Facebook Twitter Linkedin Instagram Youtube telegram
Conteúdo 10 de outubro de 2004

Gerenciamento de riscos e seguro são garantia contra roubos e acidentes

Dois dos maiores problemas enfrentados no transporte de cargas estão relacionados ao roubo e aos acidentes. Assim, o seguro e o gerenciamento de riscos são soluções a cada dia mais adotadas pelas empresas do setor.

Não há dúvida de que o maior problema hoje, com relação ao transporte de carga, é o roubo. Mas, conforme Cesar Augusto Caiafa, presidente da Sedron Logística de Segurança, do Grupo Pool Seguros, os acidentes também podem ser considerados problemas nesta área.

Assim também apontam Hamilton Corrêa e Giuseppe Calabro, consultores de gerenciamento de riscos e seguros de transportes da Porto Seguro. De acordo com eles, o roubo de caminhões e de cargas ocorre em razão da impunidade e com conseqüente expansão das quadrilhas organizadas. "Os acidentes rodoviários, em síntese, podem ser avaliados pelos seguintes fatores de riscos: motorista, idade da frota de veículos e conservação da malha rodoviária. "

Mais detalhista, Ailton Souza Alves de Souza, diretor da Rodobens Seguro de Transportes e Gerenciamento de Risco, diz que o problema do roubo de cargas vem a cada ano sofrendo elevações, apesar dos investimentos em tecnologia realizados pelos transportadores e pelos embarcadores, muitas vezes pressionados por exigências nos contratos de seguros de transportes que condicionam a cobertura do seguro à realização de um plano de gerenciamento de riscos.

Ele também destaca que, apesar do número de roubos de carga aumentar a cada ano, pesquisa do Setcesp – Sindicato das Empresas de Transportes de Carga de São Paulo e Região, que estabeleceu um paralelo entre as perdas contabilizadas no ano de 2002 com as registradas em 2003, constata que a média mensal de prejuízo do setor transportador no Estado de São Paulo ocasionada pelo roubo de cargas diminuiu 6,08%, o que constata a eficiência de medidas de gerenciamento de riscos nas cargas de maior valor agregado.

Como resolver
Indagado sobre como estes problemas podem ser resolvidos, Caiafa, da Sedron, destaca que o roubo requer uma série de fatores para atenuá-los – segundo o presidente, acabar com ele é esperar o paraíso.

"Quando falo em roubo, incluo tanto o delito de assalto a mão armada, como o desvio de carga, que nestas circunstâncias é uma ação mais similar ao furto, pois é o desaparecimento da carga causado por falsos caminhoneiros, ou até caminhoneiros profissionais, contudo com desvio de conduta. Bem, estes tipos de delitos podem ser minorados se adotadas algumas práticas. Partindo do princípio de que, na atualidade, as ações do Estado são lentas e muitas vezes ineficazes e até superadas quando adotadas, resta aos empresários, tanto embarcadores, quanto transportadores, buscar na iniciativa privada ferramentas para combatê-los. Assim há o que chamamos de medidas preventivas e combativas. O mais adequado e eficiente hoje é o conjunto ‘Gerenciamento de Risco-Seguro’. Assim, quando o gerenciamento de risco não conseguir evitar os delitos, o seguro ao menos efetuará a reposição da perda financeira."

No caso do acidente – ainda segundo o presidente da Sedron – o mesmo conjunto é aplicável, pois esperar pela recuperação das estradas, subsídios governamentais para agilizar o processo de renovação da frota, modernização das leis de trânsito, aumento do efetivo policial, etc., é esperar por prejuízos. "O gerenciamento de risco também é eficaz no combate ao acidente e no risco incontrolável o seguro desempenha seu papel com eficiência", destaca.

Corrêa e Calabro, da Porto Seguro, também consideram a resolução destes problemas uma questão bastante complexa e que envolve a autoridade pública, os empresários e toda a sociedade. "Com relação à iniciativa privada, podemos afirmar que um planejamento criterioso de gestão de riscos pode minimizar uma série de prejuízos."
Já de acordo com o diretor da Rodobens, a diminuição do roubo de carga está diretamente ligada aos altos investimentos que as empresas do setor têm feito em gerenciamento de risco e segurança, e no desenvolvimento de estratégias próprias voltadas ao combate do roubo de cargas, pois muitas vezes pequenos ajustes na logística e na criação de critérios operacionais fazem com que a incidência de roubo diminua naturalmente."

Gerenciamento de risco
Mas, o que é, propriamente, o gerenciamento de risco?
"Como o próprio nome diz, gerenciamento é o ato de administrar, no caso, os riscos. Administrar risco, é catalogá-los, prevê-los, analisá-los, determinar suas causas, efeitos, determinar maneiras de contê-los, maneiras de transferi-los, enfim todos os atos que concorrem para a redução e até eliminação de riscos suscetíveis a um determinado bem, uma determinada atividade, a pessoas ou a valores", explica Caiafa, da Sedron.

Já o diretor da Rodobens destaca que o gerenciamento de risco é uma sistemática operacional e tecnológica que visa a reduzir os riscos inerentes às operações de transportes, através de ações preventivas contra a ocorrência de sinistros e procedimentos eficazes para minimizar perdas quando da ocorrência de sinistros. "É um conjunto de estratégias que, entre outros benefícios logísticos, assegura maior garantia de cumprimento de prazos, maior controle da operação e redução dos custos operacionais", diz Souza.

Como realizar
Já enfocando o como realizar o gerenciamento de riscos, o presidente da Sedron faz sua análise se atendo apenas aos riscos inerentes ao transporte.
Segundo ele, em primeiro lugar é bom frisar que seguro é um item integrante das ferramentas utilizadas em gerenciamento de risco. "Aliás, eu digo é a ferramenta final na cadeia logística do gerenciamento de risco, pois é quando um gerente de risco conclui que todas as outras ferramentas já não possuem mais eficácia no combate a determinado risco e, assim, é necessário transferi-lo, e o seguro cumpre esta tarefa com perfeição."

Caiafa ensina que para se realizar o gerenciamento de risco no transporte é necessário avaliar primeiro as condições em que se realizam os embarques, assim como: veículos utilizados, mercadorias transportadas, motoristas e ajudantes contratados, trajetos a serem percorridos, valores envolvidos, forma de armazenagem, tempo de viagem, etc. "Simultaneamente, a gerenciadora já deve possuir um banco de dados com informações sobre incidência de roubos e desvios por mercadoria, por localidade, por valores, modus operandi das quadrilhas por região, condições das estradas, etc. No cruzamento de todas essas informações é que se apura quais os tipos de gerenciamento serão os mais adequados para aquele risco que se pretende reduzir ou eliminar. Aí se determina, em função do custo-benefício, a utilização de cadastro de averiguações de antecedentes das pessoas envolvidas no transporte, utilização do nível de escolta armada, utilização de sistema de comboio puro ou agregado a outras ferramentas, escoltas veladas, telemonitoramentos, seja de escoltas, seja coordenadas em comboio com os próprios caminhoneiros, rastreamento por sistema de satélite, sistemas de GPRS, sistemas de rádio, check-point agregado ou puro, monitoramentos em circuitos fechados, etc. Conclui-se o gerenciamento com a contratação de seguro adequado", diz o presidente da Sedron.

Os dois consultores da Porto Seguro acrescentam que, para o sucesso da gestão de riscos, o planejamento deverá ser realizado e executado com comprometimento do corpo diretivo das empresas, treinamento intensivo da base operacional e investimentos em tecnologias de ponta. "A gestão de riscos ou gerenciamento de riscos no Transporte Rodoviário de Carga – TRC deve ser estruturado com base em consultoria para avaliação do perfil do risco das operações, utilização de banco de dados com informações de motoristas, ajudantes e demais profissionais envolvidos, uso de tecnologias de rastreamento conforme a logística realizada, treinamento e conscientização permanente sobre direção defensiva e aspectos de segurança e avaliação permanente da dinâmica das operações de logística", explicam Corrêa e Calabro, da Porto Seguro.
"É preciso conhecer as particularidades da operação de transporte do cliente para encontrar diferenciais que permitam a implantação de um projeto de gerenciamento de riscos altamente eficiente. Na Rodobens é realizado um levantamento minucioso sobre as particularidades da atividade desenvolvida pelo futuro cliente para avaliar os riscos efetivos da operação, levando em consideração o histórico de ocorrências, principais mercadorias transportadas, plano de rotas, entre outros. A partir dessa análise é elaborado o projeto de gerenciamento de riscos. Em alguns casos, é necessário investir nesta implantação. O investimento feito pela empresa de transporte será amortizado ao longo do tempo, trazendo benefícios que garantem a melhoria da qualidade dos serviços de logística, além de proporcionar custos mais baixos no seguro de transporte", explica Souza, da Rodobens.

Na verdade, os projetos de gerenciamento de riscos de transporte de cargas têm como base um estudo completo das diversas movimentações de mercadorias, do fabricante ao ponto de venda. "Os embarcadores, em particular, estão cada vez mais cientes de que a indenização da seguradora não cobre o real prejuízo se o produto não chegar no momento certo, no local indicado e nas condições desejadas. Hoje, o mercado exige que não se conceda o mínimo espaço para o concorrente", diz Antonio Clemente, diretor de gerenciamento de riscos da Pamcary. "Os planos de gerenciamento de riscos também viabilizam o seguro do transporte de mercadorias a custos mais vantajosos, de acordo com os resultados alcançados", completa Darcio Centoducato, diretor da mesma área da Pamcary.
Para desenvolver projetos de gerenciamento de riscos para o transporte de cargas, a Pamcary primeiramente examina a idoneidade das pessoas envolvidas com a operação do cliente. Para isso, dispõe de um banco de dados com informações sobre mais de 1 milhão de motoristas de carga e dados correspondentes a 15 milhões de viagens realizadas nos últimos 4 anos. O mesmo banco de dados, conhecido como Telerisco, ainda possui informações sobre 150 mil veículos suspeitos e respectivos proprietários, além do histórico sobre 10 mil sinistros.

Depois de verificar a idoneidade do pessoal envolvido com o transporte das cargas, a Pamcary passa a verificar outros fatores, como a manipulação dos produtos, trajetos das viagens, tipos de veículos utilizados e outros. Em seguida, a empresa elabora um projeto minucioso, que inclui desde providências mais simples, como a manipulação correta da mercadoria durante o embarque, até as mais sofisticadas, que prevê, por exemplo, o rastreamento de veículos por meio de diferentes tecnologias, entre telefonia celular, rádio e satélite. Finalizado o projeto, a própria Pamcary realiza a sua implantação. Muitos dos instrumentos de gerenciamento de riscos são da própria empresa, como o rastreamento de veículos à distância e a consulta sistemática de informações sobre motoristas, veículos e respectivos proprietários. Atualmente, ela controla mais de 300 mil viagens interestaduais por mês.

Como escolher uma empresa
Sobre os fatores a serem considerados na hora de escolher uma empresa para cuidar da segurança de carga e transporte, Caiafa, da Sedron, diz que é fundamental que a gerenciadora e a corretora de seguros sejam especializadas no segmento de transporte, tenham uma boa carteira de clientes, tenham bons relacionamentos com as seguradoras, sejam adequadamente equipadas e, "um outro fator polêmico, mas que faço questão de destacar, é que normalmente as gerenciadoras pertencentes ao mesmo grupo de uma corretora de seguros costumam ter dois atrativos muito interessantes em relação às outras empresas: um é o custo de seu serviço, pois normalmente o objetivo é reduzir custos com gerenciamento para poder facilitar a contratação do seguro, então as gerenciadoras pertencentes a corretoras costumam apresentar preços extremamente competitivos, muitas vezes preços de custo, para habilitar a contratação do seguro. O outro fator é a eficiência, pois quando ocorrem perdas no transporte, a corretora de seguros indiretamente acaba pagando também, pois se o resultado de sua carteira de seguros for deficitário, a seguradora acaba por reduzir o índice de comissionamento da mesma, então não interessa a corretora ter sinistro, por isso ela acaba por exigir de sua gerenciadora mais eficiência para não perder a qualidade de sua remuneração junto à seguradora."

Por sua vez, Souza, da Rodobens prefere explicar se colocando como consumidor de uma maneira geral. "Que critérios adotamos em nosso dia-a-dia para efetivar a contratação de um prestador de serviço? Se vamos contratar um medico, não vamos avaliar apenas o custo, mas, sim, a sua experiência, o seu reconhecimento profissional, o seu histórico e também o hospital que o mesmo irá nos atender em caso de uma necessidade de cirurgia. No caso da contratação de uma gerenciadora de riscos não é diferente: devemos avaliar estes mesmos tópicos fazendo alguns pequenos ajustes, quem é a gerenciadora de riscos, ela tem experiência e estrutura suficiente para atender a sua necessidade, e o mercado segurador tem credibilidade em seu trabalho, e os seus clientes estão satisfeitos com o seu serviço, há quanto tempo está atuando neste segmento, quais são os seus projetos de desenvolvimento?"


Fatores a considerar na hora de escolher uma empresa para cuidar da segurança de carga e transporte
:

– Conhecimento da operação de transportes e seguros;
– Qualidade da consultoria e assessoria nos aspectos técnicos;
– Saúde financeira;
– Pessoal especializado para a implementação de projetos;
– Estrutura da central de monitoramento e pronta-resposta;
– Estatística sobre as ocorrências de sinistros de roubo e acidentes.
Fonte: Porto Seguro

Volvo
Enersys
Savoy
Retrak
postal