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Conteúdo 15 de julho de 2008

Trabalhadores de Itajaí paralisam atividades por quase 20 horas

Os trabalhadores portuários avulsos de Itajaí paralisaram suas atividades no final da tarde de domingo (13) e só retornaram ao trabalho no final da manhã desta segunda-feira (14). A medida tomada foi um protesto contra o Teconvi.

Por volta das 17 horas de domingo (13), atracou no Terminal Portuário de Navegantes o navio “Maersk Duncan”. A Maersk é uma das principais acionistas do Teconvi, empresa responsável pelas operações portuárias na área arrendada do Porto de Itajaí. Com a saída da embarcação, nesta segunda-feira (14), por volta das 10h30, os trabalhadores retornaram às suas atividades normais no Porto de Itajaí.

De acordo com o presidente do Sindicato dos Estivadores e da Intersindical dos Trabalhadores Portuários de Itajaí, Saul Airoso da Silva, “o trabalhador não pode conceber a idéia de que a Maersk ponha navios na Portonave, com a justificativa de que lá tem ‘portainer’ e aqui no Porto de Itajaí não tem. O (equipamento) MHC exerce a mesma função”, pondera o dirigente. Ainda segundo ele, a primeira informação que chegou aos trabalhadores era de que a medida de atracar no Terminal de Navegantes ocorreria uma única vez. “Mas já estamos sabendo que pode acontecer de novo”, reclama.

Saul Airoso cita que cerca de 40% da movimentação do Porto de Itajaí está se transferindo para a Portonave. “Não há cargas novas, o que é gravíssimo. O que ocorre na prática é este significativo êxodo de cargas de Itajaí para Navegantes. Então, os trabalhadores, por iniciativa própria, decidiram realizar este protesto, paralisando todas as suas atividades em Itajaí durante o período de estada do navio ‘Maersk Duncan’ no terminal de Navegantes”, explica o dirigente.

Conforme ele, previamente foram feitas várias propostas pelos trabalhadores para o Teconvi, na tentativa de se chegar a um acordo e assim impedir a realização do movimento de protesto. “Isto mostra toda a flexibilidade e interesse por parte do trabalhador de chegar a um entendimento”, considera.

Ao todo, Saul Airoso lista quatro propostas apresentadas pelos TPA’s:

1. Trazer o navio para o Porto de Itajaí, pois a própria autoridade portuária garantia o ajustamento da operação;

2. Levar o trabalhador de Itajaí para realizar a operação na Portonave, até porque a mão-de-obra avulsa, por duas vezes, operou navios durante a implantação do Terminal de Navegantes;

3. Que a Portonave fizesse uma compensação monetária proporcional à quantidade movimentada no navio, que foi de 80 contêineres;

4. A mais extraordinária: a categoria se ofereceu para trabalhar de graça no navio ‘Maersk Duncan’.

Mesmo assim, segundo Saul Airoso, o Teconvi e a Maersk não contornaram a situação. Informações vindas da Maersk para os trabalhadores deram conta de que o acordo não foi possível porque a Portonave não aceitava a mão-de-obra avulsa atuando em seu Terminal.

Ainda nesta segunda-feira pela manhã, Saul Airoso da Silva seguiu para Florianópolis, onde à tarde participaria de uma audiência. Na seqüência, ele segue para Brasília onde participa, nesta terça-feira, dia 15, de uma reunião extraordinária convocada pelo Secretário de Portos do Governo Federal, Pedro Brito.

Paralisação nos portos de todo o País dia 16 de julho está confirmada

A Federação Nacional dos Estivadores (FNE) comunica que os portos brasileiros estão preparados para a paralisação de 24 horas, no dia 16 de julho, conforme acordado na última plenária, que aconteceu no Rio de Janeiro, com a participação de 91 lideranças sindicais.

"Seremos recebidos pelo Ministro da Secretaria Especial de Portos, Pedro Brito, na próxima terça-feira (15), às 14h30, para discutir a nossa pauta de reivindicação. Porém, a paralisação está mantida", anuncia o presidente da FNE, Wilton Barreto.

O principal objetivo é a publicação de um decreto que flexibilizará ainda mais as regras para abertura de portos privativos. A grande preocupação da categoria é que terminais privativos de uso misto possam ser abertos daqui para frente com regras mais brandas, sem cota mínima de carga própria, o que os tornaria em concorrentes predadores dos portos públicos e sem a obrigatoriedade de operar com trabalhadores inscritos nos OGMOS, de acordo com a Lei 8630/93.

Outras reivindicações – Também fazem parte da pauta de reivindicação a inclusão dos avulsos de atividades dentro e fora da área do porto organizado, a aposentadoria especial dos trabalhadores portuários, e o cumprimento da convenção 137 da OIT, com a recomendação 145 do Governo Brasileiro.

 

Fonte: Revista Portuária

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