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Conteúdo 9 de agosto de 2010

Especialistas discutem desafios da logística no Brasil e apontam soluções

Muito tem se falado em Copa do Mundo de 2014 e Olimpíadas de 2016, eventos que terão o Brasil como sede. Contudo, por enquanto, quase sempre que o assunto é abordado, o foco é a falta de estrutura logística do país para receber acontecimentos tão importantes e que recebem os holofotes do mundo inteiro.

Bater na tecla de que os aeroportos brasileiros ainda deixam muito a desejar, que os portos carecem de investimentos, que a quantidade de rodovias pavimentadas e em boas condições é muito baixa e que a matriz de transportes do país é completamente desequilibrada e longe do ideal é cair no comum. Então, está na hora da discussão sobre o futuro logístico nacional mudar o foco e começar a apontar soluções a todos estes entraves.

Do ponto de vista de Jacinto Souza Santos Junior, presidente da Ramos Transportes e membro da NTC&Logística, o modelo logístico do país para os próximos 10 anos está saturado. Para ele, se por um lado o Brasil está em crescimento, por outro há uma grave deficiência logística. Desta forma, entende que o principal desafio para os próximos anos é conciliar o desenvolvimento econômico com uma logística adequada.

Concordando com essa análise, Rodrigo Guerra, diretor da SPDL – São Paulo Distribuição e Logística, ressalta que o gargalo logístico no país é muito grande. Contudo, alerta que embora as expectativas para a economia nacional sejam muito boas – há quem diga que o PIB crescerá de 6% a 7% neste ano –, é preciso saber se serão destinados recursos suficientes para que sejam realizados os investimentos necessários em logística nos próximos anos.

Neste sentido, Rodrigo Vilaça, presidente da Aslog – Associação Brasileira de Logística e diretor-executivo da ANTF – Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários, sugere duas medidas: avançar na intermodalidade e reduzir a carga tributária. “São dois pontos a serem trabalhados e constituem um grande desafio para um país como o Brasil, que almeja ser uma das grandes potências econômicas da década”, destaca.

Já Pedro Francisco Moreira, diretor-geral da Chep e presidente do Conselho da ABML – Associação Brasileira de Movimentação e Logística, acredita que o que falta no Brasil é um planejamento logístico de longo prazo. Na visão dele, para se realizar as melhorias latentes, não adianta apenas visar a Copa de 2014, por exemplo. “Os investimentos em logística não são um problema de Governo, mas de Estado”, acrescenta.

Levantado por Santos Junior, da Ramos, outro ponto relevante nesta discussão é que a logística precisa ser analisada como um todo, de forma global. “Existe uma série de questões relacionas com políticas públicas, como restrições ambientais, de circulação e até trabalhistas. “Encontrar mão de obra qualificada em logística já é uma coisa difícil e, para complicar, há quem queira reduzir a jornada de trabalho dos profissionais desta área, o que geraria mais custos para as empresas, que teriam que repassar isto ao consumidor”, reclama.

Defensor ferrenho da ideia de enxergar a logística como algo integrado e, portanto, global, Vilaça, da Aslog e da ANTF, afirma que para que o setor evolua é fundamental que seja criado o Ministério da Logística, justamente para que possa haver uma sintonia entre todas as partes envolvidas. “O que se vê hoje é a total descentralização da gestão logística no país, já que uma série de órgãos e entidades se envolvem em questões pertinentes ao setor”, finaliza, se queixando do excesso de burocracia e intermediários.

Texto: André Salvagno/Logweb
Foto: Paulo Junqueira

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