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Conteúdo 9 de junho de 2008

Expansão dos mercados latinos eleva exportações

A expansão das economias somada à valorização das moedas dos principais mercados da América Latina começam a impulsionar as exportações de veículos brasileiros a níveis com os quais as próprias montadoras não contavam. As projeções da indústria para o ano, que indicavam crescimento zero na receita com exportações no início de 2008, foram alteradas ontem para um aumento de 7,41%. A indústria também elevou as projeções de produção e vendas internas para 2008.

O principal motivo de os representantes do setor terem feito a revisão para cima nas vendas externas, a despeito da desvalorização do dólar, se sustenta no aumento da demanda por veículos de carga pesados em economias vizinhas que estão crescendo. Mais caminhões e máquinas agrícolas são necessários num momento de expansão econômica em países que dependem do fornecimento brasileiro.

Como o dólar caiu também nessas economias, a valorização da moeda brasileira não chega a prejudicar tanto nessas vendas externas. Dados da agência Bloomberg e ValorData indicam que as moedas da Argentina, Chile, Colômbia México e Peru estão mais fortes do que um ano atrás. Ainda ontem a Argentina, principal destino das exportações de veículos do Brasil, reduziu a cotação do dólar para 3,09 pesos.

Informações do FMI dão conta, ainda, que também em todas essas economias os índices do Produto Interno Bruto (PIB) vêm crescendo. A soma desses dois fatores traz mais demanda por veículos de transporte fabricados no Brasil.

O presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Jackson Schneider, aponta a expansão das atividades como a do cobre, no Chile, outros metais e também o café, na Colômbia, e a força da agropecuária que ainda sustenta a economia argentina. "Essas economias vêm se acertando", diz o dirigente. No Chile, por exemplo, um dólar valia 525,50 pesos há um ano. Ontem a moeda americana estava cotada em 480,08. Em 12 meses, o valor do novo sol, nome da moeda do Peru, frente o dólar passou de 3,17 para 2,70.

Os fabricantes de veículos começaram o ano prevendo um faturamento com vendas externas de US$ 13,5 bilhões, exatamente o valor obtido em 2007. Ontem a Anfavea revelou que espera agora US$% 14,5 milhões.

Como o mercado interno também está bastante aquecido os fabricantes têm de acelerar o ritmo da produção. A Mercedes-Benz, maior fabricante de caminhões do país, acumulou, de janeiro a maio, um crescimento de 52% somente no mercado doméstico pesados na comparação com igual período de 2007.

A Volkswagen Caminhões e Ônibus, outro grande fabricante do setor, se prepara para dar mais um salto nas médias diárias de produção. A fábrica, localizada em Resende (RJ), produz hoje 210 veículos, mas já está preparada para chegar logo a 240 e, segundo o diretor de assuntos institucionais da empresa, Marco Saltini, entre setembro e outubro a média diária estará encostando em 260.

Saltini diz que a empresa espera exportar o equivalente a US$ 500 milhões este ano. O volume de veículos enviados a outros países deve empatar na comparação com o do ano passado – 10 mil unidades. A diferença é que como a demanda externa está crescendo para todos os tamanhos de veículos, a montadora dá preferência aos clientes externos que compram os caminhões mais pesados, que são mais caros.

Os representantes da indústria automobilística refizeram ontem projeções também para o mercado interno. O aumento das vendas no Brasil, inicialmente calculado em 17,5%, passou agora para uma alta de 24,24%. No ano passado foram vendidos no mercado brasileiro 2,463 milhões de veículos, o que já representou uma alta de 27,8% em comparação com 2006. No início deste ano, a Anfavea trabalhava com um mercado de 2,895 milhões para 2008. Ontem elevou a projeção para 3,060 milhões de unidades.

As projeções da Anfavea indicam índices ainda mais altos nas vendas de modelos importados. A entidade estima em 415 mil a quantidade de veículos estrangeiros que entrará no país este ano. Isso representará um avanço de 49,82% na comparação com 2007. Supera também as 395 mil unidades previstas no início do ano. Mas, boa parte desse crescimento é decorrência da decisão de alguns fabricantes de deslocar linhas de produção para as fábricas da Argentina.

Os novos cálculos dos fabricantes levam em conta a elevação da taxa básica de juros em 0,5%, anunciada na quarta-feira. Embora a indústria sustente que a alta dos juros não provocará ainda um grande impacto nas vendas de automóveis, o setor está cauteloso em relação aos efeitos que taxas mais elevadas nas vendas a prazo podem trazer a longo prazo em outros produtos, o que acaba se refletindo nos veículos, principalmente os de carga.

Com previsões mais otimistas nos volumes do mercado interno e exportações, o ritmo de produção, conseqüentemente, também vai crescer. As montadoras estimam que vão produzir até o final do ano um volume acima do previsto anteriormente. A nova projeção indica 3,425 milhões de unidades , o que representará um crescimento de 15,28% sobre 2007.

A previsão anterior era de uma elevação de 8,9% (3,235 milhões de unidades). O novo cálculo indica um crescimento maior ainda do que o do último ano. Em 2007, saíram das fábricas instaladas no país 2,972 milhões de veículos, 13,9% mais do que em 2006.

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