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Conteúdo 27 de maio de 2012

Rodrigo Luiz, da Finnet, fala sobre TI e logística

Competitividade do mercado brasileiro e falta de mão-de-obra qualificada são tópicos comentados pelo especialista. Ele também informa que, segundo previsões, até 30% do budget de logística das companhias serão destinados à TI até 2016.

E ficiência nas operações, diminuição no impacto da infraestrutura logística e transparência na relação com fornecedores são fatores que estão impulsionando companhias dos variados setores a investir em sistemas de automatização de processos logísticos. Observando a crescente demanda por sistemas que se integrem com a logística de cada companhia, a Finnet (Fone: 11 3882.9200), empresa que fornece soluções tecnológicas para a otimização do fluxo de informações e tem como clientes a Johnson & Johnson e Heineken, está lançando três tecnologias para o acompanhamento, recebimento e controle de Supply Chain e pretende expandir a área de logística em 100% até o final de 2012.

As novas tecnologias, Gestão de Expedição e Distribuição de Produtos, Gestão de Agendamento de Beneficiadores e Fornecedores e Gestão de Coletas de Produtos, fazem parte do agressivo plano de investimento da Finnet na cadeia de suprimentos.

Entre os lançamentos está a ferramenta de Gestão de Ocorrências, que permite às empresas contratantes e transportadoras controlar, em tempo real, todo o percurso da carga e a entrega das mercadorias. Pensando na organização dos Centros de Distribuição e Recebimento, a Finnet desenvolveu também um sistema exclusivo para o agendamento das entregas. Nele, cada transportadora, por meio de um login e senha, consulta o melhor horário para encostar o caminhão e – pelo sistema – realiza o agendamento. A empresa, por outro lado, consegue programar toda a equipe e controlar melhor o andamento das entregas.

O terceiro lançamento da Finnet é a solução para Gestão de Distribuição, algo bastante similar aos dashboards dos aeroportos e que permite que todos acompanhem como está a demanda do centro de distribuição.

Aproveitando os lançamentos da Finnet, Rodrigo Luiz, gerente de soluções integradas da companhia, engenheiro da computação pela Universidade Vale do Paraíba, com MBA em Gestão de Projetos pela Fundação Getúlio Vargas e mestrado pelo Instituto Tecnológico de Aeronáutica – ITA, concedeu uma entrevista exclusiva para a revista Logweb e fala sobre a importância da Tecnologia da Informação no segmento logístico e como o mercado deve agir nos próximos anos. Atuando desde 2006 na área de integração de soluções na cadeia de suprimentos, com especialidade em logística, financeiro, fiscal e manufatura, o profissional afirma: “há previsões de que até 30% do budget de logística das companhias serão destinados à TI até 2016”.

Logweb: Como você analisa o mercado de TI voltado para a área de logística para os próximos anos?

Rodrigo Luiz: O segmento de logística no Brasil está atravessando um momento de adaptação tecnológica devido às novas exigências dos governos a respeito de informações fiscais e tributárias, com o aumento da necessidade de integração colaborativa entre sua cadeia de valores. Com isso, o mercado de TI para logística está focando os esforços em tecnologias e soluções que no passado eram somente utilizadas no segmento financeiro. Soluções em tempo real, missão crítica e sistemas colaborativos (CSCW – Computer Supported Coopertative Work) são o futuro da TI no mercado de logística brasileiro.

Logweb: Houve mudanças na maneira como as empresas estão enxergando o segmento de TI voltado para operações logísticas? Como se deu essa evolução?

Rodrigo Luiz: Muitos entendem que a evolução da logística brasileira será apenas reflexo da Copa do Mundo e das Olimpíadas que serão sediadas aqui, porém os cenários interno e externo da economia estão norteando as necessidades da evolução tecnológica da logística no Brasil. As empresas brasileiras estão sendo cada vez mais expostas a uma maior competitividade do mercado globalizado. A crise na Europa e nos Estados Unidos também faz com que a alta liderança das empresas multinacionais dêem maior importância às informações das plantas brasileiras, exigindo maior controle e gestão das operações logísticas realizadas. Portanto, estamos vivenciando um novo momento em todos os segmentos da economia brasileira. A logística, em especial, deverá ter um ganho mais significativo devido ao atraso tecnológico havido ao longo dos anos, porém esse ganho será silencioso, já que envolve processos sigilosos e que estão diretamente relacionados à estratégia de crescimento da empresa perante a concorrência.

Logweb: Quais são os grandes benefícios que a TI pode trazer para a logística?

Rodrigo Luiz: A Tecnologia da Informação para a logística, assim como para os demais segmentos da economia, traz benefícios no aumento da vantagem competitiva perante os concorrentes, na diminuição de desperdício de recursos, auxilia a tomada de decisão, permite maior exposição ao mercado com objetivo de aumento do faturamento e aumenta a dirigibilidade da empresa. Essa última característica, pouco percebida pelos empreendedores, é de extrema valia para a sobrevivência da empresa, pois ela só pode ser dirigida facilmente se o condutor tiver informações relevantes e consistentes da sua realidade.

Logweb: No ranking de investimento que os operadores logísticos realizam todos os anos, que envolve ampliação de frota, de armazém, etc., em que lugar você acha que as soluções de TI estão?

Rodrigo Luiz: Culturalmente no Brasil, os investimentos em logística se resumem à compra de caminhões. No entanto, essa tendência está sendo alterada com a imersão dos operadores logísticos no mundo digital. Estima-se que até 30% do budget da logística possa ser destinado à TI até 2016.

Logweb: Em termos de investimentos, ainda é caro no país comprar soluções de TI voltadas para a tecnologia? O que é preciso ser feito para que o preço seja mais baixo?

Rodrigo Luiz: O setor de TI no Brasil, assim como outras áreas, também sofre com a defasagem educacional especializada. Uma vaga de desenvolvedor pode ficar em aberto até 6 meses, em alguns casos, por falta de mão-de-obra especializada. Por isso, o custo da mão-de-obra e o risco dos projetos ainda são características que aumentam o custo dos projetos para os clientes. Uma alternativa é a utilização de serviços de TI fornecidos por empresas especializadas que puderam amortizar seus investimentos no desenvolvimento de soluções que podem ser utilizadas por vários clientes. O modelo de serviço (SaaS – Software as a Service) traz o conceito de nuvem (Cloud Computing), que vem ganhando força devido às maiores capacidades de processamento e armazenamento de dados e maior velocidade nas transações, com um custo cada vez mais baixo. Isso permite que as empresas evoluam e desfrutem das tecnologias desenvolvidas para o setor com um custo acessível.

Logweb: Quais os incentivos que a indústria de TI para logística precisa do governo? O que o governo ainda precisa fazer para aquecer ainda mais esse mercado?

Rodrigo Luiz: O governo cria iniciativas de incentivo conforme a sua necessidade e interesse. Portanto, as últimas exigências do governo para informações fiscais, como Nota Fiscal Eletrônica, Conhecimento de Transporte Eletrônico, SPED, entre outros, formaram um conjunto de necessidades que obrigaram as empresas a investirem em Tecnologia da Informação e aqueceram esse mercado no Brasil.

Logweb: Existe mão-de-obra qualificada nesse setor, no Brasil? Quais os principais diferenciais que os colaboradores que atuam nessa área devem ter?

Rodrigo Luiz: O Brasil ainda está longe de ter quantidade suficiente para suprir a demanda de mão-de-obra com qualidade para TI, diferente do que ocorre em outros países que possuem cultura de investimento em educação. Os colaboradores que atuam nesta área devem se preocupar não apenas com conhecimento técnico, mas, também, devem investir em assuntos comportamentais e de relacionamento humano. O fato de saber entender o cliente e como se relacionar com ele aumenta a possibilidade de sucesso em projetos.

Logweb: O que não pode faltar numa solução de TI para logística?

Rodrigo Luiz: Sabemos que cada solução de software, independentemente do setor, deve obedecer às necessidades particulares de cada empresa. Sendo assim, quanto maior a aderência da solução a estas individualidades, maior a probabilidade de aceitação dos usuários. Diversas empresas realizaram grandes investimentos voltados para o desenvolvimento de softwares que, após implantados, não foram utilizados por não suprirem as demandas individuais de cada situação. Conciliar o modelo de software por serviço e, ainda sim, respeitar as individualidades das empresas é um fator desafiador para os fornecedores de soluções de TI, além de ser um diferencial competitivo de entrada neste mercado. 
 

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