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Conteúdo 1 de julho de 2008

Pesquisa Ibope acende luz amarela sobre governo Lula

Uma onda de pessimismo – a economia, sempre a economia – ronda as expectativas do eleitorado brasileiro e acende uma luz amarela para o longo idílio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com o eleitorado brasileiro, que lhe tem garantido a imagem blindada a escândalos e problemas desde início de 2006. A imagem do presidente e do governo ainda não foram afetadas, mas a pesquisa CNI/Ibope divulgada ontem mostrou que 65% dos brasileiros –o mais alto índice de todo o governo Lula – acham que a inflação vai aumentar (em março, 51% falavam em alta).

Com exceção do curto período do mensalão, os escândalos não chegaram a afetar a imagem de Lula e do seu governo, por serem de difícil compreensão pelo eleitorado, explica Márcia Cavallari, diretora do Ibope. "Mas com os problemas da economia é diferente. O eleitor sente no bolso e percebe de forma concreta", explica. Márcia acha que, se o governo não der respostas imediatas às vulnerabilidades da economia, as imagens de Lula e do governo poderão ser, afinal, arranhadas.

Ela registra que todos os indicadores de expectativa sobre a economia variaram negativamente. A aprovação da política do governo no combate à inflação caiu 10 pontos porcentuais (de 51%, em março, para 41%) e a desaprovação às políticas públicas para segurar a inflação subiu 10 pontos (de 43% para 53%). Para 46%, a inflação "vai aumentar" e, para 19%, "vai aumentar muito".

Desemprego

E não é só. Em março, 42% diziam que o desemprego iria crescer ; agora, o número subiu para 52% ("vai aumentar" para 38% e "vai aumentar muito" para 14%), o que simboliza aumento da descrença nos fundamentos da economia.

A mesma visão negativa se refletiu na expectativa de aumento da renda pessoal: em março, 42% acreditavam que sua renda pessoal cresceria nos seis meses seguintes; agora, apenas 37% continuam acreditando nisso.

A aprovação à política de juros do governo caiu 8 pontos (de 39% para 31%); a aprovação da política de impostos encolheu 4 pontos (de 35% para 31%), com o provável reflexo da tentativa de aprovar uma nova CPMF; o combate ao desemprego caiu 3 pontos, sempre acima da margem de erro da pesquisa.

Meio Ambiente

Uma queda de 7 pontos (de 60% para 53%) na aprovação da política de meio ambiente, um ícone que o governo Lula perdeu quando a ex-ministra Marina Silva pediu demissão, completa o quadro registrado pela pesquisa.

Imagem intocada

Cavallari reconhece que a pesquisa registrou um aparente descompasso: enquanto a expectativa do eleitorado piorou em todas as variáveis, a avaliação geral do governo se manteve intocada, com 58% de ótimo/bom (uma taxa muito próxima dos 60,82% de votos que Lula teve no segundo turno em 2006) e apenas 12% de ruim/péssimo. A aprovação pessoal do presidente Lula preservou espetaculares 72%, com apenas 24% de desaprovação. Além disso, o índice de confiança no presidente continuou estável, registrando os mesmos 68% obtidos em março passado, enquanto 29% não confiam (porcentual que era de 28% em março). A nota média para o governo foi de 7,0 (7,1 em março).

A percepção dos brasileiros em relação ao ano de 2008 também continua positiva. Para 80% dos entrevistados, 2008 está sendo bom ou muito bom, índice ligeiramente inferior aos 81% de março. O porcentual dos que consideram que 2008 está sendo ruim ou muito ruim subiu de 18% para 20% na mesma comparação. Em relação às expectativas para o restante do ano, 84% dos entrevistados avaliam que será bom ou muito bom, ante 85% na pesquisa anterior. O índice dos que consideram que o resto do ano será ruim ou muito ruim passou de 8% para 11%.

O Ibope entrevistou 2002 pessoas em 141 municípios entre os dias 22 e 23 de junho. A margem de erro da pesquisa é de 2 pontos percentuais.

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