MRS Logística, CVRD e outras empresas discutem gargalos nas ferrovias

O presidente da MRS Logística, Júlio Fontana Neto,
em evento no mês de outubro, afirmou que uma das alternativas
para o governo federal resolver os gargalos das ferrovias que impedem
o aumento da capacidade de escoamento da produção
seria a reversão do pagamento da concessão pelas empresas
em troca dos investimentos.
Essas correções estratégicas seriam feitas
no Ferroanel para facilitar os acessos aos portos de Santos, SP,
e Sepetiba, RJ. A MRS pretende ampliar a capacidade de transporte
no segmento de agronegócio das atuais 10 milhões de
toneladas para 30 milhões de toneladas de grãos até
2009.
Outra alternativa, segundo Fontana Neto, para facilitar o aumento
de transporte seria a aprovação do projeto de lei
que institui as Parcerias Público-Privadas (PPP).
A Ferrovia Centro Atlântica (FCA), controlada pela Companhia
Vale do Rio Doce, está demonstrando algum sinal de iniciativa,
e pretende eliminar os gargalos existentes principalmente nos trechos
da Serra do Tigre, região do Triângulo Mineiro.
Outro gargalo está no contorno de Belo Horizonte, cujo trecho
é utilizado por três empresas, a MRS Logística,
a Estrada de Ferro Vitória a Minas (EFVM) e a Ferrovia Centro-Atlântica
(FCA.
O diretor-geral da Agência Nacional de Transportes Terrestres
(ANTT), José Alexandre Nogueira Resende, defendeu que o governo
federal busque abrir linhas específicas do Banco Nacional
de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para o setor
ferroviário, que até hoje não existem. Segundo
ele, "em alguns casos, o valor do arrendamento pago pelas empresas
seria insuficiente para cobrir alguns dos investimentos necessários,
principalmente os que irão exigir grandes somas de recursos".
E sobre a posição do governo quanto à prioridade
de efetuar mudanças para esse ou aquele ponto, ele emenda:
"O governo é quem vai definir o que é mais importante
e qual é a disponibilidade de recursos para estes pontos".