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Conteúdo 1 de julho de 2008

Caminhões páram em São Paulo, caminhoneiros fazem manifestação

O primeiro dia das novas regras de circulação dos caminhões na cidade de São Paulo foi marcado por boa fluidez do trânsito, blitze, caminhoneiros desobedecendo a restrição e manifestações com motoristas deitados na pista expressa da marginal Tietê. No fim da noite, a Secretaria Municipal dos Transportes (SMT) informou que 891 caminhoneiros foram multados pelos cerca de 500 fiscais da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) e 300 policiais militares do grupamento de trânsito da Capital.

As restrições entraram em vigor junto com as férias escolares, quando os índices de congestionamento na cidade apresentam uma queda de 20%, o que colaborou com o bom fluxo de veículos nos principais corredores. A SMT divulgou uma redução de 40% nos congestionamentos. O índice às 7h30 era de 34 km, quase metade dos 69 km (média) registrados durante as segundas-feiras do mês de junho.

Ontem os Veículos Urbanos de Carga (Vucs), com placa final 2, não poderiam rodar das 7h às 10h e das 17h às 20h, horário do rodízio municipal. Os Vucs com placa ímpar estavam impedidos de circular na Zona Máxima de Restrição de Circulação (ZMRC) entre 21h e 5h. Os caminhões pesados só entraram no Centro expandido depois das 21h.

Risco

Às 5h já havia equipes da CET parando e multando os caminhões que tentavam burlar as novas regras. Alguns caminhoneiros alegavam desconhecer as restrições e lamentavam ter de assinar a primeira multa. Mas havia aqueles que sabiam do risco e circulavam devido à pressão das empresas de logística, que orientaram os motoristas a saírem das garagens mesmo com a certeza da autuação.

Foi o caso do motorista Jesse Santana. Ele seguia para a região da avenida São Luís quando foi parado em uma blitz na esquina da avenida Rio Branco com a rua Eduardo Prado. Jesse levou duas multas, a primeira por rodar no dia de seus rodízio e a segunda por circular dentro da ZMRC com um Vuc. O caminhoneiro também somou oito pontos na sua Carteira Nacional de Habilitação (CNH). Para piorar a situação, o caminhão estava com o licenciamento atrasado por dois anos, o que resultou na apreensão do veículo.

Enquanto aguardava o guincho, Jesse tentava pedir ajuda na empresa onde trabalha. "Sabia mais ou menos das restrições. Sou do Rio de Janeiro. A empresa tem uma filial em Cumbica (Guarulhos). Quero pedir ajuda para alguém ir buscar a mercadoria no pátio da CET. A empresa disse que era para sair da garagem com ou sem restrição. Foi o que eu fiz", explicou Santana.

O próprio Secretário Municipal dos Transportes, Alexandre de Moraes, acompanhava a blitz que parou Jesse. Ele avaliava o trabalho das equipes de fiscalização e chegou a pedir aos fiscais que parassem um caminhão que tentava entregar material de construção. Geraldo Manoel Coelho passou pela blitz com um caminhão pesado, acima de seis eixos, foi parado e autuado.

"Nem bandido"

Revoltado, Manoel dizia que não sabia da restrição já que deixou Criciúma (Santa Catarina) na noite de sábado e chegou a São Paulo na manhã de ontem para fazer três entregas em lojas de material de construção. "Nem bandido é tratado dessa forma. Eu não sabia que era proibido passar por aqui", disse o motorista durante a assinatura da multa.

Para o secretário Alexandre de Moraes, as operações de ontem foram positivas e houve uma redução no número de caminhões circulando pela cidade. Segundo o secretário, muitos caminhoneiros parados nas blitze usaram como justificativa o argumento de que foram obrigados a sair das garagens pelos donos das empresas de entregas. "Não é razoável que as empresas obriguem o motorista a transgredir a lei. Se ela (empresa) não assumir essa multa, o funcionário pode perder a carteira em um único dia", lembrou Moraes.

O secretário municipal dos Transportes informou que irá conversar com os sindicatos que representam os motoristas de caminhões e buscar o apoio das entidades às novas regras de circulação.

Manifestação

Ás 11h cerca de 80 caminhoneiros, a maioria do setor de terraplenagem, partiram do Terminal de Cargas da rodovia Fernão Dias. O destino era a marginal Tietê, onde os trabalhadores encontrariam outro grupo, que havia deixado a avenida João Dias, zona sul, também chegaram às 11h.

Durante o percurso pela Via Dutra, seguidos por um comboio de policiais militares, o grupo ganhou adesões e chegou a reunir 200 veículos, segundo números dos policiais militares. Chegando à marginal Tietê, os manifestantes seguiram em carreata pela pista local, rodando em baixa velocidade, em torno de 5 quilômetros por hora. Às 14h, a CET informou que o congestionamento era de 3 quilômetros entre as pontes da Vila Maria e a da Vila Guilherme.

Confronto – Quando se aproximavam do acesso à avenida Cruzeiro do Sul, de onde seguiram até a avenida do Estado, os manifestantes foram parados por uma barreira da Polícia Militar. Um oficial que acompanhava a carreata informou que os motoristas não entrariam na avenida do Estado e que também não seguiram até a sede da Prefeitura de São Paulo, no viaduto do Chá, área central da cidade, como pretendiam.

O presidente do Sindicato dos Condutores de Transportes Rodoviários de Cargas Próprias de São Paulo, Almir Macedo, após uma tentativa de negociação, decidiu atravessar a marginal Tietê a pé e parar sua pista expressa, o que gerou um novo congestionamento. Seguido por cinco caminhoneiros, Almir começou a caminhar pela pista até ser convencido pelos policiais a retornar à pista local.

Quando perceberam que não conseguiriam seguir até a Prefeitura, onde entregariam uma pequena caçamba de transporte ao prefeito Gilberto Kassab, os caminhoneiros voltaram à pista expressa da marginal e deitaram à frente dos carros que tentavam passar, gerando nova paralisação e congestionamentos.

Quando um grupo de PMs tentou retirar Willamys Alencar, presidente do Sindicato dos Caminhoneiros de Terraplenagem, que também havia deitado na pista da marginal Tietê, houve confronto, troca de agressões, e um caminhoneiro acabou ferido por um golpe de cassetete.

Após uma nova rodada de negociações, o major Ricardo Fernandes e os manifestantes chegaram a um acordo: eles seguiriam até o Anhembi. Lá deixariam os caminhões e poderiam ir a pé até o Centro. Após estacionarem os caminhões ao lado do Sambódromo, os caminhoneiros decidiram não seguir até a sede da Prefeitura e realizaram uma pequena assembléia. Os trabalhadores informaram que definirão hoje uma estratégia de novas paralisações e tentarão novamente seguir até o viaduto do Chá.

 

Fonte: www.dcomercio.com.br

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