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Conteúdo 10 de fevereiro de 2005

MMF – Making Materials Flow: Fazendo Fluir os Materiais

Os conceitos do Pensamento Enxuto – Lean Thinking – se expandem além da manufatura e se aplicam à movimentação de materiais em toda a cadeia de abastecimento – Supply Chain. O Lean Logistics, através do MMF – Making Materials Flow, chega como uma metodologia estruturada, facilitando a implementação e o gerenciamento dos materiais.
(Este artigo apresenta uma síntese do tema. Acompanhe a série completa no portal www.logweb.com.br, em “Artigos”)

Por que é necessário usar conceitos de Lean Logistics?
Algumas organizações vêm buscando elevar o padrão de suas operações rumo à excelência.
As necessidades de reduções de custos, dos prazos de entrega, de melhoria de produtividade e qualidade são cada vez mais evidentes. Sobretudo conseguir o comprometimento das pessoas nesse sentido.
Melhorar a competitividade para atender ao mercado cada vez mais exigente estimula as organizações a criar um mix de produtos de muita variedade de itens e baixos volumes, levando a uma tendência de fabricação em pequenos lotes e trazendo, com isso, um novo sistema de produção.
Isso encoraja uma gestão enxuta e a perseguição para eliminar as oito perdas dentro dos conceitos Lean.
Aplicação do fluxo contínuo parece uma boa solução, promove redução de WIP, espaço, perdas, mas ainda persistem os problemas de custos, prazos, entrega, qualidade e “pessoas”.

Ilustrando uma situação
Para fabricantes de produtos eletroeletrônicos ou sub-sistemas automotivos é comum ter 100 a 200 componentes para o produto acabado.
Vamos considerar um pedido de 500 peças de um cliente, como uma montadora. Se, na linha de montagem, detecta-se que se tem apenas 300 unidades de um dos componentes, imaginem a correria para se conseguir o saldo de 200?
As perdas não são mensuradas, mas podemos citar alguns acontecimentos:
– A supervisão procurando componentes pelas linhas de produção.
– Estoques redundantes do mesmo item em diferentes setores da empresa.
– O pessoal de abastecimento das outras linhas preocupado em ser herói perdigueiro.
– Compras se recusa a pedir nova entrega do fornecedor, pois no sistema aponta que existem componentes na empresa, mas em local desconhecido.
– Empilhadeiras movendo materiais, empilhando, transportando por trajetos excessivamente longos, aumentando o risco de acidentes.
– Já se começa em pensar em dispensar o pessoal da linha e programar hora extra para quando achar o perseguido.
Diante do cenário de necessidades de mudanças para buscar um padrão de excelência operacional, é preciso alterar parte desse sistema.

O que é necessário alterar no sistema de produção e logística?
Uma nova visão gerencial precisa ser estimulada, quando as soluções funcionais já chegaram ao limite de melhorias. A alternativa passa a ser a integração de diferentes funções gerenciais.
A excelência operacional passa da prática do trabalho em equipe nos projetos para a rotina, deixando as funções organizacionais mais compartilhadas.
Surgem ferramentas para facilitar a visão do todo, como o mapeamento do fluxo de valor, que poderá promover o alinhamento de projetos para o gerenciamento operacional na busca da excelência.
Administração de materiais pode ser integrada num plano logístico para cada peça, onde informações dos produtos nascem na engenharia, projeto do processo de fabricação e de logística, depois operação, armazenagem e expedição.
A função da logística pode não agregar valor ao produto, mas agrega em relação ao tempo e lugar. Há uma tendência em ser um prestador de serviços, administrando os itens e componentes comprados e assegurando um abastecimento integrado através de informações e sinalizações das linhas de montagem para garantir o que, quanto e quando.
A integração entre a logística e a produção pode encontrar uma solução para “fazer fluir os materiais”.

4 Etapas do MMF
1. PFEP – Plan For Every Part. É um Plano Logístico para Cada Peça através de um cadastro único de todos os itens com dados da engenharia, processo, logística, compras e expedição. Isso pode permitir melhor análise e tomada de decisões com dados mais integrados.
2. Mercado de peças compradas – Permite melhor gestão dos materiais e evita pontos redundantes de armazenamento pela empresa.
3. Rotas de abastecimento – Otimizam os recursos de abastecimento das linhas entre o pessoal da logística e da produção. Eliminam paradas por faltas de componentes e reduzem perdas de espaço por armazenamentos desnecessários.
4. Sinalização de puxar – São sistemas de gerenciamento das informações para assegurar que as peças consumidas serão reabastecidas.

Conhecendo a solução
Os conceitos de Making Materials Flow são apresentados no manual com o mesmo título escrito por Rick Harris, Chris Harris e Earl Wilson, publicado originalmente pelo Lean Enterprise Institute nos EUA, em 2003. Há uma tradução disponível para o português com o titulo “Fazendo Fluir os Materiais”, publicada pelo Lean Institute Brasil em 2004.
A Metodologia do MMF — Fazendo Fluir os Materiais é dividida em quatro etapas distintas e integradas entre as funções gerenciais (ver box acima).

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