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Conteúdo 27 de maio de 2004

Estudo do IBPT – Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário aponta a elevada carga tributária empresarial

Transcrevemos, a seguir, na íntegra, os resultados e os comentários do estudo sobre a carga tributária no setor produtivo. Intitulado “A Insuportável Carga Tributária Empresarial”, o estudo esteve sob a responsabilidade do IBPT – Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário e da ABDC – Associação Brasileira de Defesa do Contribuinte.

TRIBUTAÇÃO DAS EMPRESAS BRASILEIRAS

“A Tributação Brasileira está calcada principalmente na incidência sobre bens e serviços. E a maior parte desta tributação, além de outras, acaba recaindo sobre as operações das empresas.
Nos anos de 2002 e 2003 houve a seguinte arrecadação tributária incidente sobre os negócios e operações das pessoas jurídicas:

ANO: 2002
TRIBUTO ARRECADAÇÃO
EM R$ BILHÕES
% ARRECAD. % PIB

ICMS
COFINS
INSS PATRONAL
IRPJ
FGTS
IPI
CSLL
PIS
CPMF
ISS
CIDE
OUTROS TRIBUTOS
IMP.IMPORTAÇÃO
IOF

TOTAL

105,65
52,27
50,65
33,89
21,07
19,80
13,36
12,87
8,25
7,58
7,24
5,93
5,06
1,88

345,50

22,17%
10,97%
10,63%
7,11%
4,42%
4,15%
2,80%
2,70%
1,73%
1,59%
1,52%
1,26%
1,06%
0,39%

72,50%

8,08%
4,00%
3,87%
2,59%
1,61%
1,51%
1,02%
0,98%
0,63%
0,58%
0,55%
0,48%
0,39%
0,14%

26,43%

ANO: 2002
TRIBUTO ARRECADAÇÃO
EM R$ BILHÕES
% ARRECAD. % PIB

ICMS
COFINS
INSS PATRONAL
IRPJ
FGTS
IPI
CSLL
PIS
CPMF
ISS
CIDE
OUTROS TRIBUTOS
IMP.IMPORTAÇÃO
IOF

TOTAL

119,21
59,56
57,25
33,83
23,28
19,67
16,75
17,34
7,54
8,72
7,50
6,18
5,77
1,94

384,54

21,79%
10,89%
10,47%
6,18%
4,26%
3,60%
3,06%
3,17%
1,38%
1,59%
1,37%
1,14%
1,05%
0,35%

70,30%

7,87%
3,93%
3,78%
2,23%
1,54%
1,30%
1,11%
1,14%
0,50%
0,58%
0,50%
0,39%
0,38%
0,13%

25,38%

Ou seja, cerca de 72,5% (2002) e 70,30% (2003) do total arrecadado, ou R$ 345,50 bilhões (2002) e R$ 384,54 (2003), correspondentes a 26,43% (2002) e 25,38% (2003) do PIB brasileiro, foram recolhidos pelas empresas. Cumpre ressaltar que grande parte desta tributação é repassada no preço final dos bens e serviços consumidos no país.

Esta tributação corresponde, em média, a 33,24% do faturamento das empresas brasileiras. Partindo desta base (faturamento) identificamos que o peso maior corresponde, na ordem: ICMS, COFINS, INSS PATRONAL, IRPJ, FGTS, IPI, CSLL, e PIS.
O ICMS é o tributo que tem a maior arrecadação individual, em 2003 representando 21,79% do total arrecadado ou 7,87% do PIB. A sua arrecadação está assim distribuída:

ICMS – PARTICIPAÇÃO RELATIVA POR SETOR

A) SETOR PRIMÁRIO
B) SETOR SECUNDÁRIO
C) SETOR TERCIÁRIO
C.1) SERV. COMUNICAÇÕES
C.2) COMÉRCIO ATACADISTA
C.3) COMÉRCIO VAREJISTA
D) ENERGIA ELÉTRICA
E) PETRÓLEO, COMBUSTÍVEIS E LUBRIFICANTES
F) SERVIÇOS DE TRANSPORTES
G) OUTRAS ATIVIDADES SETOR TERCIÁRIO
TOTAL

 

12,34%
11,28%
9,40%

R$ 119,21 BILHÕES

 

1,29%
28,66%
36,89%

10,16%
19,74%
1,43%
1,83%
100%

Sendo os tributos parte relevante da somatória dos custos e despesas empresariais (cerca de 47,58% do total), quanto maior a sua incidência menor é o lucro da atividade. Saliente-se que os lucros somente são tributados na pessoa jurídica e a sua distribuição é isenta de qualquer tributo.

Diante destes dados, têm-se as seguintes conclusões:
– As empresas contribuintes do ICMS são bem menos lucrativas que aquelas sujeitas ao ISS;
– A COFINS incide indistintamente sobre o faturamento das empresas, independentemente do seu ramo;
– O custo do INSS e do FGTS representa em média 6,96% do faturamento das empresas. Assim, quanto maior o número de funcionários, maior o custo destas contribuições;
– O IRPJ e a Contribuição Social sobre o Lucro, os quais incidem sobre o resultado positivo (lucro) do período, representam em média 4,37% do faturamento;
– A incidência do IPI está restrita às indústrias, às importadoras e à parte do comércio atacadista;

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