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Conteúdo 10 de março de 2005

Geraldo Vianna: lutando pelo transporte rodoviário junto com a NTC&Logística

Segundo o presidente da Associação, muito tem sido feito para melhorar as condições do transporte rodoviário de cargas no Brasil.

Geraldo Aguiar de Brito Vianna, presidente da NTC &Logística – Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística para o triênio de 2005 – 2007, é o entrevistado desta edição de LogWeb. Ele fala dos sérios problemas enfrentados pelo setor, e também das perspectivas para este ano, entre outros assuntos.

LogWeb: Quais os maiores problemas
do setor hoje, tirando as péssimas condições
das estradas?
Vianna: O primeiro é o institucional. Falta uma definição
legal do setor, e isto pode ser resolvido com a lei do disciplinamento,
que está pronta para ser votada no Congresso Nacional. Também
há o problema de renovação da frota nacional
e de formação de mão-de-obra. Este último
está para ser minimizado com as atuações previstas
pelo SEST/Senat – Serviço Social do Transporte/Serviço
Nacional de Aprendizagem do Transporte. As duas entidades têm,
hoje, estrutura respeitável, e deve colocá-las em
atividade para a formação de novos profissionais para
o setor. É fundamental entender que, como foi reafirmado
em 2004, o setor de transporte precisa que a economia cresça,
já que o crescimento econômico acaba gerando recursos
para superar todos estes problemas, ou seja, se a economia cresce,
o setor cresce junto. Dois a quatro anos de crescimento econômico
certamente vão solucionar os problemas do setor de transportes.

LogWeb: Quais as perspectivas para este ano, considerando,
inclusive, as promessas de investimento do governo?
Vianna: Duvido que 2005 possa repetir 2004. Se for igual,
está ótimo. Contamos com a possibilidade de o governo
animar a atividade econômica colocando recursos no mercado,
algo em torno de 6 bilhões só na área estradas,
como nos foi prometido pelo presidente Lula. Seriam necessários
quatro ou cinco anos para atender a todas as necessidades do setor.
Mas, se o governo fizer investimentos, vai ajudar a animar a economia.
Investimento em infra-estrutura é essencial para dar suporte ao crescimento e, além disto, a característica deste investimento é que gera muitos empregos, muito encomenda, tem efeito multiplicador na economia. Na década de 30, nos Estados Unidos, toda a economia americana estava no fundo do poço. Mas, o presidente Franklin Roosevelt montou um grande plano – o New Deal -, executando grandes obras públicas, como estradas, viadutos, saneamento básico, etc., o que reativou a economia do país e fomentou empregos. Realmente, o presidente Lula, tem nas mãos esta possibilidade, tem recursos para isso, e deve fazer uma boa negociação com o FMI no sentido de que estes investimentos não sejam considerados gastos para cálculo do superávit primário.
LogWeb: Quais os benefícios do RNTCR -Registro Nacional de Transportadores Rodoviários de Carga? O que ele efetivamente fará pelo setor?
Vianna: O RNTCR é fundamental para o setor de transporte, já que o mesmo é um grande desconhecido, há muita desinformação e, como não há estatísticas oficiais, inventam-se números.
O primeiro grande serviço do RNTCR é que ele vai definir o tamanho do setor, apontando as empresas, os autônomos, os tipos de frota, a idade da frota separada por operador, as diversas empresas especializadas e a presença em diversos estados. Em termos de planejamento do setor, ele é essencial – o registro do setor sempre foi uma grande demanda nossa. Pela primeira vez a pesquisa está dando certo, com o Estado admitindo a participação do setor – antes, o DNER queria fazer este trabalho sozinho.
LogWeb: Quais as ações da NTC&Logística para melhorar o setor de logística e transporte de carga?
Vianna: O NTC&Logística tem 41 anos de estrada, sempre preocupado em criar soluções melhores para o setor. Não podemos gerar demanda, mas podemos ajudar a eliminar obstáculos, e temos obtido muitas vitórias ao longo dos anos. Aliás, fomos a entidade que mais rapidamente reagiu à MP 232. Em 12 de janeiro de 2005, quanto todos estavam de férias, já estávamos fazendo uma reunião extraordinária do Conselho Superior da entidade para traçar a estratégia de luta para combater esta Medida Provisória.
LogWeb: Ainda é sério o problema das pequenas empresas de transporte que oferecem serviços como operadores logísticos mas não conseguem cumprir?

Vianna:
Não considero este problema sério, mas apenas uma pequena esperteza de algumas empresas que podiam enganar alguém lá atras, quando logística era pouco conhecida. Hoje, há mais conhecimento, e não basta colocar a palavra ‘logística’ no caminhão. É preciso agregar valor: algumas empresas fizeram isto e se deram bem, outras não. A logística não comporta, hoje, tanta mistificação.

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