou através de planilhas Excel. Na grande maioria destas análises utilizamos valores chamados médios: a taxa média de caminhões chegando a um CD, o tempo de transporte médio entre um fornecedor e uma fábrica, o nível de estoque médio, etc.

LogWeb: Que conseqüência
pode trazer este desconhecimento?

Chwif: Isto pode representar um grande perigo, pois nem sempre os
cálculos baseados em média irão entrar no detalhe
de uma operação logística e avaliar o real
desempenho de um sistema. Costumo usar um exemplo engraçado
que ilustra o problema das médias: um bêbado está
andando no meio fio e, por definição, a média
do seu trajeto é exatamente o meio fio. Podemos concluir
então que: na “média”, o bêbado
estará vivo, mas na realidade ele está morto.

LogWeb:
Quais os reais benefícios da Simulação?

Chwif: Com a Simulaçãoavaliamos efetivamente o real
desempenho de uma operação logística (seja
esta existente ou que ainda não tenha saído do papel),
pois levamos em conta a aleatoriedade dos fenômenos logísticos.
A figura abaixo mostra como é tempo de transporte de um certo
tipo de caminhão entre 2 pontos, medido em dias. Observe
que este tempo não é uma média e, sim, uma
distribuição matemática que foi construída
através da coleta de dados reais. Quando montamos uma simulação
iremos considerar este tipo de abordagem e não somente o
valor médio.

Com
este tipo de abordagem é possível reduzir custos e
aumentar as receitas, pois podemos avaliar com exatidão o
número de recursos necessários nos sistemas logísticos.

LogWeb: Você tem um
exemplo prático da aplicação da Simulação?

Chwif: Recentemente elaborei um projeto de uma linha de paletes
retornáveis e os “cálculos” manuais demonstraram
que o número ideal de paletes era 700. Uma Simulaçãoprovou
que o sistema (que ainda estava em projeto) poderia funcionar com
400 paletes sem afetar a produtividade. Considerando o custo unitário
de cada palete (especial), a Simulaçãoconseguiu economizar
o montante de quase R$ 750.000,00.
Assim, temos basicamente duas alternativas: ou continuar se utilizando
ferramentas que nossos pais e avós utilizaram ou utilizar
técnicas de análise mais precisas e realísticas
como a simulação, que já são utilizadas
há várias décadas nos Estados Unidos e Europa.
Afinal, a média pode matar qualquer competitividade de um
sistema logístico!

Leonardo Chwif
trabalhou em grandes empresas como Mercedes-Benz e Multibrás
Eletrodomésticos e realizou inúmeros projetos de simulação
na área de manufatura, logística e transportes. Atualmente,
é professor da Escola Mauá de Engenharia em simulação
e professor do MBA em Gestão de Operações da
Fundação Vanzolini/USP. Também é diretor
da Simulate, empresa de consultoria em Simulaçãolocalizada
em São Paulo.
leonardo@simulate.com.br.

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