Facebook Twitter Linkedin Instagram Youtube telegram
Conteúdo 20 de julho de 2014

Falta de registro de ocorrências contribui para o roubo de cargas

O Seminário de Combate ao Roubo de Carros abriu o terceiro e último dia da 16ª Feira e Congresso de Transporte e Logística – Transposul, no Centro de Eventos da Fiergs, na última quinta-feira (17/7). O debate contou com a presença do delegado da Polícia Federal e subsecretário de Tecnologia da Secretaria de Segurança Pública do Rio de Janeiro, Edval Novaes; do superintendente da Polícia Rodoviária Federal no RS, Jerry Adriane Rodrigues; do delegado da Polícia Civil e diretor do Departamento Estadual de Investigações Criminais do RS (Deic), Eduardo de Oliveira César; do Titular da Delegacia de Repressão a Roubos e Furtos de Cargas, do Deic, delegado Luciano Peringer; e do coordenador da Comissão de Roubo de Cargas, Renato Vitória.

O delegado Eduardo de Oliveira César ressaltou que houve uma migração do roubo das instituições financeiras para o assalto às cargas. “Os bancos investiram em vigilância e segurança, o que tornou esse crime mais difícil, enquanto o transporte de cargas raramente tem escolta. Além do assalto, os indivíduos também praticam a extorsão”, disse. Esses crimes acontecem com maior frequência na BR-386, BR-290 e BR-116, conforme explicou o delegado Luciano Peringer. O especialista alertou para o tipo de ação dos criminosos. “Eles aproveitam o almoço dos motoristas, por exemplo, para subtrair os caminhões”, disse. Do início do ano até junho foram 86 furtos e 84 roubos. Ele aconselhou que as vítimas façam os registros dos roubos, mesmo após o pagamento advindo da extorsão. “Os motoristas ou donos das empresas não registram as ocorrências, o que prejudica a nossa investigação”, revelou. Dentre os produtos mais visados estão cargas de fumo, metais, medicamentos e bebidas.

Jerry Adriane Rodrigues alertou para as consequências do roubo de cargas. “Esse crime afeta não apenas a economia do país, mas toda a sociedade brasileira”, disse. Sobre a atuação das autoridades, ele revelou que é preciso atuar de forma efetiva, com a união dos integrados e instituições privadas, formando uma corrente de combate ao delito. Já sobre o cenário atual, Rodrigues revelou que o sistema rodoviário conta com 10 mil policiais, 566 pontos de fiscalização e atendimento, 26 superintendências, 151 delegacias e 400 unidades operacionais.

O delegado Edval Novaes apresentou um cenário mais amplo e divulgou dados nacionais. “A Região Sudeste tem 83% dos casos de roubo de cargas”, disse. Apesar do trabalho efetivo da polícia, Novaes chama a atenção para o destino dado aos criminosos, independente do crime que praticam. “31.582 infratores foram levados à delegacia e saíram por meio do pagamento de fiança. Além disso, 8.106 presos saíram em até 30 dias. São quase 40 mil que deixaram a prisão em até um mês”, alerta. Ele explicou que isso afeta diretamente no aumento da criminalidade. “As apreensões aumentam, mas a criminalidade não diminui. No ano passado, por exemplo, foram 29 mil prisões no Rio de Janeiro. O que acontece é que a mudança no Código de Processo Penal permite que os presos sejam soltos imediatamente e, consequentemente, voltem a delinquir, fazendo com que os índices dos crimes subam cada vez mais”, alertou.

Foto: José Luiz Rocha
 

Volvo
Enersys
Savoy
Retrak
postal