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Conteúdo 21 de julho de 2008

Carteiros devem selar acordo hoje

Deve terminar hoje a greve dos funcionários da Empresa de Correios e Telégrafos (ECT). A expectativa do secretário-geral da Federação Nacional dos Trabalhadores em Correios (Fentect), Manoel Cantoara, é de que até o fim da tarde o acordo fechado no sábado com a direção da estatal seja aprovado pelos grevistas em assembléias.

"Os sindicatos estão orientados pela Federação a aprovar o acordo. O pessoal já volta ao trabalho terça mesmo", disse Cantoara. O sindicalista calcula que em um prazo de, no máximo, 14 dias, o fluxo de entrega das correspondências já estará normalizado.

O acordo entre os Correios e os funcionários foi fechado no sábado, após uma reunião de quase oito horas, da qual também participou o ministro das Comunicações, Hélio Costa. Foi o ministro que anunciou, após o encontro, que a greve chegaria ao fim. A paralisação dos funcionários dos Correios começou no dia 1º de julho. Ao todo, cerca de 130 milhões de correspondências deixaram de ser entregues nesse período.

A Fentect aceitou a proposta formulada pelo governo de pagar um abono de 30% sobre o salário-base a 43 mil carteiros. O acordo fechado no sábado inclui ainda o pagamento de um benefício linear de R$ 260 a outros 16 mil funcionários dos Correios, tais como motoristas, operadores e atendentes das agências.

Outro ponto polêmico que foi resolvido entre a estatal e os manifestantes diz respeito ao pagamento pelos dias parados. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegou a participar diretamente da discussão ao dar o aval a Hélio Costa, por telefone, para que a ECT não desconte os dias de greve dos salários dos funcionários e faça a compensação usando o banco de horas. Antes do acordo, os Correios pretendiam descontar dos salários o equivalente a 50% dos dias sem trabalho.

Os funcionários e os Correios ainda discutirão o plano de cargos e salários, que será apresentado ao Tribunal Superior do Trabalho (TST). O acordo salarial fechado no sábado entre a estatal e a Fentect também será apresentado ao TST, para homologação.

A estimativa do governo é de que o abono de 30% para os carteiros, somado ao benefício que será dados aos outros funcionários terá um impacto de R$ 10 milhões no orçamento mensal dos Correios.

Ao longo dos quase 20 dias de greve, 420 milhões de correspondências foram despachadas, das quais 69% foram entregues. Os serviços de entrega com hora marcada (tais como Sedex 10 e Sedex Hoje), porém, tiveram de ser suspensos durante a paralisação. Na sexta-feira da semana passada, um dia antes do acordo, cerca de 17% dos 108 mil funcionários a empresa participavam da greve.

Falta transporte

O ritmo forte da economia nos últimos trimestres, aliado à alta dependência do transporte rodoviário, traz à tona novas fragilidades da logística brasileira. Com demanda extremamente aquecida por causa do consumo interno e das exportações, as empresas de transporte rodoviário chegaram ao ponto de recusar clientes por falta de capacidade instalada. Algumas se dão ao luxo até de escolher o cliente, setor ou região que possa dar melhor rentabilidade no serviço.

Pesquisa inédita do Centro de Logística da Coppead da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) mostra que, nos últimos 12 meses, 82% das 65 transportadoras entrevistadas já recusaram clientes por falta de capacidade ou porque a rentabilidade do serviço não era atrativa. Além disso, 51% afirmam que a oferta de transporte rodoviário de cargas, responsável por 60% de tudo que é movimentado no País, está no limite.

Estima-se que o avanço do setor este ano esteja 15% acima do verificado em 2007. Para os próximos meses, a expectativa é de demanda ainda maior, já que tradicionalmente a atividade econômica é mais aquecida no segundo semestre. "A demanda está crescendo bem mais que a oferta", avalia o professor da Coppead/UFRJ, Paulo Fleury, responsável pela pesquisa.

 

Fonte: www.dcomercio.com.br

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