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Conteúdo 16 de dezembro de 2013

Para os fabricantes de empillhadeiras, 2013 foi um ano de crescimento

A razão do crescimento, segundo um dos entrevistados, deve-se ao fato de, nos últimos anos, o mercado de logística no Brasil ter apresentado uma tendência de crescimento. Já para 2014, apesar do otimismo, as eleições devem gerar apreensão no mercado.

Wanderley Gonelli Gonçalves

Crescimento. Esta poderia ser a palavra que define o ano de 2013 para os fabricantes de empilhadeiras instalados no Brasil. Pelo menos para a maioria dos entrevistados nesta matéria especial de Logweb.

“O ano de 2013, para os fabricantes de empilhadeiras, foi muito positivo, alavancado, principalmente, pelo FINAME PSI e pelo consumo, que gerou uma maior movimentação de materiais desde sua fabricação até o varejo, contribuindo, assim, globalmente, para um crescimento do segmento maior que a média da indústria nacional em geral. Em termos práticos, isso se refletiu em uma produção nacional muito superior ao que estimávamos para o ano de 2013”, apontam, por exemplo, KareenRatton, gerente de desenvolvimento de novos negócios da KION Group, e Sandro Sato, gerente regional de vendas da Linde Material Handling (Fone: 11 3604.4755).

Adriana Firmo, gerente geral da Still Brasil (Fone: 11 4066.8157), também aponta o Finame BNDES/PSI como o grande incentivador da indústria nacional de movimentação de materiais, cuja taxa de financiamento de 3,5% a.a. atraiu investimentos de diversos segmentos. Ainda segundo Adriana, o mercado de empilhadeiras no Brasil cresceu, até o mês de setembro de 2013, 37% em relação ao mesmo período de 2012. Por outro lado, a queda do desempenho industrial e a estagnação do crescimento econômico reduziram o potencial de investimento das empresas, refletindo, também, no mercado de empilhadeiras que, apesar do crescimento em relação a 2012, poderia ter apresentado desempenho ainda melhor. “Levantando as vendas de empilhadeiras do ano de 2012 até 2013, notamos que houve uma expansão significativa no setor”, acrescenta Guilherme Barion de Almeida, diretor comercial da Marcon Indústria Metalúrgica (Fone: 14 3401.2425), complementado pelo engenheiro Fernando Pinheiro, da Zeloso Indústria e Comércio (Fone: 11 3694.6000), cujo principal nicho de atuação envolve empilhadeiras manuais e motorizadas em aço carbono ou aço inox especiais. “Consideramos o mercado em alta, se levarmos em conta a área de atuação da empresa”, diz.

Dentro da Crown Empilhadeiras (Fone: 11 4585.4040), o desempenho foi acima das expectativas. Segundo Evandro Martins, gerente geral – operação comercial Brasil da Crown, o mercado de empilhadeiras elétricas vem crescendo não apenas no Brasil, mas em todo o mundo.

“Esse foi nosso primeiro ano aqui no Brasil, e o que podemos dizer é que nossas expectativas foram superadas”, afirma ele. “Não sei dizer como foi o ano para o mercado como um todo, mas dentro da Crown tivemos ótimos resultados. Mas acho que dentro do nosso segmento, de empilhadeiras elétricas, o mercado está crescendo, pela quantidade de projetos que vemos e pela procura que recebemos. Acho que existe uma tendência para se profissionalizar a parte de empilhadeiras. E, à medida que isso acontece, se começa a comprar máquinas mais específicas, que são feitas para determinado tipo de trabalho. E nisso você começa a ver uma redução na máquina a combustão. Nos Estados Unidos e na Europa, por exemplo, 80% das empilhadeiras já são elétricas”, completa Martins.

Fabricante de 85% dos componentes de suas máquinas, a Crown tem trabalhado com um conceito diferente de venda e locação de equipamentos. Segundo seus executivos, a empresa não realiza cotações de equipamentos. O processo só é realizado após uma analise das necessidades do cliente.

Já Roberto Ueda, gerente geral de vendas da Toyota Empilhadeiras (Fone: 11 3511.0400), lembra que, nos últimos anos, o mercado de logística no Brasil apresentou uma tendência de crescimento, uma vez que a eficiência logística passou a ser um fator determinante de competitividade. Muitas empresas passaram a focar na redução de custos com a diminuição dos estoques e agilidade nas entregas. “Outra tendência ocorrida em 2013 foi o aumento da busca por terceirização das atividades logísticas, visando à redução do custo logístico e do investimento em ativo fixo. Com isto, o ano de 2013 foi muito positivo para a Toyota, conquistamos grandes contas em mercados que não atuávamos anteriormente, iniciamos a produção nacional das empilhadeiras a combustão no Brasil e, também, o nosso negócio de rental”, diz Ueda.

O gerente geral de vendas da Toyota também ressalta que a grande influência no mercado de equipamentos industriais é o índice de desenvolvimento econômico, que se torna uma influência negativa se as empresas reduzem os níveis de investimentos. Com a redução dos índices de investimento, a necessidade de movimentação de materiais também é reduzida e, com isto, o investimento em equipamentos também fica prejudicado, tanto na substituição de equipamentos antigos quanto em relação à compra de novos equipamentos. No caso de substituição, existe um crescimento nos serviços de pós-vendas, porque as empresas decidem que é melhor arrumar o equipamento existente do que fazer a compra de um novo.

Victor Cruz, gerente geral Brasil da MCFA – Mitsubishi Caterpillar ForkliftAmerica (Fone: 11 3170.9201), começa sua análise enfatizando que o setor de empilhadeiras envolve bens de capital, cujo crescimento ou contração está diretamente relacionado ao PIB do país. “O ano de 2013 foi de desafios e incertezas. Todos acompanharam as grandes manifestações públicas, a súbita e rápida desvalorização do real frente ao dólar e a sensação generalizada de incertezas quanto ao crescimento econômico brasileiro. Essas incertezas afetam os investimentos em bens de capital e, consequentemente, os investimentos em empilhadeiras. O ano havia começado forte e houve quase uma paralisação no segundo trimestre e no começo do terceiro, pelos fatores mencionados. Passada a crise de confiança, começamos a ver uma forte retomada na metade do terceiro trimestre e no quarto. Foi um ano para lembrar que aqui é Brasil. Um país cheio de potencial, mas onde é preciso ser cauteloso”, explica Cruz.

2014
Otimismo, Copa do Mundo e eleições, por sua vez, são as palavras que marcam as análises para o ano de 2014.

“Para 2014, esperamos aumentar ainda mais nosso faturamento, já que ao longo dos anos tivemos um ótimo crescimento. Afinal, o mercado de logística está em constante crescimento, o que acarreta em um maior investimento das empresas em equipamentos”, contempla Almeida, da Marcon.

Também otimista, Cruz, da MCFA, acredita que 2014 será um ano melhor que 2013 no que tange ao crescimento econômico e, consequentemente, vendas de empilhadeiras. Mas faz um alerta: também é um ano de eleições presidenciais, o que sempre gera incertezas. “No caso da MCFA vamos manter nosso planos de expansão no país, mas sempre com cautela, buscando antecipar sinais de inflexão.”

“O final de 2014, como em qualquer ano eleitoral, deve ter uns dois meses mais parado, porque o mercado espera saber o que vai acontecer. As eleições ajudam no antes, por causa do consumo, mas em sua época, tudo para, porque os empresários esperam os resultados, ficam apreensivos para saber qual partido vai assumir e ver quais as mudanças que serão feitas”, também analisa Martins, da Crown.

Apesar disso, o executivo acredita que a empresa deve continuar sua consolidação no mercado nacional, com mais crescimento. E que os meses antecedentes à Copa do Mundo também devem ser de crescimento.

“Sempre que você supera metas, como fizemos esse ano, também se cria um novo patamar de expectativas. Então, diria que 2014, se for um ano dentro das nossas expectativas, vai ser ótimo. E vamos continuar com nossos planos de expansão. Enxergamos esse como um ano em que vamos continuar crescendo. Temos que lembrar que a nossa operação aqui fez um ano em julho último, então, 2014 vai continuar a ser um ano de consolidação. Mas também vai ser, principalmente no mercado em que trabalhamos, um ano bom. Porque é um ano de Copa, que é consumo. Talvez no mês do torneio não tenhamos o fechamento de muitos negócios, mas o antes representa muito consumo. E acredito que ele vai ser o responsável por puxar o mercado de logística”, afirma o gerente geral – operação comercial Brasil da Crown.

Também confiante no mercado em 2014, a Toyota considera as perspectivas muito promissoras, principalmente se forem mantidos os índices de investimentos previstos. “Porém, a não realização de muitos investimentos que estão programados para 2014 pode, e muito, prejudicar as perspectivas de crescimento, já que este é um dos principais índices econômicos que influenciam o nosso negócio”, diz Ueda.

Kareen, da KION Group, e Sato, da Linde, apontam que, tendo em vista o término do Finame PSI já em 2013, foi possível verificar algumas antecipações de pedidos, o que certamente refletirá um primeiro trimestre menos aquecido. “Essa tendência deve permear o setor até a realização da Copa e das eleições. Outro fator é o processo silencioso de desindustrialização pelo qual o Brasil passa há algumas décadas – muitos fornecedores da indústria de transformação sumiram pela falta de competitividade. Por essa razão somos fortemente dependentes da importação de componentes para fabricação nacional de nossas empilhadeiras.”

Ainda segundo os representantes da KION Group e da Linde, além da Copa, certamente as eleições presidenciais do segundo semestre e a disputa eleitoral devem influenciar as tendências macroeconômicas do país e indiretamente interferirem no desenvolvimento do segmento. “Se houver um clima favorável e a estabilidade política for preservada, temos ótimas perspectivas de atingir as metas propostas, independente desse fato. Ao contrário, se a disputa gerar uma desconfiança generalizada e, por consequência, o consumo for desestimulado, temos um reflexo negativo direto nos projetos do segundo semestre. Se não houvesse esses dois eventos nacionais de tamanha importância, o ano seguiria atingindo as taxas de crescimento que temos verificado na última década”, avaliam.

Não muito diferente é a avaliação feita por Adriana, da Still. Ela diz que a estimativa é que em 2014 o mercado se comporte de maneira muito similar a 2013. No entanto, a continuidade do Finame BNDES/PSI com taxas atrativas pode reverter este cenário positivamente. “Por outro lado, em 2014, com o Brasil sediando a Copa do Mundo, existe uma tendência de aumento de demanda para equipamentos de movimentação de materiais. Por outro lado, faz-se necessária a continuação de uma política de incentivo, através do BNDES/PSI, para alavancar as vendas de máquinas nacionais”, diz a gerente geral.

Finalizando as análises sobre 2014, Pinheiro, da Zeloso, diz que sua empresa espera um 2014 bem mais aquecido que 2013. Mas, aponta alguns fatores que podem influenciar o desempenho do segmento naquele ano: demanda reduzida nos investimentos de forma geral, importação de máquinas e similares e pouco apoio governamental.

Novos nichos
Os participantes desta matéria especial ainda apontaram os novos nichos de mercado que podem se apresentar para o segmento em 2014.

“Em um mercado em que nos diversos segmentos o manuseio ainda é manual, há um potencial gigante não somente a partir da conquista de novos segmentos, mas, certamente, com a disseminação de uma cultura de manuseio mecânico nos nichos em que já atuamos”, apontam Kareen, da KION Group, e Sato, da Linde.

Ueda, da Toyota, também diz que no Brasil o mercado de empilhadeira ainda tem muito que crescer, principalmente para mercados que ainda não se utilizam de todas as possibilidades que a linha de equipamentos para movimentação logística oferece. “Acreditamos que ainda existem muitos nichos a serem explorados em todo o Brasil.”

Cruz, da MCFA, também diz que o país possui um potencial muito maior para consumo de máquinas. “A falta de infraestrutura rodoviária, ferroviária, portuária, enfim, generalizada do país, é o principal gargalo para o desenvolvimento e, consequentemente, para destravar a demanda reprimida. A empilhadeira visa dar ganho de produtividade às empresas, mas, no entanto, se não se consegue escoar a produção interna ou internacionalmente devido a esses gargalos estruturais, não faz sentido buscar grandes ganhos de produtividade”, completa.

Na visão de Adriana, da Still Brasil, o mercado tem buscado soluções ecológicas na movimentação de materiais. Com isso, ganha força a comercialização de máquinas elétricas, de contrapeso e armazenagem, assim como as tecnologias híbridas.

Já para Martins, da Crown, o crescimento de empresas de pequeno porte deve ser o principal responsável por alavancar o mercado. “Não vejo novos nichos, mas acredito que o crescimento das empresas, como de uma loja de materiais de construção ou de um supermercado, que vai precisar verticalizar seus estoques e, consequentemente, terá a necessidade de usar uma empilhadeira, será responsável por alavancar o nosso mercado. Para mim, o aumento do consumo, o varejo, vai ser o responsável pelo crescimento dos mercados. O brasileiro, assim como o americano, é consumista, e isso é o que vai continuar a fomentar o nosso crescimento”, afirma.

Novas tecnologias

No que se refere à tecnologia, o fator ecológico tem se tornado um dos principais impulsionadores de novas técnicas aplicadas às empilhadeiras.

“Com o mundo cada vez mais preocupado com o meio ambiente, os investimentos em novas tecnologias permeiam em evoluir a capacidade de menor emissão de gases, menor consumo de combustível e de descarte de resíduos. Esses progressos visam fins sustentáveis, onde não se busca apenas a preservação do meio ambiente, mas, também, a parte social e do retorno do investimento para a empresa. Já temos dentro de nosso grupo tecnologias completamente sustentáveis, mas que, porém, economicamente ainda não são viáveis para produção em série”, explicam Kareen, da KION Group, e Sato, da Linde.

No caso da MCFA, Cruz diz que os principais avanços nos produtos são ganhos de eficiência energética como, por exemplo, empilhadeiras híbridas com motor a combustão e baterias de íon-lítio (a mesma tecnologia usada em celulares), além de avanços na redução de gases de efeito estufa. “Essas tecnologias já existem em países da Comunidade Europeia e nos Estados Unidos. No Brasil falta regulamentação específica.” Ainda segundo o gerente geral da MCFA, outro fator importante para introdução dessas novas tecnologias, além de regulamentação de emissões, é a regulamentação da qualidade do combustível nacional.

“A Still já fabrica e comercializa as empilhadeiras com a tecnologia FuelCell (célula de hidrogênio), que se traduz na forma mais limpa de energia hoje disponível em equipamentos de movimentação”, complementa Adriana, da Still Brasil.

Ueda, da Toyota, inicia sua análise das novas tecnologias lembrando que, além do fator ecológico, as tendências para os próximos anos são que a ergonomia e a segurança ganharão maior importância nas operações brasileiras como um todo. “As empilhadeiras Toyota da serie 8, a combustão, já são produzidas com modernos sistemas de segurança, como o SAS e OPS. O SAS – Sistema de estabilidade ativa das empilhadeiras Toyota é um sistema de segurança que inclui controlador com diversos sensores que monitoram a operação e a estabilidade da empilhadeira o tempo todo, garantindo, assim, mais segurança para toda a operação. Por sua vez, o OPS é um sistema de detecção da presença do operador que bloqueia as funções do mastro e deslocamento (frente/re) da empilhadeira caso o operador não esteja posicionado adequadamente em seu assento, proporcionando máxima segurança ao operador”, explica o gerente geral de vendas da Toyota.

Já para o gerente geral – operação comercial Brasil da Crown, as principais tecnologias serão as ferramentas de gerenciamento de frota. Para o executivo, apesar de a automação ser vista como a tecnologia do futuro, ela ainda não é capaz de atender ao mercado de logística.

“O que deve crescer muito é o gerenciamento de frota. É entregar para o gerente do armazém informações para se tomar decisões através de fatos, e não pela intuição. Isso vai continuar crescendo muito, antes até da automação. Porque hoje nos não temos a tecnologia para automatização, ela muita vezes está ligada a uma linha de produção: ela vai fazer a mesma coisa sempre. E a logística não é assim. As vezes você vai precisar mudar um corredor, vai mudar o volume, trabalhar com palete de tamanho diferente. Você precisa ter essa facilidade de trocar e adaptar sua operação rapidamente. E hoje, com a tecnologia da automatização, você tira o operador e acaba colocando dois ou três engenheiros. Então, é uma tecnologia do futuro, mas ainda longínquo”, explica Martins. 

Concluindo, Pinheiro, da Zeloso, diz que, no caso de sua empresa, as aplicações de tecnologia são ligadas às mais diversas soluções. “Nossa empilhadeira manual, por exemplo, usa bomba de duas velocidades de elevação, ou seja, com e sem carga.” 

Tabela 1

Tabela 2

Tabela 3

Tabela 4

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