Brasil retrocede duas posições em competitividade
De acordo com o ranking de competitividade global elaborado anualmente pelo Fórum Econômico Mundial, o Brasil retrocedeu duas posições em relação ao resultado do último estudo e ocupa atualmente a 58ª posição, entre um total de 139 países avaliados, sendo o último colocado em tributação e regulação. A Suíça lidera o ranking, seguida pela Suécia, Cingapura, Estados Unidos e Alemanha.
O estudo, divulgado na segunda semana de setembro, avaliou 12 categorias (instituições, infraestrutura, ambiente macroeconômico, saúde e educação básica, educação e formação de nível superior, eficiência no mercado de bens, eficiência no mercado de trabalho, desenvolvimento do mercado financeiro, acesso à tecnologia, dimensão do mercado, sofisticação dos negócios e inovação) e um conjunto de 111 indicadores.
O fato de o Brasil ter sido o último colocado nos indicadores ‘extensão e impacto da tributação’ e ‘impacto da regulação do governo’, segundo Luiz Aubert Neto, presidente do Sistema ABIMAQ, reforça as dificuldades que a indústria brasileira enfrenta face aos concorrentes estrangeiros. “Este estudo reforça, mais uma vez, a necessidade de medidas urgentes que possam reduzir as desvantagens competitivas enfrentadas por nossa indústria”. Para José Velloso, vice-presidente da ABIMAQ, o resultado mostra claramente que “não é a indústria que não tem competitividade. O Brasil não é competitivo”.
De acordo com Velloso, a indústria brasileira tem condições de competir em igualdade e tem mostrado sua capacidade, seu investimento constante em inovação tecnológica e no aumento de produtividade. “Mas enquanto não houver no país uma política industrial privilegiando o investimento produtivo em vez do não produtivo, isso não será possível. Precisamos resgatar a competitividade do setor e sair do caminho da desindustrialização”, acrescenta Aubert.
Outros indicadores mal avaliados, e que também impactam de forma negativa na competitividade da indústria brasileira, foram a rigidez do mercado de trabalho, com dificuldade para contratar e demitir funcionários, e a baixa qualidade das instituições e do ensino primário.
Os 12 Pilares – Indicadores Utilizados:
Instituições |
Infraestrutura |
Ambiente macroeconômico |
Saúde e educação primária |
Ensino superior e treinamento |
Eficiência do mercado de bens |
Eficiência do mercado de trabalho |
Desenvolvimento do mercado financeiro |
Prontidão tecnológica |
Tamanho do mercado |
Sofisticação empresarial |
Inovação |
Apesar de ter sido bem avaliado em alguns indicadores, como ‘regulação no mercado de títulos’, ‘tamanho do mercado doméstico’ e ‘quantidade de fornecedores locais’, os pontos fracos pesaram mais, e tiveram como consequência a queda de duas posições na avaliação deste ano. No período entre 2007 e 2009, o Brasil teve uma tendência de alta e deu um salto de 16 posições no ranking, chegando à 56ª colocação.
Segundo o Fórum, o resultado refletiu os esforços dos últimos 20 anos em busca da estabilidade macroeconômica, mas ainda há muitos desafios que a economia brasileira precisa superar para que o país possa aproveitar todo seu potencial competitivo.
“Mais uma vez, é preciso reforçar o caminho tomado pelos países desenvolvidos, que adotaram políticas capazes de fortalecer suas indústrias, com desoneração dos investimentos, câmbio e financiamentos competitivos, inovação tecnológica e incentivo às exportações de bens de alto valor agregado”, declara Aubert.
Dos 111 indicadores avaliados pelo FEM, agrupados nas 12 categorias do ranking, o Brasil registrou piora em 64%, melhora relativa em 27% e estabilidade em aproximadamente 9%.
Texto: Imprensa ABIMAQ
Foto: Stock.xchng