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Conteúdo 10 de janeiro de 2005

Maior produtividade no transporte de cargas é a maior vantagem

O sucesso do bitrem se justifica pela redução de custos do transporte, através do aumento da capacidade de carga dos veículos.

O semi-reboque conjugado de denominação bitrem, de fabricação nacional, foi criado primeiramente na versão graneleiro, passando a atuar em vários outros segmentos devido à vantagem de maior carga líquida transportada. “Atualmente, a sua principal aplicação ainda se dá na versão graneleira pelo perfil do transporte nacional”, informa Norberto Fabris, diretor executivo da Randon Implementos e Participações.
“O bitrem é um implemento rodoviário composto por dois semi-reboques acoplados entre si, ou seja, o 2º semi-reboque é engatado numa 5ª roda, montada diretamente no prolongamento do chassi do primeiro”, completa, por sua vez, Euclides Facchini Filho, diretor comercial da Facchini.
Para Fabris, a combinação bitrem permite um Peso Bruto Total Combinado (PBTC) de 57 toneladas, o que possibilita um incremento de 27% no PBTC, em comparação com uma combinação tradicional de três eixos com cavalo mecânico 6×2 ou 6×4.
Ele também informa que o bitrem é utilizado em todos os segmentos e representa 68% dos semi-reboques no mercado nacional. “Na Randon, o bitrem graneleiro representa 85% e, na linha tanque, representa 95%”, completa.
Estima-se que, em 2004, o país passou a contar com mais de 34 mil bitrens em circulação. “Só em 2.003 foram produzidos 12.628 desses veículos De 2000 até o final de 2002, as associadas da Anfir fabricaram 18.500 bitrens. Hoje, a grande maioria dos cavalos 6×2 e 6×4 vendidos pelas montadoras destinam-se a tracionar bitrens. Esta tendência poderá se acentuar ainda mais após a entrada em vigor da Resolução no 164/04 do Contran, que dispensa o bitrem de portar Autorização Especial de Trânsito (AET)”, informa Neuto Gonçalves dos Reis, Chefe do DECOPE – Departamento de Custos Operacionais e Estudos Econômicos da NTC & Logística, em seu artigo intitulado “Bitrem reduz custos em até 16%”.

Vantagens
Segundo o representante da Randon, a primeira vantagem do bitrem, como já mencionado, diz respeito à produtividade. “Há uma maior produtividade no transporte de cargas, com maior carga líquida transportada, apesar do maior investimento inicial. Isto significa que o transportador leva mais carga com o mesmo caminhão e o mesmo motorista, tornando-se mais competitivo no seu mercado de atuação.”
Para Reis, do DECOPE, a redução de custos proporcionada pelo bitrem resulta da sua capacidade de carga 45% maior. “Utiliza, para tanto, apenas uma carreta adicional, dispensando um segundo e caro cavalo mecânico e um segundo motorista”, avalia.
Pelo seu lado, o representante da Facchini enfatiza que, com o uso do bitrem, há um aumento de carga líquida útil de 27 000 kg para 38 000 kg – 40% a mais de carga.
Ainda outra vantagem do bitrem está relacionada à segurança, segundo o diretor executivo da Randon. Ele informa que a distribuição de carga possibilita uma segurança maior em relação ao semi-reboque convencional de três eixos, pois apresenta menor arraste na frenagem e, também, por possuir um eixo a mais, onde distribui melhor o peso – o menor desgaste dos pneus confirma esta característica. “O sistema de travamento também é bastante seguro, pois é composto por uma quinta-roda e um pino-rei – em relação ao Romeu-e-Julieta”.
Também há o aspecto economia. “Devido à menor distância entre os eixos, o bitrem apresenta menor arraste, o que possibilita um menor desgaste de diversos componentes do semi-reboque, como suspensão, freios e pneus. Todos os relatos mostram um menor desgaste de pneus na configuração bitrem. Para o semi-reboque de três eixos, a vida útil dos pneus é, em média, de 80 a 120 mil km, enquanto que para o bitrem, a vida útil do pneu pode atingir 250 mil km, diminuindo assim o custo do serviço de transporte”, informa Fabris, da Randon.
“O bitrem possui uma articulação a mais, o que reduz sensivelmente seu arraste nas curvas. Além disso, ele proporciona melhor eficiência nas frenagens e mais estabilidade do conjunto”, complementa o diretor comercial da Facchini.
Por sua vez, o diretor da Randon destaca que o bitrem proporciona menor desgaste da malha rodoviária. Comparado ao semi-reboque tradicional de três eixos, o conjunto bitrem, além de transportar mais, distribui a carga de forma mais equilibrada, sem prejudicar a rodovia, segundo a justificativa do representante da Randon. “Realmente, o bitrem danifica menos o pavimento do que o semi-reboque convencional devido à melhor distribuição de peso”, completa Facchini Filho.
Por último, mais uma vantagem do bitrem é apontada pelo diretor executivo da Randon: a quantidade de veículos nas rodovias. “Esta combinação, por possuir uma capacidade maior de carga, reduz o número de caminhões circulando nas rodovias, contribuindo desta forma para uma maior conservação do pavimento e menor número de acidentes, diminuindo os índices de poluição e melhorando as condições ambientais”, completa.

Problemas
Mas, se há vantagens, também há os problemas – se bem que muito pequenos em relação às vantagens. Por exemplo, Fabris diz que, em alguns pontos das rodovias brasileiras não é permitido o tráfego de bitrens, devido à infra-estrutura de algumas pontes. “Mas já houve algumas adequações nas rodovias – balanças, tombadores de descarga e pátios para manobra – para atender ao conceito do bitrem”, complementa.
Para Facchini Filho, a única restrição quanto a utilização do bitrem é para o acesso de carga e descarga pela traseira da primeira composição, pois fica impossível o acesso com a empilhadeira.

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