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Conteúdo 10 de novembro de 2003

O caso da enxada

Interior de Minas, chovia legal.
Devia ser cinco e meia da tarde, e o fusquinha estava rodando naquela
estradinha vicinal de terra quando entrou num atoleiro… e atolou
mesmo. Engata ré e nada, primeira e… afunda mais.
O negócio é tentar empurrar no braço. A mulher
até desce prá ajudar, mas não tem jeito, o
carro nem se mexe. O que fazer?
Nessa altura do campeonato, começa a escurecer e ali naquele
lugarzinho dos infernos não passava viva alma, somente no
alto de um monte se via uma luzinha num casebre de algum peão
que ali deveria morar.
O cara pensa… pensa… e diz: – Se o cara que mora lá em
cima tiver uma enxada, eu peço ela emprestada e cavo em volta
da roda, tirando esse carro daqui rapidinho.
Enquanto subia, foi pensando e falando pra si mesmo o que iria falar
para o peão.
Diria que o carro estava atolado, que precisava de uma enxada…e
pronto. – Esse pessoal é simples e, é claro, ele irá
entender a minha necessidade. Pensando bem, ele poderá até
pedir um “ajutório”…tudo bem, sei lá
uns cinco reais, tá certo, eu dou. É, mas o cara pode
até ficar ofendido só com cinco reais, é melhor
oferecer logo dez. Tá bom, é dez… tá bom.
Mas aí ele pode vir com a história de que a enxada
é a sua ferramenta de trabalho e que ela pode até
estragar… quebrar… então ele vai querer pelo menos uns
trinta reais pra emprestar ela. Pô meu… trinta reais prá
emprestar uma simples enxada? É, mas se eu não quiser,
vou ter que passar a noite ali… etc., etc., etc. Também
ele até pode me vender a desgraçada da enxada. Vai
querer quanto? Cinqüenta reais? Eu pago, pego ela desatolo
o carro e vou embora tá? Aqui é que eu não
vou ficar. Olha só, o cara tem uma enxada, eu preciso dela,
e ele sabe disso. Então, por que ele não me cobraria
cem reais por ela? Ele sabe que eu tô ferrado…
Finalmente, o nosso amigo, após uma longa caminhada, chega
no casebre do peão, bate na porta e, quando ela se abre,
vendo o peão na sua frente ele diz:
ENFIA A ENXADA NO….
Bem, meus amigos, essa história foi só prá
lembrar que é bom não tomar nenhuma decisão
por um simples impulso ou conhecimento de fatos reais, nem julgar
as pessoas antes de ouvi-las ou conhece-las. Tá?

José Luíz Nammur

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