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Conteúdo 10 de julho de 2005

Mulheres na logística: menos preconceito

Elas ocupam lugar de destaque num setor antes “dominado” pelos homens.
Mas, nem sempre recebem salários iguais.

Presentes, com todo o direito, em todas as áreas de trabalho, hoje, as mulheres vêm ocupando destaque na logística, ocupando cargos que antes estavam limitados ao trabalho masculino.
E, diferentemente do que constatamos na matéria anterior sobre este assunto – “mulheres na logística” é uma matéria tradicional do jornal LogWeb – está havendo uma diminuição do preconceito.
“O preconceito contra as mulheres nesta área tem melhorado, mas, como ainda hoje a maioria dos profissionais desse segmento é homem, com freqüência precisamos nos confrontar para falarmos de resultados e a reação dos homens quase sempre é, em princípio, subestimar os resultados apresentados por nós”, diz Nélia Fernandes Machado, coordenadora de logística da Servilog Armazéns Gerais e Logística, do Rio de Janeiro.
Adriana Bueno Collares, analista de logística pleno da Monsanto do Brasil, unidade de São José dos Campos, SP, também lembra que no começo de sua atuação na área enfrentou um certo preconceito. “Por ser nova na área e mulher, você acaba passando por provações profissionais maiores. Hoje, acredito que este cenário mudou bastante, tanto é que minha liderança direta também é uma mulher. A mulher vem conquistando cada vez mais seu espaço no mercado de trabalho, independente da área de atuação. Muitos paradigmas com relação à diferenciação entre homens e mulheres foram quebrados, pois temos resultados comprovados que uma equipe constituída de homens e mulheres com seus respectivos potenciais e peculiaridades é um fator de diferencial competitivo para as empresas”, elucida Adriana.
Outra profissional que também aponta mudanças nesta área é Luciana Paula da Silva Costa, encarregada gate da Rodrimar Transportes, Equipamentos Industriais e Armazéns Gerais, localizado em Santos, SP. Segundo ela, “no terminal, a maior parte das pessoas que por aqui passam são homens. Tanto os funcionários como as pessoas que vêm retirar cargas (motoristas de caminhão), os despachantes, etc. No início, os motoristas simplesmente não ouviam o que eu falava e tinha que chamar um homem do setor para resolver, até que fui me impondo perante eles e deu certo. Esse tipo de situação acontecia com freqüência e aos poucos eles foram acostumando com a nossa presença e aprendendo a lidar. Mudam o comportamento e o vocabulário quando estamos por perto e até nos defendem quando aparece algum ‘engraçadinho’. A verdade é que nos últimos tempos temos uma aceitação muito melhor com menos resistência por parte daqueles que se dizem melhores do que nós por serem homens, e não pela sua capacidade profissional, que é o que se deve levar em conta quando se trata de trabalho”, alfineta Luciana.
Rosa da Silva Vale é operadora de empilhadeira líder na Movicarga, em São Paulo. Ela diz que, embora a situação tenha melhorado bastante, já enfrentou preconceito, inclusive na Fórmula 1. “O pessoal da Ferrari questionou muito o fato de as mulheres estarem na operação, e não admitia nosso trabalho. A Maria Regina Yazbek – diretora-superintendente da empresa – insistiu muito para que fizessem um teste e eles ficaram observando nosso trabalho e acabamos provando que também somos muito eficientes. Um outro cliente também não queria mulheres. A Movicarga pediu para que fizessem um teste de três dias. Na metade do primeiro dia a diretoria resolveu trocar todos os homens por mulheres, porque nos achou mais cuidadosas… quebramos essa barreira e chegamos a ter uma equipe de 20 mulheres nesse mesmo cliente”, diz Rosa.
Ele também destaca que, atualmente, é líder de equipe, e que no começo sentia certa resistência, principalmente porque homem não gosta muito de ser comandado por mulher – ainda mais na operação. “Mas tem dado certo”, desabafa.
reconceito. Karla Souza da Motta, mestre em engenharia e dirigente da Sociedade Brasileira de Logística, que atua em Natal, RN, diz que não enfrentou problemas com clientes ou pessoas das empresas onde trabalhou por estar atuando em uma área predominantemente masculina. Ela acredita que isto se deva à consciência de que, embora detenha conhecimentos técnicos e teóricos, os que conhecem a realidade de cada organização são aqueles que nela trabalham. “Esses são os clientes finais do nosso trabalho de estruturação organizacional. Assim, deixo sempre claro que o que busco é unir teoria e prática, para alcançarmos juntos os resultados desejados.”
Simone Alves da Silva é conferente na Braspress, empresa de encomendas expressas instalada em São Paulo, SP.
Ela também informa que não enfrenta preconceito no setor de transportes por parte dos colegas na empresa. “As pessoas que vêm trazer as mercadorias geralmente são homens, e alguns estranham o fato de várias mulheres atuarem como conferentes aqui na Braspress”.
Na opinião da conferente, hoje há um grande número de mulheres atuando no setor de transportes e logística graças à iniciativa pioneira da Braspress e de outras empresas, que oferecem vagas para profissionais sem distinção de sexo.
Solange Beraldes também trabalha na Braspress. Após treinamento de 6 meses, ela acaba de ser promovida de motorista urbana para motorista carreteira, ou seja, tem habilitação e está apta a dirigir carreta. Por enquanto está realizando coletas em São Paulo. Ela também diz que não enfrentou problemas de preconceito, pois acha que a mentalidade da sociedade está mudando. “As pessoas estão percebendo a importância do trabalho feminino.”

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