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Conteúdo 10 de janeiro de 2004

Logística reversa: uma nova ferramenta de relacionamento

O Brasil é, atualmente, o
país que possui o maior índice de reciclagem de embalagens
de alumínio do mundo. De acordo com a Associação
Brasileira de Alumínio (ABAL), 87% de todas as latas consumidas
no período (cerca de 9 bilhões de unidades) foram
reaproveitadas pela indústria, gerando faturamento de R$
850 milhões e 152 mil empregos diretos e indiretos. A reciclagem
proporcionou também economia de 1,7 mil Gigawatts hora/ano,
correspondendo a 0,5% de toda a energia gerada no país e
suficiente para abastecer a cidade de Campinas, com 1 milhão
de habitantes.
Esse é apenas um exemplo da importância e do potencial
da reciclagem de materiais, sobretudo embalagens de produtos de
consumo (papéis, plásticos, vidro, metais, borracha,
etc.) para a economia e para as empresas. E esse é o motivo
pelo qual o tema vem ganhando a atenção das empresas.
Tanto que, para atender a nova demanda, um novo conceito de gestão
vem sendo desenvolvido, a logística reversa.
A logística tradicional está relacionada a fazer com
que os produtos (latas de cerveja e refrigerante, por exemplo) cheguem
ao consumidor com o máximo de eficiência e ao menor
custo possível. Já a logística reversa, como
o termo já diz, refere-se a fazer com que os resíduos
reaproveitáveis (as latas de alumínio) retornem à
sua origem de modo eficiente e com baixo custo, de forma a serem
reciclados sob as mais diversas formas. Portanto, quanto mais as
empresas investirem em logística reversa, mais o processo
de reciclagem se tornará viável economicamente (como
já ocorre com o setor de embalagens de alumínio) e
agregando valor ao negócio principal da empresa.
Ganhos financeiros e logísticos são apenas um dos
benefícios que a logística reversa é capaz
de proporcionar. Some-se também os ganhos à imagem
institucional da companhia por adotar uma postura ecologicamente
correta, atraindo a atenção e preferência não
só de clientes, mas dos consumidores finais.
Outro benefício igualmente importante, hoje praticamente
ignorado pelas empresas, mas que deve ganhar relevância nos
próximos anos, é o poder da logística reversa
para unir a indústria, o atacado/distribuidor, o varejo e
os demais elos da cadeia de abastecimento em torno de vantagens
mútuas. Um bom exemplo é o que reúne a Tomra
Latasa (grande fabricante de latas de alumínio), a AmBev
(fabricante de cervejas e refrigerantes) e o Extra, uma das principais
redes de supermercados do Brasil. Em uma iniciativa conjunta, instalaram
em diversas lojas os “replanetas”, máquinas de
auto-atendimento que recebem latas e garrafas plásticas PET
para reciclagem. Ao depositar as embalagens usadas no “replaneta”,
o consumidor recebe um cupom referente ao valor do material, e que
pode ser utilizado como pagamento nas compras. No primeiro ano de
funcionamento, as máquinas coletaram cerca de 9 milhões
de embalagens de quase 200 mil consumidores, números que
surpreenderam as empresas.
Como se vê, a preocupação cada vez maior pela
preservação do meio ambiente, aliada à concorrência
e à pressão por resultados e diferenciação
no mercado, farão da logística reversa uma ferramenta
fundamental para as empresas. Tanto para aumentar o seu poder de
competição quanto forma de melhor se relacionar com
fornecedores, clientes e consumidores finais.

Ronderley
Miguel Netto
– Consultor da Kom International/ABGroup

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