Facebook Twitter Linkedin Instagram Youtube telegram
Conteúdo 8 de setembro de 2009

V Seminário Brasileiro de Logística discute o transporte de cargas

Realizado no dia 1 de setembro último, na sede da NTC&Logística – Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística, em São Paulo, SP, o V Seminário Brasileiro de Logística, que teve apoio da FETCESP – Federação das Empresas de Transporte de Cargas do Estado de São Paulo e do SETCESP – Sindicato das Empresas de Transporte de Carga de São Paulo e Região, contou com a presença de importantes representantes do setor de transporte de cargas brasileiro.

Na ocasião, executivos como Rodrigo Vilaça, diretor executivo da ANTF – Associação Nacional dos Transportes Ferroviários, Antonio Wrobleski Filho, presidente da Trafti, Ricardo Torres, gerente geral de cargas da TAM Cargo, José Geraldo Vantine, presidente da Vantine Solutions, e Renato Barco, diretor de Planejamento e Controle da CODESP – Companhia Docas do Estado de São Paulo, desenharam o cenário atual do transporte de cargas no país, bem como apresentaram as expectativas com relação a este setor.

O presidente da NTC&Logística, Flávio Benatti, responsável pela abertura do Seminário, logo demonstrou preocupação com a situação logística brasileira. Ele disse que, justamente por conta disso, convidou para o evento nomes de peso do segmento de transportes. “O Brasil perde muito em competitividade por causa das inúmeras deficiências logísticas que tem. No entanto, os empresários presentes neste Seminário são capazes de oferecer saídas que, ao menos, possam amenizar as dificuldades que enfrentamos na área de transportes, seja em nível nacional ou internacional”, declarou.

Anéis viários e intermodalidade

José Geraldo, da Vantine Solutions, enfatizou a questão dos anéis viários, que podem ser uma alternativa que tende a contribuir para a aclamada integração de modais, que muito profissionais do setor entendem como o caminho para aprimorar o transporte brasileiro de cargas.

O problema, entretanto, segundo o profissional, é que em São Paulo, por exemplo, se fala na construção de anéis viários há mais de 30 anos. “Eu costumo dizer que o Rodoanel é um fato, mas o ferroanel é apenas uma hipótese, e o hidroanel, um sonho”, disse.

Ele destacou que não adianta querer alterar a matriz de transportes que hoje é predominantemente rodoviária, sem que haja planejamento. “Não dá pra mudar um cenário como este de uma hora pra outra”, garantiu, lembrando que no passado, desde o início da história do Brasil, a infraestrutura foi acontecendo ao acaso, mas, para o futuro, deve ser concebida estrategicamente com foco na logística.

Transporte de cargas deveria entrar nos trilhos

Ao pegar o mapa ferroviário dos Estados, fica até difícil enxergar a divisa deles, tamanha é a quantidade de ferrovias existentes. Agora, ao fazer o mesmo com o mapa ferroviário brasileiro, o difícil é achar os trilhos. Hoje, segundo informações passadas por Vilaça, da ANTF, a malha ferroviária brasileira acumula 28.341 km, mas, na opinião dele, já poderia totalizar 52.000 km.

Para o presidente da Associação, o que falta no Brasil é capacidade de planejamento. “Esta questão deveria ser colocada nas mãos da iniciativa privada, porque o governo não tem capacidade de gerir isto”, criticou, afirmando que nos últimos 12 anos o governo investiu cerca de R$ 920 milhões em ferrovias, ao passo que investidores privados foram responsáveis por algo em torno de R$ 20 bilhões.

Na sequência, Vilaça endossou as palavras de José Geraldo, que havia apontado o ferroanel como uma mera hipótese, mas foi ainda mais ferrenho na crítica: “o ferroanel não vai sair porque não há interesse do governo. Talvez a discussão volte à tona daqui a 15 anos”.

O transporte aéreo deve crescer

Se o transporte ferroviário e os anéis viários dependem da ajuda do governo, o setor de transporte aéreo, apesar de também depender desse auxílio, talvez seja o que apresente melhores perspectivas.

Segundo Torres, da TAM Cargo, nos próximos 20 anos o fluxo de cargas nos aeroportos do mundo deverá crescer em torno de 5,8% ao ano, sendo que o Brasil está entre os 20 maiores exportadores do planeta. Ele apontou que o fato de o país ter dimensões continentais, bem como a necessidade cada vez mais latente de urgência nas entregas, faz com que o modal aéreo seja cada vez mais requisitado, constituindo uma tendência.

Contudo, ele lamentou que na matriz de transporte nacional, o modal aéreo ainda representa menos de 1%, e disse que falta espaço para a construção de terminais de cargas mais bem estruturados e falta também mão de obra capacitada para atuar neste setor.


Está na hora de melhorar a estrutura dos portos

Esta é a frase que resume a palestra feita por Barco, da CODESP. Ele relembrou que os portos brasileiros foram construídos na época em que o país era colônia e precisava enviar produtos para o continente europeu, e disse que está na hora de melhorar a infraestrutura, tanto internamente quanto nas vias de acesso.

Com base em um estudo de acessibilidade ao Porto de Santos, encomendado pela entidade, o qual será entregue no final deste ano, Barco especulou que 75% das estradas que se ligam ao porto estão em estado de saturação, enquanto apenas 30% das ferrovias já atingiram este nível. “Deve-se estudar e executar alternativas para melhorar o fluxo de entrada e saída de cargas”, argumentou, referindo-se não só ao Porto de Santos, mas a todos os portos do país.

Fusão é o caminho?

Recentemente, da fusão entre cinco empresas de logística nasceu a Trafti. Por isso, Wrobleski, que não é só o presidente da nova companhia de operações logísticas, como também foi um dos responsáveis pelo processo de fusão, foi convidado a falar sobre este assunto no evento.

Segundo ele, as fusões entre empresas podem acontecer por diversos motivos, mas um deles é que muitos setores apresentam falhas e entraves.

Wrobleski comentou que do total de fusões registradas no Brasil – 384 ao ano é a média histórica –, as empresas de logística e transportes já representam 10%. “Este é um número para ser considerado, já que este setor não era tão representativo há alguns anos”, destacou, projetando que só no Brasil, neste ano, deverão ser concretizadas 573 fusões, mostrando que esta é uma tendência crescente.

Volvo
Enersys
Savoy
Retrak
postal