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Conteúdo 24 de julho de 2008

ZMRC e rodízio geram protestos de diversos setores da sociedade

Há menos de um mês, a prefeitura de São Paulo sentenciou os caminhões como os grandes vilões do trânsito. Eleitoreiras ou não, as restrições impostas à circulação dos transportes de cargas estão gerando um efeito reverso. As marginais e a Avenida dos Bandeirantes ficaram mais lentas. O tão esperado apoio popular não chegou como o esperado. E embora muita gente concorde que algo precisa ser feito para melhorar o trânsito caótico, parece haver um consenso entre transportadores e comércio de que as medidas são arbitrárias e exageradas.

Para Pérsio Ferreira Rosa, especialista em Direito Processual Civil, as restrições têm afetado diretamente o setor farmacêutico e a população em geral. “As farmácias não tem grande estoque, e com a restrição, em muitos casos, ficam sem determinados medicamentos para reposição”, alarma. Segundo o advogado, a medida elevou o custo dos medicamentos. Mas os empresários são obrigados a assumirem o prejuízo, por normas do setor que impedem os reajustes necessários.

“Por que a mercadoria refrigerada de supermercados não pode esperar?”, indaga Pérsio. Para ele, a prefeitura se utilizou de dois pesos e duas medidas. O advogado explica que há uma série de exceções – algumas inexplicáveis –, enquanto as farmácias não podem ser abastecidas dentro da Zona Máxima de Restrição de Circulação. “Um adendo que me chama a atenção se refere aos crustáceos”, explica. Para a prefeitura, os crustáceos não podem esperar em caminhões refrigerados e precisam ser entregues rapidamente aos supermercados. “Será que os crustáceos são mais relevantes para a sociedade do que os medicamentos? E os medicamentos com temperatura controlada, por que não podem ser descarregados durante o período de restrição?”, questiona.

O advogado acredita que a prefeitura poderia estudar um horário específico para a entrega de produtos às farmácias dentro da ZMRC. “Poderia haver um horário específico para a distribuição de medicamentos”, protesta Pérsio. “Se os caminhões envolvidos em obras podem circular no período da manhã, a prefeitura poderia destinar o período da tarde para o transporte de medicamentos”, sugere.

Pérsio acredita que o setor não deverá substituir a frota de caminhões por vans, furgões, caminhonetes ou picapes. Para ele, as grandes redes, que ofertam os melhores preços, possuem seus próprios centros de distribuição e isso acarretaria um grande prejuízo – que pelas normas do setor, não poderia ser repassado ao consumidor. “Já as pequenas farmácias têm seus fornecedores e isso dependeria deles, mas provavelmente não irão substituir a frota”, analisa.

Atualmente, uma comissão denominada Caez está discutindo as exceções da ZMRC com a prefeitura. A Abrafarma (Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias) também tem atuado de forma política para tentar incluir a distribuição de medicamentos no bloco de exceções, liberando os caminhões para rodar dentro do centro expandido apenas para esta finalidade.

“Restrição pior, ninguém faz”

Parafraseando o jingle das Lojas Marabraz – preço melhor, ninguém faz” –, o novo centro expandido tem prejudicado diversos setores do comércio. Por meio de uma nota oficial, a rede varejista se mostra indignada com a ZMRC, que deverá prejudicar em muito os negócios da companhia: “entendemos que tal decreto, por não excluir alguns serviços essenciais de entrega, como por exemplo móveis, será fatal para o segmento em que a Marabraz está inserida e para a economia da região”.

Atualmente, a Marabraz promeve a entrega de cerca de 20.000 entregas/mês dentro do perímetro da ZMRC. Cerca de 75% – 15.000 – deste volume é descarregado em prédios e outros tipos de condomínios. “Como sabemos, 100% dos condomínios não permitem a realização de entregas após o horário comercial”, argumenta a direção em seu comunicado. “E, muitas vezes, alguns condomínios limitam ainda mais os horários de entrega. Com isso, se torna impossível a entrega de móveis nos horários regulamentados”, justifica.

Para piorar ainda mais o cenário, a direção da Marabraz explica que o seu público alvo vem das classes C, D e E, que em muitos casos, inicia sua jornada de trabalho às 4h30 da manhã. “Sendo assim, entendemos que nenhum cliente efetuaria uma compra ou aguardaria uma entrega, sabendo que essa só poderá ser realizada entre às 21horas e 05 horas da manhã”, preocupa-se. Segundo o escrito no comunicado, mesmo sem perceber, a ZMRC pode ter condenado clientes e nichos de mercado ao prejuízo. “O decreto válido desde o último dia 30 de junho de 2008, que não exclui o serviço de entrega de móveis, será fatal para os clientes e, conseqüentemente, para a Marabraz.

Contabilizando o prejuízo

Ainda segundo o comunicado, os impactos já são notados através da redução nas vendas realizadas na ZMRC. “Ao longo do mês, estimamos uma redução de pelo menos 70% nas vendas na região, o que representa uma perda anual superior a 170.000 clientes”, estima o rombo, em um momento em que a economia interna está fervendo.

 

Fonte: Transpo-online – www.transpoonline.com.br

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