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Conteúdo 10 de janeiro de 2003

Perspectivas são de crescimento, superando os problemas financeiros

Os atentados terroristas de 11 de setembro, nos Estados Unidos, ainda têm reflexos nas empresas aéreas, que enfrentam problemas financeiros. Mas, as perspectivas são de crescimento desse tipo de modal para a movimentação de carga.

O destaque desta edição de LogWeb é o transporte aéreo de cargas. Fomos ouvir, das empresas que atuam neste setor, respostas a algumas ­perguntas, como os maiores problemas ­enfrentados, as possíveis soluções, as ­tendências e as perspectivas.

Problemas

Por exemplo, Guilherme Gatti, diretor de marketing para a América do Sul, Porto Rico e Caribe da FedEx Express, diz que o principal desafio é a resistência à mudança que inibe algumas empresas de melhorarem seus processos de distribuição. “Entretanto, mais e mais companhias percebem que adotar métodos mais rápidos de distribuição é crítico para ganhar vantagem competitiva na economia global de hoje, e os negócios brasileiros não são exceção.”

Para Gatti, para que este problema seja superado, é preciso oferecer soluções de transporte que realmente fazem diferença nos resultados. “Soluções que economizem tempo e dinheiro e ajudam a otimizar os processos internos dos clientes.”

Já para o gerente de carga aérea Brasil da EGL – Eagle Global Logistics, Márcio Pires, os fortes problemas financeiros ­enfrentados pela quase maioria das ­companhias aéreas nacionais e internacionais têm reduzido o espaço disponível para venda de espaço para cargas.

“A cada cancelamento de um vôo internacional, perdemos em média 20 t/dia, ou 120 t/semana, e isto no atual momento de forte volume exportador do mercado torna-se um problema muito sério”, diz ele.

Vanderlei Belchior, New Way Fretes Internacionais, tem um pensamento ­parecido.

De acordo com ele, praticamente todas a companhias aéreas estão enfrentando problemas, principalmente depois dos atentados terroristas de 11 de setembro.

“Nós, como agentes de cargas, não ­vemos problemas com o transporte aéreo, os aviões estão ai. O que falta é uma ­política mais eficiente nos aeroportos para atrair os exportadores. Enquanto os portos e as ­fronteiras são modernizados, e os custos operacionais são minimizados para viabilizar e incentivar a exportação por vias marítima e rodoviária, os aeroportos aumentam os custos, inibindo o exportador a ­optar por esta via”.

Belchior considera que a isenção de ­armazenagem na exportação para o primeiro período (3 dias), mais rapidez no desembaraço e no despacho poderiam atrair não só aqueles exportadores que estão com a produção atrasada ou mercadorias que são obrigadas a seguir via aérea, mais, também, exportações onde o frete aéreo possa ser competitivo.

Mais crítico, Rudi Opitz, diretor-presidente da Schenker do Brasil, diz que, especificamente no Brasil, um dos maiores problemas do setor de transporte aéreo inclui a não privatização da empresa que faz o handling no aeroporto – a INFRAERO. “O monopólio da INFRAERO e os custos exorbitantes de armazenagem aumentam artificialmente os custos da carga aérea, em detrimento dos consumidores. Por outro lado, as dificuldades encontradas nos procedimentos da liberação das exportações impedem que os freight forwarders organizem serviços de consolidações mais econômicos”, diz ele. Soluções? Para Opitz, elas incluem a privatização da INFRAERO e a modernização nos procedimentos de desembaraço para exportações.

Tendências e perspectivas

Sobre as tendências e as perspectivas para o setor, Pires, da EGL – Eagle Global Logistics, espera que, a médio prazo, as companhias aéreas se recuperem e o setor se ordene novamente no que refere-se aos problemas financeiros, e voltem a crescer, a fim de retornar o número de vôos nos patamares de 2.001.

Neste contexto, ele acredita em um aumento forte do volume de exportação no primeiro trimestre, em relação a 2002. “Na importação, com o mercado de câmbio mais estável, voltaremos a ter um aumento de volume significativo, comparado ao ­segundo semestre de 2002”, ressalta.

Já para Belchior, da New Way Fretes Internacionais, o transporte aéreo é e continuará sendo o mais eficiente meio de transporte e, obviamente, por isso, mais caro.

Por último, Opitz, da Schenker do Brasil, acredita que as mercadorias com valores elevados serão transportadas por via aérea, para reduzir o tempo de transporte (custo do capital). “Por outro lado, os avanços na tecnologia da informação darão margem para as companhias aéreas e aos freight forwarders que investem na modernização de hard e software”, conclui.

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