Facebook Twitter Linkedin Instagram Youtube telegram
Conteúdo 23 de agosto de 2010

Safra recorde vai expor a fragilidade da infraestrutura

O IBGE acaba de anunciar que a safra de 2010 será a maior da história, alcançando 146 milhões de toneladas, volume 9% superior ao de 2009. Isso apenas confirma o desenvolvimento da agricultura brasileira, mas, por outro lado, evidencia a estagnação em outras áreas. “Infelizmente, boa parte dessa riqueza vai se perder por conta da precariedade da infraestrutura”, avalia o especialista em transporte e logística, Antonio Wrobleski Filho, sócio da AWRO Participações e Logística.

De acordo com ele, o Brasil se aproxima da excelência quando se trata de plantar e colher, mas convive com a mediocridade quando se trata de transportar e embarcar os alimentos.

Grandes produtores, o centro-oeste e o Nordeste sofrem com a falta de alternativas próximas de escoamento. Boa parte da produção precisa ser embarcada no porto de Santos, SP, ou de Paranaguá, PR, uma viagem de cerca de 2.000 quilômetros. Hoje se sabe que durante essa viagem sem fim, cerca de 60 kg da carga de cada caminhão se perde pelo caminho. Isso faz com que o custo de produção em Mato Grosso, por exemplo, seja mais que o dobro do Paraná. E a diferença se explica exclusivamente pelo custo e as dificuldades do transporte.

Mais de 70% das rodovias utilizadas para o escoamento da carga são de péssima qualidade. Também contribui para o problema o estado de conservação da frota normalmente utilizada. Uma safra desse tamanho coloca cerca de 200 mil caminhões a mais rodando pelas estradas. “Em sua grande maioria têm mais de 15 anos de uso, estão obsoletos e mal conservados. Isso prejudica o tempo de viagem, a segurança e aumenta o desperdício”, diz Wrobleski. Por outro lado, é temerário investir em novos equipamentos que ficarão ociosos fora do período de safra.

A solução mais próxima para essa questão, na opinião do profissional, seria utilizar as ferrovias para o escoamento. “No entanto, as linhas são insuficientes e mais de 80% da malha está ocupada pelos setores siderúrgico e de mineração”, informa o especialista.

“Para evitar os desperdícios é preciso construir, investir, principalmente na extensão da malha ferroviária e criação de novos portos e modernização dos já existentes. No papel, o PAC contempla muitos avanços nessa área, mas é necessário que seja executado. Até agora, muito pouco foi feito”, avalia Wrobleski.

O profissional finaliza afirmando que é “necessário fixar datas e cronogramas e as avaliações devem ser feitas em curtos espaços de tempo para verificar o andamento das obras. E, para isso funcionar, é fundamental que a sociedade e a iniciativa privada pressionem o Governo. Afinal, se o poder público é o principal (mas não o único) responsável pela revitalização da infraestrutura, as empresas e os cidadãos são os grandes prejudicados por seu sucateamento”.

Texto: Assessoria de Imprensa da AWRO Participações e Logística
Foto: Stock.xchng

Volvo
Enersys
Savoy
Retrak
postal