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Conteúdo 10 de dezembro de 2005

Logística: até que ponto estamos preparados?

O crescente aumento da oferta de produtos em função dos investimentos no aumento de produção da indústria nos últimos anos, aliado à desaceleração do crescimento do mercado interno, conduziu à alternativa de que devemos garantir a ocupação das indústrias, isto é, o nível de atividade na indústria nacional e, conseqüentemente, o de emprego, a partir do mercado internacional (a exportação).

O fato tem desencadeado uma série de ações de incentivo às exportações, como linhas especiais de crédito, benefícios fiscais e iniciativas como a formação de consórcios e missões com empresários que vêm demandando estudos do governo para adequação, de modo que estes tenham acesso a linhas especiais de crédito e fundos de aval.
Mas, para atuarmos no cenário internacional, a competitividade do produto não deve ser entendida apenas de boa qualidade a um custo acessível, mas, sim, que esteja com o consumidor.
E é exatamente neste ponto que ganha destaque uma atividade tão discutida nos últimos tempos: a logística. De modo simplista, logística é o fluxo otimizado de materiais e informações desde o fornecedor, que, para facilitar, consideraremos o exportador, até o cliente final. O desafio nacional não está exatamente na produção de produtos de qualidade a custo baixo, mas, sim, em fazer chegar o produto ao cliente na quantidade, prazo e local estabelecidos.
Parece simples como conceito, mas é complexo na execução, considerando ainda que deslocar o produto de um local a outro agrega custo, inclusive aquele incidente sobre o capital investido para produção de determinado produto que, enquanto encontra-se “parado”, agrega custo, o qual comumente designamos custo de manutenção dos estoques.
Vale ressaltar que os custos logísticos no Brasil estão além da estratosfera, se comparados com as melhores práticas, principalmente quanto ao custo do transporte. Como referência, o custo logístico nacional representa nada menos que 21,5% da receita operacional líquida das empresas produtoras, considerando que, destes, 7,1% estão associados ao transporte, enquanto que na Europa estes índices são 12,1% e 3,7% respectivamente, conforme apurado em pesquisa realizada pelo Instituto IMAM.
Para uma realidade onde o custo do capital é tão elevado como a nossa, os tempos totais das operações logísticas constituem elemento condicionante na formação de estoques e, conseqüentemente, custo. Assim, devemos deslocar o material tão rápido quanto possível, resultando em uma estratégia de embarques menores e mais freqüentes. À medida que os tempos de entrega são reduzidos, os clientes passam a trabalhar com menor estoque e redução de capital de giro. No sentido oposto, um aumento no tempo significará transações comerciais a custos mais elevados.
Para garantirmos a competitividade do produto brasileiro devemos estruturar uma logística capaz de assegurar que os produtos expedidos pelas indústrias sejam transportados com grande facilidade pelos modais de exportação para entrega ao menor prazo ao cliente.
Nesse contexto é que temos a maior dificuldade. A exemplo do que ocorreu com a oferta de energia elétrica, telefonia e outros serviços que necessitam infra-estrutura, o Governo optou pela estratégia de privatização, visando aumento da oferta destes serviços a partir do interesse de terceiros.

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