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Conteúdo 2 de julho de 2008

ALL começa a movimentar contêiner em Santa Catarina

A América Latina Logística (ALL), em parceria com a catarinense Global Logística, inicia esta semana as operações de seu 11º terminal de contêineres, o Global II, instalado a três quilômetros do Porto de São Francisco do Sul (SC). O contrato marca a estréia da movimentação ferroviária de contêineres em portos catarinenses. A construção do terminal absorveu investimento de R$ 1 milhão para a movimentação inicial de 15 mil TEUs/ano. Até então, somente cargas a granel ou geral circulavam nas ferrovias que cortam Santa Catarina e o acesso de contêineres aos portos de São Francisco e Itajaí era exclusivamente rodoviário.

O empreendimento tem 70 mil metros quadrados e capacidade estática para mil contêineres, alcançando movimentação mensal de até seis mil TEUS, entre importação, exportação e cabotagem. A operação será intermodal, com o trajeto principal percorrido por ferrovia até o terminal, onde as cargas são transferidas para caminhões até o ponto de descarga nos portos de São Francisco e também Itajaí, localizado a 100 quilômetros.

"Tradicionalmente, as ferrovias brasileiras tinham foco em commodities e minério. Queremos ampliar o mix de produtos, tornando a ferrovia competitiva e atrativa para os clientes dos segmentos industriais", afirma o coordenador da unidade de Contêineres da ALL, Eduardo Botelho Lotti. Os 11 terminais de captação de cargas conteinerizadas foram implantados nos últimos três anos pela ALL. O segmento é um dos principais alvos da empresa que amplia sua participação para os seis principais portos do Mercosul e espera, em 2008, crescer 60% em volume neste segmento.

A ALL movimenta mais de 80 mil TEUs, incluindo Argentina. A distância média percorrida é de mil quilômetros. A movimentação de contêineres representa 3% do faturamento da ALL, que no ano passado foi de R$ 2,38 bilhões – a empresa pretende multiplicar o volume atual por três em cinco anos. Hoje, a participação média da ALL em portos no segmento de contêineres é de 5%. Ou seja, de tudo o que é movimentado nos portos no segmento de contêineres, a ALL responde por 5%. São desde produtos frigorificados a resinas plásticas. Apesar do maior valor agregado, o frete é menor em relação a granel por ser perene ao longo do ano.

Eduardo Botelho da ALL diz que o investimento em São Francisco foi somente na obra física e estruturação do terminal e que a ALL já possui vagões e estradas férreas adequadas para movimentação de contêineres. O terminal fica na retroárea de São Francisco e a intenção é movimentar cargas e não armazená-las. O transporte terá ponta rodoviária – no caso de exportação, a carga sai do vagão para o caminhão e só então é depositada nos navios. O mesmo ocorrerá com Itajaí.

O tronco Sul da estrada de ferro da ALL vai de Curitiba a Porto Alegre, passando por Lages (SC), onde a ALL também possui terminal em operação e em Mafra (SC), onde as operações estão desativadas, mas já há estudo para colocá-lo em funcionamento. "Em Mafra haverá tomadas reefers para realizar as recargas de frios em cargas frigorificadas", afirma Botelho.

Os principais terminais de contêineres da ALL no Brasil estão no Paraná. Um localiza-se em Londrina (PR), ponto onde pretende captar cargas do Mato Grosso do Sul, Goiás e oeste de São Paulo e trazê-las para São Francisco do Sul e Itajaí. O outro está em Cascavel, no oeste paraense, região onde a companhia atende uma grande quantidade de frigoríficos.

No porto de São Francisco do Sul, a empresa vai importar secos (farinha, barrilha (mineral) e químicos), com destino a São Paulo. Estes produtos vão para o terminal de Tatuí (SP), a 130 quilômetros da capital paulista, para serem distribuídos na região por caminhão. A empresa vai realizar também cabotagem de frigorificados, com destino ao Norte do País e exportação de secos (alimentos).

O diretor de logística do Porto de São Francisco do Sul, Gilberto de Freitas, afirma que o porto, que tem 70% do transporte a granel (soja e milho que vêm do Paraná e do Mato Grosso) movimentado via férrea, está investindo para atender o crescimento das cargas conteinerizadas. "Não basta novos berços e calados profundos se as indústrias tiverem problemas de acesso ao porto", diz. Segundo ele, desde 2007, o porto, conhecido no mercado pela movimentação graneleira, está mudando o perfil.

No ano passado, a movimentação foi de 315 mil TEUs e neste ano poderá chegar a 400 mil TEUs. "A idéia é duplicar o volume em dois anos", diz Freitas. Ele diz que o processo de conteinerização em São Francisco do Sul é irreversível, já que o porto está localizado na região norte de Santa Catarina, altamente industrializada, com destaque para a produção metalmecânica, de motores elétricos, compresso-res, da linha branca, têxtil e fundição. "Nossa expectativa com o terminal da ALL é de ganhar cargas de outros destinos, como São Paulo, interior do Mato Grosso e do Paraná e ampliar o leque de clientes que vão poder utilizar a extensão da malha ferroviária da empresa."

A Sadia, primeira cliente da ALL em 2003 em cargas conteinerizadas, anunciou semana passada investimento de R$ 650 milhões em Mafra (SC) – na área que vai instalar frigorífico de suínos passa a ferrovia da ALL. O diretor de operações e planejamento da Sadia, Valmor Savoldi, diz que a intenção é utilizar a ferrovia da ALL em Mafra para exportar carnes por São Francisco do Sul, Paranaguá e Itajaí. Segundo ele, 10% da movimentação de toda a produção da Sadia é feita por trilhos, principalmente as cargas provenientes dos abatedouros do oeste do Paraná até Paranaguá (PR). A economia, diz Savoldi, em relação ao transporte rodoviário é, em média, de 15%.

 

Fonte: NewsComex

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