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Conteúdo 9 de novembro de 2009

Simpósio sobre RFID discute implementação da tecnologia

De 27 a 29 de outubro, em São Paulo, SP, ocorreu o IV Simpósio Internacional de Soluções de Negócios em RFID, considerado o maior encontro sobre o assunto da América Latina. Na ocasião, especialistas em tecnologia de identificação e rastreamento por radiofrequência apresentaram os avanços tecnológicos e discutiram algumas implementações da tecnologia.

No primeiro dia, logo pela manhã, aconteceu o Encontro das Universidades, no qual trabalhos acadêmicos previamente selecionados, em campos diversos, como Engenharia, Gerenciamento de Supply Chain, etc., foram apresentados aos participantes do Simpósio. De acordo com a organização do evento, nesta edição, o número de trabalhos inscritos foi 50% superior ao do ano passado.

No período da tarde, ocorreu o curso Introdução ao RFID, conduzido por professores e especialistas na tecnologia, que apresentaram conceitos técnicos e mostraram de que forma esta tecnologia agrega valor aos negócios.

O ciclo de palestras, iniciado no segundo dia de evento, contou com as importantes participações de PhD. Ben M. Bensaou, membro da escola de negócios Blue Ocean Strategy Network, que falou sobre a estratégia do Oceano Azul, com foco em inovação de valor, diferenciação e redução de custos; e Didier Chenneveau, vice-presidente executivo de Supply Chain da LG Electronics e membro do conselho da EPC Global, o qual mostrou como os padrões EPC Global podem gerar benefícios para as empresas.

Além deles, outros especialistas de renome internacional compareceram ao Simpósio, como Rajit Gadh, fundador do Wireless Media Lab da University of Califórnia, que apresentou o tema “Desenvolvendo o Business Case em RFID”; e o fundador e editor do RFID Journal, Mark Roberti, que abordou o tema “Por que RFID Agora?”.

Já o time de palestrantes brasileiros contou com as presenças de Luiz Antonio Silveira Lopes, que já foi chefe da Seção de Desenvolvimento de Sistemas do Comando de Operações do Exército e falou sobre as aplicações de EPC/RFID adotadas pelo Exército Brasileiro; e Pedro Donda, presidente do grupo STP – Serviços e Tecnologia de Pagamentos, que apresentou o caso do Sem Parar, que é a cobrança eletrônica de pedágios por meio de radiofrequência. Ainda, Samuel Bloch, apresentou números atualizados sobre o projeto de RFID na Embraer, e Mauricio Aimola, representante da Provectus, explicou como foi feita a identificação por meio de radiofrequência dos produtos na Super Casas Bahia 2008.

Algumas novidades marcaram a quarta edição do Simpósio. Uma delas foi o lançamento do primeiro livro sobre RFID que aborda a experiência brasileira com a tecnologia. Com o título “Implementando RFID na Cadeia de Negócios”, a obra apresenta estudos de casos nacionais envolvendo a tecnologia.

Fruto do trabalho de instituições como Unicamp, Poli-USP, PUC/RS, PUC/RIO, Universidade Federal de São Carlos, Faculdade de Engenharia de Sorocaba, Universidade Federal de Goiás, Unifieo, Flextronics Institute of Technology e Instituto Eldorado, além das empresas Embraer e HP Brasil, o livro foi entregue aos participantes do evento.

Exposição RFID Show

Paralelo ao evento aconteceu uma exposição de aplicações inovadoras da radiofrequência: o RFID Show. A ABnote, por exemplo, expôs tags, pulseiras para identificação, etiquetas para roupas, cartões rígidos laminados, cartões flexíveis e brincos de boi, além de antenas UHF de segunda geração.

A Gtt, por sua vez, mostrou ao público uma solução que permite fazer a localização dos produtos e equipamentos rastreados por RFID tanto para controle de estoque hospitalar quanto para gerenciamento de contêineres.

Já a Torres Etiquetas, que é a principal provedora de etiquetas inteligentes para os fornecedores do Exército Brasileiro, apresentou uma solução para controle de enxovais para hotéis e hospitais, a qual garante a rastreabilidade das peças mesmo após processos de lavagem industrial.

Não apenas no estande, mas em diferentes pontos do evento, o RFID CoE, Centro de Excelência em RFID da HP Brasil em Sorocaba, SP, mostrou várias aplicações distintas da tecnologia. Logo na recepção, leitores de RFID colocados na área de entrada do local direcionaram os convidados ao balcão de atendimento, agilizando o processo ao apresentar as informações de cada pessoa ao atendente.

Outra aplicação da radiofrequência que chamou muito a atenção dos visitantes foi a Adega Inteligente, por meio da qual cada garrafa é identificada por uma etiqueta RFID para que o sistema de leitores faça o inventário da adega, informando a quantidade disponível de garrafas de cada tipo de vinho. Desta forma, sempre que uma garrafa é retirada da estante, o sistema a identifica e exibe, em um monitor de alta definição, informações detalhadas sobre ele, como procedência, sugestões de acompanhamento, quantidade armazenada, etc.

Visita ao RFID CoE em Sorocaba

No último dia do Simpósio, a HP Brasil recebeu os participantes no RFID CoE em Sorocaba, no interior do estado. Além do laboratório – o único acreditado pela EPC Global, organização que regula os padrões da tecnologia no mundo –onde foram e estão sendo desenvolvidas várias aplicações de RFID, como a Adega Inteligente, por exemplo, os convidados puderam conhecer a linha de produção de impressoras da companhia.

Na visita, o gerente operacional do RFID CoE, Octávio Povoa, revelou que durante os testes das aplicações da tecnologia, o laboratório procura simular o pior cenário possível, para que na hora de realizar o projeto-piloto na planta do cliente, os ajustes necessários sejam mínimos, possibilitando ganho de agilidade no processo e obtenção de resultados mais rapidamente.

Segundo o gerente comercial do local, Gedier Ribeiro, nos anos anteriores, o foco dos estudos era apenas o RFID em si. Porém, hoje, o principal objeto de estudo do laboratório é o tratamento das informações captadas com a tecnologia de radiofrequência. “Trata-se de uma solução que visa garantir a acuracidade e, principalmente, o controle das informações coletadas”, explicou, como ocorre com o sistema da adega.

A HP começou a realizar pesquisas sobre a aplicação de RFID em 2002, inicialmente etiquetando caixas e paletes em suas fábricas em Memphis e Manchester, nos Estados Unidos. Em 2004, no Brasil, começou a fazer testes aplicando as tags de radiofrequência nos próprios produtos, ao invés de nas embalagens e paletes, buscando maior eficiência nas operações internas.

Por ser a única fábrica da empresa a dispor de manufatura, distribuição e Logística Reversa no mesmo local, a planta de Sorocaba foi escolhida para o projeto-piloto. Assim, em 2005, foi inaugurado o RFID CoE, que demandou investimentos de US$ 3 milhões e foi o responsável pela implantação da tecnologia nas operações realizadas por lá. Hoje, a HP etiqueta os chassis das impressoras com o propósito de obter informações sobre todo o ciclo de vida do produto.

Atualmente a unidade de Sorocaba produz mais de um milhão de equipamentos por ano – diariamente são fabricadas 8.500 unidades – sendo que mais de 65 leitores RFID fazem a leitura de toda a operação. As impressoras recebem as tags no final da linha de produção após serem embaladas e agregam agilidade no decorrer da cadeia, já que por onde passam, dentro da fábrica, são identificadas pelos leitores.

Texto: André Salvagno / Logweb

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