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Conteúdo 3 de maio de 2010

Varejo crescerá mais de 4% impulsionado pelo consumo da classe C

O comércio varejista terá uma expansão entre 4% e 5% em 2010, puxado pelas compras da classe C, com renda familiar entre R$ 1.500 e R$ 4.500. Este público será responsável por cerca de 60% do crescimento esperado, segundo pesquisa da Nielsen. Em 2009, a ampliação das vendas do segmento foi de apenas 3% em função de impactos da crise internacional.

“Neste ano, a classe média continuará exercendo papel relevante para o setor (do varejo). Em 2009, sua contribuição para o aumento das vendas de uma cesta de 50 categorias de produtos de consumo massivo foi de 60%. Em 2010, o peso desse público tende a ficar no mesmo patamar ou superá-lo”, destacou Eduardo Ragasol, presidente da empresa especializada em pesquisas e serviços de inteligência de mercado, em participação no comitê de Marketing da Amcham-São Paulo.

O presidente da Nielsen informou que a participação da classe C para o setor tende a se manter elevada devido à oferta de crédito e à criação de novos empregos. “O Brasil receberá investimentos do governo e da iniciativa privada, especialmente em infraestrutura e manufatura. Isso significa trabalho”, disse.

Ele salientou também a importância da ascensão de mais famílias do Norte e do Nordeste à classe média, agregando um universo de consumidores para o varejo. Antes, o desenvolvimento do setor estava muito concentrado nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste.

Perfil

Eduardo Ragasol explicou que os consumidores da classe C costumam pesquisar bastante e são criteriosos ao realizarem suas compras. “Eles não compram por impulso, são conscientes, escolhem os produtos pela relação entre qualidade e preço, e buscam promoções.” A preferência dessa faixa é ir às compras a cada 15 dias e aos finais de semana, quando diversos integrantes da família podem ir juntos às lojas e supermercados.

No que toca a esse público, a Nielsen computa aumento na penetração de diversos produtos e serviços. Entre 2007 e 2009, ganharam mais espaço, por exemplo, TV por assinatura (a fatia dos que usam esse serviço passou de 6% para 15%), celulares (74% para 82%), Internet (de 13% para 19%) e computadores (23% para 39%).

Para falar sobre esses últimos itens, relacionados à tecnologia de informação, o comitê contou com a participação de César Aymoré, diretor de Marketing da Positivo. Ele contou que o mercado de computadores no Brasil deverá chegar a 12 milhões de unidades em 2010, superando o volume de vendas de 9 milhões obtido em 2009. “O País tem inúmeras oportunidades de negócios e a penetração dos computadores na classe C ainda é baixa. Há bastante espaço para crescimento”, analisou.

A Positivo ampliou suas vendas em 90% em apenas quatro anos, atingindo a marca de 1,77 milhão de computadores em 2009. Pesquisas realizadas pela companhia mostram que o computador representa alto investimento e um orgulho para as famílias. “O equipamento está muito atrelado à visão de educação dos filhos e à ascensão profissional, mas também há ligação com entretenimento, filmes, fotos e músicas. O computador fica normalmente na sala e tem ocupado o lugar da televisão”, pontuou Aymoré.

Outros segmentos

Um dos produtos que têm grande apelo junto à classe C é o café. Hoje, conforme Ricardo Souza, diretor de Marketing da Sara Lee Cafés do Brasil – detentora das marcas Café do Ponto (Premium), Pilão, Caboclo, União e Moka –, nada menos que 97% dos brasileiros consomem a bebida, sendo que a classe média responde por 80% do volume. O apelo para vendas aqui está vinculado principalmente ao café pela manhã como decisivo para o enfrentamento do dia-a-dia e ao hábito de servir a bebida como elemento de cordialidade na hora de receber visitas e amigos.

A marca Pilão, a mais focada na classe C, detém hoje 50% do mercado de cafés nos Estados de São Paulo e Rio de Janeiro. A empresa trabalha ainda com diversas outras bandeiras no Nordeste e desenvolve embalagens diferenciadas, que permitam desembolsos menores por compra e permitam maior experimentação.

Viagens também ganham espaço junto à classe média. De acordo com a Nielsen, 32% das famílias com esse padrão de renda afirmam viajar durante as férias uma vez por ano. Na Royal Caribbean Brasil, companhia especializada em cruzeiros marítimos, esse público já representa 20% da ocupação no País. “Estamos desenvolvendo pacotes diferenciados e derrubando o estigma de que cruzeiro é apenas para pessoas ricas”, disse Faustino Pereira Júnior, diretor comercial da companhia.

Para alcançar esse objetivo, a Royal Caribbean traçou uma estratégia diferenciada. Primeiro, passou a oferecer mini-cruzeiros de três noites, cobrando em média US$ 135 por noite. A ideia é, depois, disponibilizar pacotes intermediários de sete noites. A empresa também adotou a venda porta-a-porta para incentivar os novos viajantes. “Uma consultora vai à casa dos consumidores, explica como funciona o cruzeiro e mostra fotos e folderes”, afirmou Pereira Júnior. Em boa parte pela adesão da classe C, o segmento de cruzeiros marítimos no País, ainda segundo o representante da Royal Caribbean, deverá receber 120 mil passageiros em 2010, o dobro do ano passado.

Fonte: Amcham (Câmara Americana de Comércio)
Foto: Stock.xchng

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