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Conteúdo 10 de fevereiro de 2006

Mercado aponta forte tendência de crescimento

ISTO SERIA CONSEQÜÊNCIA DO CRESCIMENTO DOS CENTROS URBANOS, AUMENTO DAS VENDAS PELA INTERNET, FORTE INDUSTRIALIZAÇÃO DE ALIMENTOS, NECESSIDADE DE ENTREGAS CADA VEZ MAIS RÁPIDAS E DA AMPLIAÇÃO DA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS.

Quais as tendências em veículos leves e pesados? Em que atividades estão sendo mais utilizados atualmente? Quais as novas áreas onde estão sendo usados? Como escolher o veículo leve e/ou pesado? Que fatores considerar? Quais as conseqüências do uso do veículo inadequado? Estas perguntas são respondidas pelos profissionais do setor de veículos leves e pesados nesta matéria especial do jornal LogWeb.

TENDÊNCIAS
Em termos de tendências, Pedro Soares, gerente de vendas de veículos da Agrale (Fone: 54 3238.8000), diz que são de solidificação dos conceitos e que os clientes se dividirão em dois grupos: os que priorizam menor custo de aquisição e manutenção conhecida vão preferir a tradicional motorização mecânica; já os que priorizam custo operacional mais baixo e apostam na evolução tecnológica darão preferência à motorização eletrônica.

“Com o advento dos centros expandidos, a circulação de veículos de grande porte está sendo cerceada na distribuição porta-a-porta. Algumas grandes cidades já praticam esta lógica, como São Paulo e Rio de Janeiro, enquanto outras cidades, como Porto Alegre e Curitiba, estudam sua implementação, mostrando claramente uma tendência desta nova lógica de distribuição urbana”, observa Leonardo Pascoal, gerente de vendas de Ducato da Fiat (Fone: 31 2123.2310).
Este ponto de vista de Pascoal é compartilhado por Alberto Neumann, gerente de marketing – veículos utilitários da Renault (Fone: 08000 55.5615). Ele entende que o crescimento da distribuição urbana de mercadorias, associado à restrição na circulação de veículos de maior porte, continuará incentivando o crescimento do segmento de furgões para esta finalidade.

Rogério Gil Costa, supervisor de marketing do produto – caminhões da Volkswagen (Fone: 11 5582.5439) também observa que os segmentos de veículos leves, pesados e extra-pesados estão com forte tendência de crescimento. Segundo ele, esta evolução é resultado direto do crescimento dos grandes centros urbanos (cidades médias e grandes), aumento das vendas eletrônicas de mercadorias (Internet), da forte industrialização de alimentos, da necessidade de entregas cada vez mais rápidas e da prestação de serviços. “Todas estas mudanças estão fazendo com que os veículos leves sejam os economicamente viáveis para a alimentação/distribuição de mercadorias nos grandes centros urbanos, em função do seu reduzido tamanho e da excelente agilidade perante o trânsito pesado das cidades. Algumas cidades já impuseram restrições de circulação de veículos maiores. Já para os caminhões pesados e extra-pesados, em função de sua grande capacidade de carga, cabe a função de ser o alimentador destes grandes centros urbanos e também pelo deslocamento de mercadorias em grandes distâncias, conseqüência direta da condição continental de nosso país”, explica Costa.

Por sua vez, Álvaro Menoncin, gerente de engenharia de vendas da Volvo (Fone: 0 800 41.1050), destaca que o transporte terrestre corresponde por mais de 65% de todo o que é transportado no Brasil, e as tendências são bastante boas,”já que estaremos recuperando a safra agrícola e as cargas industrializadas aumentam seus volumes anualmente”.

MAIOR USO
Respondendo às perguntas sobre em que atividades estes veículos estão sendo mais utilizados atualmente e quais as novas áreas onde estão sendo usados, Soares, da Agrale, destaca, primeiramente, que os caminhões leves, independente do tipo de motorização, sempre serão utilizados fundamentalmente para entregas urbanas e metropolitanas. “Já os nossos veículos 8500 e 9200 E-Tronic, com cabina estendida, estão se firmando cada vez mais no uso para trajetos metropolitanos”, ressalta.
Por sua vez, Pascoal, da Fiat, informa que estes veículos estão sendo mais utilizados atualmente na distribuição porta-a-porta, principalmente nos grandes centros e no transporte rápido nos demais, incluindo-se neste caso o transporte de passageiros. Quanto às novas áreas onde estes veículos estão sendo usados, ele aponta as grandes capitais, como São Paulo, Rio de Janeiro e Recife.

Neumann, da Renault, diz que os produtos da sua empresa são utilizados por autônomos, sobretudo para transporte de pessoas, pequenos empresários (florista, padaria e lavanderia, entre outros), mas também em grandes frotas (distribuição urbana e pequenos trajetos). “Tem crescido a utilização para sistema de Delivery de pequenos comerciantes, assim como a substituição de pick-ups que realizavam o transporte de mercadorias sem proteção ou com necessidade de adaptação”, analisa o gerente de marketing.

“A linha Delivery é indicada para a aplicação urbana e rodoviária de curta distância na coleta/distribuição de cargas e serviços públicos. Já a linha Worker é indicada para as aplicações mais severas, tanto em áreas urbanas como aplicações rodoviárias e fora-de-estrada, contemplando veículos com motores mecânicos e eletrônicos. E a linha Constellation, que conta com cabine-leito, teto alto e tecnologia embarcada, é direcionada para as aplicações rodoviárias”, explica, por sua vez, Costa, da Volkswagen.

No caso da Volvo, segundo conta Menoncin, “são atendidos desde segmentos de distribuição com motores de 210 cv até os segmentos mais exigentes, como de cana-de-açúcar, madeira e cargas indivisíveis. Nesta linha temos veículos de ate 460 cavalos em versões 4×2, 6×2 e 6×4”, explica.ESCOLHA DO VEÍCULO IDEAL
Sobre a escolha do veículo certo para as necessidades do usuário, Vicente Garcia, da área de marketing de produto da Iveco (Fone: 0800 553443), ressalta que a escolha deve seguir a necessidade de aplicação, ou seja, se o produto será utilizado em transportes de médias, curtas e longas distâncias, para qual serviço, capacidade de carga e outros fatores.

“Para atender aos mais variados nichos de mercado, a Iveco lançou diferentes versões para sua linha de leves, médios e pesados. No caso dos veículos leves, a linha Daily vem sendo utilizada pelos mais diversos setores, entre eles, transportadores de cargas em geral, pequenos e médios comerciantes, prestadores de serviços, operadores logísticos, indústrias, empresas de construção civil, no transporte de pessoas e vários outros tipos de negócios. Já com relação aos pesados, cada versão do Stralis é indicada para composições diferentes. Os modelos HD570S38T e HD570S42T, disponíveis com 380 cv e 420 cv, respectivamente, são ideais para composições do tipo bitrem com PBTC (Peso Bruto Total Combinado) de até 57 toneladas, um segmento em ascensão, estimulado pela demanda dos setores petroquímico, siderúrgico, alimentício e graneleiro. Para o modelo Stralis HD740S42TZ 6X4, de 420 cv de potência, o nicho é outro. Este extra-pesado é indicado para aplicação em composições do tipo rodotrem com PBTC de 74 toneladas em aplicações rodoviárias, assim como bitrem com PBTC de 57 toneladas e semi-reboques de três eixos convencionais, podendo ser utilizado no transporte de cargas em geral e nos setores siderúrgico, químico, petroquímico, agrícola, graneleiro e outros”, diz Garcia.
Ele também destaca que as versões 4X2 HD450S38T e HD450S42T atendem ao PBTC máximo permitido de 45 toneladas para uma composição cavalo mecânico/semi-reboque de três eixos distanciados.

Referindo-se à escolha do veículo adequado, e quais os fatores a serem considerados, o gerente de vendas de veículos da Agrale diz que deve ser considerada a operação e a carga a ser transportada. “O uso do veículo inadequado pode acarretar em custos operacionais elevados, especialmente com o atual custo do óleo diesel”, adverte.

Já Pascoal, da Fiat, considera que a escolha do veículo mais indicado é sempre muito complexa e que muitos fatores devem ser levados em consideração. Inicia-se pelas perguntas: o que fazer? Como fazer? Percurso a ser percorrido diariamente, tempo disponível para entrega, número de pessoas envolvidas nesta atividade – por exemplo, só motorista, motorista e ajudante. “Depois destas respostas procura-se o veículo mais indicado: tamanho de veículo, custo de aquisição, custo de manutenção, existência de assistência técnica, dirigibilidade, facilidade de manobras, etc. O mercado oferece várias opções, e com certeza, um levantamento feito com critério levará à melhor escolha.”

Ainda segundo o gerente de vendas de Ducato, as conseqüências do uso do veículo inadequado envolvem um excessivo aumento de custo operacional que pode comprometer o resultado de toda a operação.

“O uso inadequado de qualquer veículo implica em uma maior ida às oficinas mecânicas e no encurtamento da vida útil do veículo. O recomendado é respeitar as limitações de cada produto e fazer revisões. Com esses cuidados é possível obter uma redução de gastos com o veículo de até 30%. Muitas vezes trata-se de um problema simples que se torna grave com o passar do tempo. Então, a conta que seria pequena fica alta”, completa Garcia, da Iveco.
A análise sobre a escolha do veículo correto por parte de Neumann, da Renault, implica em que é necessário avaliar o produto em questão, sendo a carga útil, volume útil de carga e custo de utilização os principais fatores no momento da escolha. Em algumas situações também se deve verificar a restrição quanto à circulação de determinados tipos de veículos em centros urbanos(VUC-VLC).

“Tão importante quanto o produto é o serviço disponibilizado pelo fabricante, que garante a disponibilidade do veículo que é a ferramenta de trabalho deste tipo de cliente”, diz ele, ressaltando que o uso do veículo inadequado pode provocar desgaste prematuro ou até quebra de componentes, refletindo em parada do veiculo, custo de utilização acima do desejado e, em algumas situações, comprometendo a segurança dos ocupantes e de terceiros.

Para Costa, da Volkswagen, a escolha de um caminhão leve ou pesado leva em consideração os seguintes fatores: tipo e quantidade de carga a ser transportada, tipo de rota (urbana, rodoviária, fora-de-estrada) e topografia, distância a ser percorrida, velocidade operacional desejada, investimentos inicial e os custos operacionais e de manutenção. Segundo ele, após uma análise detalhada destes fatores recomenda-se optar pela opção que gere o maior retorno do investimento inicial, isto é, a que oferece a melhor relação custo x benefício.

Ainda segundo o supervisor de marketing de caminhões da Volkswagen, as conseqüências do uso do veículo inadequado podem ser várias, mas as principais são: baixo desempenho em carga; baixa velocidade operacional; alto consumo de combustível; quebras/falhas prematuras decorrentes de sobrecarga; e baixo retorno do investimento inicial.

Por último, Menoncin, da Volvo avalia que a escolha está intimamente ligada aos segmentos de transportes no mercado brasileiro, onde existem demandas bastante variáveis.

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