Aumento das operações exige expansão planejada

A valorização do Real frente do Dólar tem estimulado os importadores a antecipar suas compras e estocarem matérias-primas, visando economizar recursos diante do cenário financeiro internacional. Um exemplo pode ser constatado entre os importadores de fertilizantes. A intensificação das operações no segmento pegou de surpresa o Porto do Rio Grande (RS), que bateu recorde de movimentação de janeiro a agosto deste ano.

A assessoria de imprensa do porto rio-grandino informa que nos primeiros oito meses de 2008 foram movimentadas 2.553.719 toneladas, com alta de 23,9% em comparação ao mesmo período de 2007. Assim, os fertilizantes, no cais gaúcho, estão atrás apenas da soja.

Para os atores do comércio exterior, e não só da área de fertilizantes, é importante saber lidar com as nuances e com as ligeiras mudanças no panorama mundial. Oportunidades não podem ser desperdiçadas em um mercado cada vez mais competitivo, especialmente com a concorrência de novas potências como a China.

No entanto, devido à alta na importação e ao aumento da produção nacional de fertilizantes, as áreas de estocagem em Rio Grande se esgotaram, exigindo esforços para armazenar a matéria-prima. Se o fato acontece em um dos portos com maior possibilidade de expansão e com grande potencial de retroárea, imagine o que fenômenos similares podem ocasionar a outros portos, especialmente àqueles praticamente grudados a centro urbanos.

Conforme registra o fato e também mostrou a reportagem de PortoGente, no texto Recordes agrícolas poderão ser prejudicados pelo transporte, é preciso investir em retroáreas e em corredores de escoamento de carga. O transporte de mercadorias entre os portos e os grandes pólos de distribuição é apontado por todos como muito ineficaz, o que exige grandes esforços logísticos dos envolvidos. Assim, o planejamento para a expansão dos portos brasileiros deve contemplar muito mais do que a faixa de cais, caso contrário os entraves não só tenderão a aumentar como a se multiplicar.

Fonte: PortoGente – www.portogente.com.br