Facebook Twitter Linkedin Instagram Youtube telegram
Conteúdo 10 de maio de 2010

97% das companhias no Norte e Nordeste esperam expandir receitas

Os negócios seguirão trajetória promissora no Norte e Nordeste do Brasil ao longo de 2010, indica pesquisa da Deloitte Touche Tohmatsu. Quase a totalidade (97%) das empresas consultadas nessas regiões espera crescimento de receitas – uma expansão que deve ficar, na média, na casa dos 15% sobre 2009. Com foco em novas oportunidades e planos de ampliação das operações, 85% declaram intenção de elevar investimentos.

O estudo da Deloite, realizado junto a 40 companhias de diferentes portes e segmentos que atuam nessas regiões em outubro e novembro de 2009, aponta ainda que a mesma parcela de 85% dos respondentes já havia aumentado os investimentos em 2009 e que 72% computavam ampliação do faturamento em torno de 10% em 2009 na comparação com 2008.

“As empresas tiveram um 2009 complicado, mas, ainda assim, registraram bons resultados. Para 2010, as perspectivas são ainda mais positivas: 97% das organizações pesquisadas no Norte e Nordeste prevêem maiores receitas”, afirmou Sandro Melo (foto), gerente sênior de Consultoria Tributária da Deloitte, que participou no dia 6 de maio do “Encontro de Comitês – Norte e Nordeste no Radar do Mercado”. O evento foi promovido pelos comitês de Diretores Comerciais, Compras Corporativas, Gestão de Pessoas, Logística e Marketing da Amcham-São Paulo.

O bom momento é explicado por uma conjunção de fatores, a começar pelo otimismo com a superação da crise internacional pelo País. Além disso, há a criação de empregos formais, projetos sociais do governo como o Bolsa Família, estímulos fiscais (sobretudo em termos de redução de ICMS em relação a outras localidades), e importantes obras de infraestrutura (principalmente energética e logística), que abrem novas possibilidades de atuação em cadeia. Trata-se de refinarias de petróleo, hidrelétricas, termoelétricas e modernização de portos e aeroportos.

“Por exemplo, o Porto de Suape, em Pernambuco, já está mudando completamente a realidade (dos municípios de Ipojuca, Cabo de Santo Agostinho e entorno) com indústrias, estradas, hotéis, restaurantes e diversas prestadoras de serviços”, disse Melo.

Nesse cenário, os setores que se destacam pelo maior potencial de desenvolvimento são construção civil, petróleo e gás, açúcar e álcool, turismo, tecnologia da informação (TI), máquinas e equipamentos e energia elétrica e saneamento.

Particularidades

O ponto inicial a que as companhias que pretendem se estabelecer no Norte e Nordeste precisam estar atentas é o entendimento dos aspectos culturais dessas regiões, bastante diferentes dos do eixo Sudeste-Sul, onde se privilegia a análise de expertise e processos. “No Norte e Nordeste, o relacionamento pessoal vem em primeiro lugar e depois os processos. Estabelecer uma rede de contatos é essencial para o fechamento de negócios. Os empresários querem conhecer bem as pessoas com as quais lidam. Não adianta uma aproximação fria e formal”, orientou Sandro Melo.

Nesse sentido, é fundamental que quem chega se cerque de profissionais locais competentes que conheçam bem as regras vigentes. É o que fez o Grupo Pão de Açúcar. Apesar de presente no Nordeste desde 1974, foi recentemente que a rede varejista mudou de paradigma e criou uma diretoria específica, transferindo poder de decisão à região.

De acordo com o diretor comercial do Pão de Açúcar, Leonardo Miyao, a medida auxiliou também no conhecimento mais profundo sobre os consumidores e na maior adaptação tanto de marcas quanto de produtos. “O grupo tinha fama de ser muito paulista”, comentou ele . O Pão de Açúcar investiu R$ 150 milhões em 18 meses no Nordeste e planeja que até 2012 a região responda por 15% de suas receitas contra os 10% atuais.

Deficiências de infraestrutura e mão de obra

Outra dica do consultor da Deloitte aos futuros empreendedores no Norte e Nordeste é ter paciência no encaminhamento das conversações até a assinatura dos contratos, uma vez que o timing local costuma ser diferente do praticado no Sul-Sudeste. Também deve fazer parte da estratégia de quem chega o uso da criatividade para desenvolver soluções e superar gargalos de infraestrutura relacionados a transportes e armazenamento. Isso porque, em que pesem os avanços obtidos desde 2002 na área de infraestrutura, as obras e os projetos nesse setor não têm acompanhado o ritmo acelerado da economia regional.

Os gaps de infraestrutura também foram lembrados pelo presidente da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), Sussumo Honda. Ele chamou a atenção para a necessidade de que se aumentem os investimentos na área de maneira mais consistente, principalmente em ferrovias, para garantir um crescimento sustentável e de modo a contemplar o grande potencial de expansão do comércio e também das exportações, favorecidas pela localização privilegiada da região.

Cristiano Niyuki Koga, diretor comercial da Penske Logistics, organização que atua no Nordeste há sete anos, acrescentou também que vê um movimento de consolidação do setor logístico nessa parte do País, o que certamente trará melhorias.

Os participantes do painel na Amcham foram unânimes ao afirmar que tanto governos quanto a iniciativa privada devem prover capacitação técnica da mão de obra local para acompanhar o desenvolvimento. Conforme o consultor Sérgio Melo, da Deloitte, atualmente há um descompasso importante a ser corrigido entre a criação de vagas e a disponibilidade de profissionais com qualificações específicas para preenchê-las, situação que pode se agravar se não houver providências rápidas.

Texto: Assessoria de Imprensa da Amcham
Crédito: Divulgação Amcham

Volvo
Enersys
Savoy
Retrak
postal