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Conteúdo 10 de novembro de 2004

Mercado de empilhadeiras tende a crescer, principalmente para as nacionais

Segundo Piazza Filho, “é inevitável que o maior crescimento quantitativo seja de máquinas nacionais, pois são, naturalmente, as que têm maior mercado”.
Nesta matéria especial, Ruy Piazza Filho, presidente da Still do Brasil, faz uma análise do mercado brasileiro de empilhadeiras, tanto atual, quanto futuro. E também aborda as máquinas nacionais e importadas, a nacionalização de equipamentos, os serviços de pós-venda e a maturidade da indústria de empilhadeiras no Brasil.

LogWeb: Como está o mercado de empilhadeiras em 2004 e qual o cenário que vocês estão utilizando para 2005?
Piazza Filho: Por muitos anos, o mercado brasileiro de empilhadeiras esteve estagnado em torno de 4000 máquinas por ano. Mesmo 2003, que, para a grande maioria, foi “um ano perdido”, apresentou uma recuperação muito forte no terceiro trimestre, após um primeiro semestre desastroso, e acabou dentro da média. Em 2004 o mercado está apresentando um comportamento excepcional e a previsão é de que apresente um crescimento bem superior ao da economia do país como um todo. Vale registrar a capacidade de recuperação em curto prazo que a indústria nacional de empilhadeiras demonstrou este ano. Em nossa visão, isto é um indicativo de que ela está “madura” para iniciar um processo de crescimento real de mais longo curso. À medida que a economia brasileira é colocada ante desafios reais de aumentar efetivamente sua competitividade e reduzir desperdícios para sustentar o crescimento das exportações, é evidente que equipamentos que são essencialmente ferramentas de produtividade tendem a ter um emprego em níveis mais próximos aos que são verificados em países mais industrializados. Por essa razão não vemos o comportamento do mercado em 2004 como uma simples “bolha de consumo” em função de um represamento de investimentos. Assim, nossa estimativa é de que em 2005 o mercado tenha um comportamento essencialmente igual ao de 2004, passando a trabalhar, assim, em um novo patamar de demanda.

LogWeb: E o crescimento do mercado foi maior para as máquinas nacionais ou para as importadas?
Piazza Filho: Em diversas oportunidades temos discutido a questão de empilhadeiras nacionais x importadas. Nos últimos anos, os fabricantes nacionais aperfeiçoaram seus produtos e posso afirmar com tranqüilidade que produzimos no Brasil equipamentos com níveis internacionais de qualidade. A queda das barreiras de importação, se trouxe as máquinas importadas como concorrentes diretos da indústria nacional, também trouxe para esta o acesso à compra de componentes específicos com a tecnologia mais avançada, cuja escala de produção seria inviável no Brasil. Sempre que houver um volume que justifique o investimento, essa máquina fatalmente passará a ser fabricada com vantagens no Brasil. Assim, é inevitável que o maior crescimento quantitativo seja de máquinas nacionais, pois são, naturalmente, as que têm maior mercado.

LogWeb: A nacionalização dos equipamentos é, então, uma simples questão de preços mais baixos?
Piazza Filho: Evidentemente não. Em nossa experiência, como regra, aqueles que ainda tentam comprar esse tipo de equipamento como uma commodity, olhando única e exclusivamente o preço, fazem mau negócio. Longe de mim querer dizer que o comprador não deva se preocupar em obter o maior valor possível pelo seu dinheiro. É preciso entender que uma empilhadeira é um bem de capital que tem uma vida útil razoavelmente longa. É comum encontrarmos no mercado empilhadeiras elétricas com mais de quinze anos de utilização e que continuam desempenhando com eficiência seu papel. Assim, se ele quer realmente obter o maior valor possível, além do preço de compra, deve considerar aspectos tangíveis, como o custo de operação e de manutenção, a correção da especificação técnica do equipamento, a possibilidade de customização para o atendimento de condições operacionais específicas, além de aspectos intangíveis, como a disponibilidade de peças sobressalentes, o suporte de assistência técnica garantida, o suporte de engenharia para as situações fora da rotina e a garantia de continuidade de negócios. Esses últimos aspectos apontam, inexoravelmente, para a vantagem dos produtos nacionais. Quem possui, próximo ao cliente, uma fábrica e o suporte de engenharia que entendem às peculiaridades da operação no Brasil, naturalmente estará em vantagem. Da mesma forma, é lógico que uma organização que possui uma longa tradição no mercado, e está ali representada por uma unidade industrial, seja vista como oferecendo uma garantia muito maior de que daqui a cinco anos continuará oferecendo o suporte que o cliente espera poder contar, do que uma empresa que seja apenas um escritório de vendas facilmente desmobilizável.

LogWeb: Então, a questão mais importante é a garantia de serviços de pós-venda?
Piazza Filho: Exatamente. Se olharmos no mundo inteiro, veremos um fenômeno cada vez mais comum: os produtos industriais de primeira linha apresentam níveis de qualidade muito semelhantes e as inovações técnicas são rapidamente contrapostas. Assim, o diferencial é a competência em melhor interpretar a necessidade do cliente e oferecer serviços e soluções personalizadas. Lembre que, no caso de empilhadeiras, o cliente quer ter a tranqüilidade de poder contar com a disponibilidade do equipamento, sem o qual sua operação fica comprometida. Transmitir essa segurança é a grande missão do pessoal de pós-venda e o grande diferencial, quando atingida.

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