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Conteúdo 10 de julho de 2004

O que se espera do profissional de logística?

Além de constante aperfeiçoamento, ele deve ser criativo e pró-ativo, entre outras exigências impostas pelo mercado. E também deve enfrentar uma série de desafios. Para um país que recém-iniciou atividades com operadores logísticos e que precisa investir 80 bilhões de dólares nos próximos dez anos, segundo o jornal Gazeta Mercantil de 5-6 de junho último, há uma enorme carência de profissionais de logística. E, diante desta carência – segundo os especialistas, não há formação estritamente na área de logística no Brasil, o que obriga o profissional a juntar formação acadêmica com experiência prática e cursos complementares, gerando uma diferenciação de formação profissional muito grande – o que se espera daqueles que já atuam ou vão atuar no setor?

“O profissional deve fazer uma constante busca do aperfeiçoamento de seus conhecimentos, habilidades e experiência. Ele vive num ambiente dinâmico, com mudanças freqüentes, e a sua atualização é fator de sucesso em sua carreira”, alerta Altamiro Borges, presidente da Aslog – Associação Brasileira de Logística.

Para Norberto Antonio Marcolin, gerente comercial da Bertolini, empresa especializada na fabricação de sistemas e soluções de armazenagem, o que se espera do profissional é criatividade, muita criatividade. Ele também deve questionar sempre e se cercar das pessoas que fazem parte do sistema como um todo. “Ele tem, ainda, que aprender a visualizar soluções a pelo menos médio prazo e que façam a diferença nos custos, na gestão e na estratégia organizacional do qual ele faz parte”, diz Marcolin.

Para Paulo Rago, diretor-presidente do CETEAL – Centro de Estudos Técnicos e Avançados em Logística – uma entidade focada na geração de conhecimento na área de logística através da divulgação de informações do segmento, da realização de projetos em empresas, do desenvolvimento de cursos e eventos especializados -, além dos itens relacionados no quadro abaixo, também é muito importante o profissional conseguir desenvolver e aprimorar estas qualidades através de treinamentos que o capacitem a enfrentar os desafios de um mundo globalizado.

Fernando Trigueiro, consultor organizacional e diretor da Focus Consultoria & Treinamento, além de professor da FCAP/UPE, também cita, entre outros itens já enumerados, liderança, habilidade de negociação, visão organizacional, dinamismo, iniciativa e capacidade de vencer desafios. Além destes, visão da operação, conhecimento dos impactos negativos e foco na redução de custos.

“O profissional de logística deve ser versátil. Durante seu trabalho ele precisa entender e administrar conceitos das áreas de administração, marketing, finanças, economia, tecnologia, qualidade e engenharia (produção, mecânica e civil). Também ser fluente em línguas como inglês e espanhol já é pré-requisito obrigatório. Como características pessoais, precisa ser analítico, criativo, flexível, perseverante e paciente, pois seu principal papel é encontrar e negociar soluções para problemas e situações muitas vezes antagônicas ‘dentro de’ e ‘entre organizações’”, avalia Guilherme Santos Severino, business development da Vector SCM, uma empresa de 4PL – quarteirização de processos logísticos.

Para Yassuo Imai, presidente da IMC Internacional, empresa de consultoria especializada na Otimização do Uso dos Ativos Empresariais, denominado TPM² Total Performance Management, existem vários tipos e níveis de profissionais logísticos, atuando na formulação de estratégias, modelação da arquitetura logística, analistas, gestores e operadores em cada uma das atividades específicas da logística e do canal de suprimento, do processo e de gestão empresarial. De acordo com ele, se a otimização da logística é disponibilizar os bens em volume certo, no local determinado com o tempo requerido a custo competitivo, quanto menores forem os tempos de ciclos de cada processo e mais precisos os movimentos, menor será o seu custo e maior a satisfação pelo serviço executado – não basta operar um sistema sofisticado de última geração de TI. “O componente humano faz a diferença, pois dele depende a qualidade e a precisão da coleta, da alimentação, da interpretação e da ação sobre os dados processados pelos sistemas – daí a importância crescente do profissional logístico de qualquer tipo ou nível, que precisa estar preparado na mesma proporção da evolução das tecnologias de informação, pois, em última instância, é a qualidade do elemento humano que faz a diferença fundamental no resultado da operação logística de qualquer natureza. O que se deve esperar é que o profissional se conscientize da importância crucial do seu papel, da mesma maneira que o empresário dê atenção para o necessário equilíbrio entre a atualização dos sistemas TI e a capacitação do lado humano da logística, pois esta é a combinação que vai assegurar a real eficiência da gestão logística da organização”, destaca Imai.

Para Luiz Paulo Hauth, superintendente de logística da Kepler Weber, empresa que tem participado do desenvolvimento e da implantação de sistemas de armazenagem, conservação e manuseio de grãos e pós-colheita, o profissional de logística hoje deve estar preparado para atuar a nível estratégico e operacional pois, conceitualmente, o marketing quer um produto para encantar o cliente e a logística é o meio para encantar este cliente porque faz o produto chegar no dia e hora exatos que o cliente necessita. “Então, o profissional de logística deve ter conhecimento de todos os meios de transporte, formas de armazenagem, embalagens, movimentação, etc., a fim de poder realizar o ato de encantar clientes, tanto internos quanto externos”, diz Hauth.

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