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Conteúdo 1 de fevereiro de 2010

Países desenvolvidos compram 80% das exportações de serviços do Brasil

A análise dos destinos das exportações de serviços do Brasil – excluídos fretes e viagens internacionais – revela que cerca de 80% das vendas são feitas para países desenvolvidos, sendo em torno de 50% para os Estados Unidos e 27% para a União Europeia. É um perfil muito distinto das vendas externas de bens, nas quais a fatia total das economias desenvolvidas gira em torno de 40%. Os dados fazem parte do working paper “Brazil’s emergence as the regional export leader in services: A case of specialization in business services”, que inclui dados de exportação do Banco Central que não tinham sido publicados até então.

O trabalho acaba de ser divulgado e é parte da série Comércio Internacional Nº 94, da Comissão Econômica para América Latina e Caribe (Cepal). Ricardo Sennes, diretor da Prospectiva Consultoria, é um dos autores, junto com a professora Lia Valls Pereira, da Fundação Getulio Vargas e da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), e Nanno Mulder, da área de Assuntos Econômicos da divisão de Comércio Internacional e Integração da Cepal. O foco da pesquisa é nos modos 1 e 2 de exportação de serviços, conforme definição do Acordo Geral para o Comércio de Serviços (GATS) da Organização Mundial do Comércio (OMC).

O estudo mostra que o Brasil foi o país mais dinâmico da América Latina e do Caribe no comércio de serviços entre 1990 e 2009. O país conseguiu aumentar sua participação nas vendas mundiais na categoria “outros serviços”, que inclui todos, menos fretes e viagens Com isso, em 2007 ficou em 14º lugar no ranking global de exportadores. Mas a fatia do país é pequena, de 0,8%, e comparado a outros emergentes, como China e Índia, o desempenho brasileiro foi inferior.

No período de 2005 a 2008, as subcategorias de “outros serviços” que mais se destacaram foram arquitetura e engenharia (37%), instalação de escritórios (22%) e remuneração de serviços autônomos, com 12%. A subcategoria que mais exportou para todas as regiões analisadas foi a de arquitetura e engenharia.

Sennes, Pereira e Mulder apontam três razões básicas para o aumento das exportações brasileiras de serviços, em especial financeiros, de TI e Comunicações, de logística e de consultoria. A primeira é a internacionalização das empresas do país, que demandam o suporte de serviços integrados. A segunda é que o Brasil conta com setores competitivos, como o de TI, de engenharia e construção, de engenharia aeronáutica e biotecnologia, de serviços médicos e de vendas de franquias. A terceira se refere a nichos de mercado em que o país desenvolveu capacidade para controlar riscos e desenhar modelos mais rentáveis de negócios do que seus competidores de países desenvolvidos, como projetos e serviços de desenvolvimento de infraestrutura.

Diante desse quadro, e do fato de a balança de serviços do Brasil ainda ser altamente negativa – déficit de US$ 7 bilhões em 2008 –, os autores apontam a necessidade de o Brasil delinear uma estratégia de exportação de serviços. Essa política deve ser distinta daquela necessária para bens, dadas as diferenças entre os setores. Dentre os caminhos apontados pelos autores estão ações como a melhoria das estatísticas do comércio de serviços e a organização do setor privado brasileiro para conseguir melhor diálogo com o governo a respeito de políticas para exportação.

O estudo está também disponível no site da Prospectiva Consultoria (www. prospectivaconsultoria.com.br).

Fonte: Prospectiva Consultoria
Foto: Stock.xchng

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