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Conteúdo 10 de março de 2004

Empilhadeiras x Estruturas

Como fazer esta “dobradinha” funcionar?

Segundo os especialistas, o fato destes equipamentos não atuarem de forma integrada pode ocasionar inúmeras perdas para a empresa, e inclusive levá-la à extinção.

Seja nos armazéns, depósitos ou grandes centros de distribuição, o uso de estruturas de armazenagem e empilhadeiras constitui-se no meio apropriado de obter produtividade, segurança e qualidade nas operações. Mas, nem sempre a “dobradinha” empilhadeira e estruturas funciona, seja por incompatibilidade entre elas, seja pelo mau dimensionamento das instalações.
Alguns especialistas da área de empilhadeiras, estruturas de armazenagem e de consultoria debatem este assunto, nesta matéria especial de LogWeb.

O que considerar
No que se refere ao o que considerar quando da instalação de estruturas, em função da empilhadeira a ser usada, André Barbosa da Silva, gerente de distribuição de peças da NMHG Brasil (empilhadeiras Hyster e Yale), relaciona peso e dimensão da carga, manobrabilidade da empilhadeira, altura de elevação e capacidade da máquina.
A estes itens Fernando Nadosdi, supervisor de aplicação e vendas da Linde Material Handling do Brasil, acrescenta outros. Por exemplo, o corredor operacional é um item importante a se considerar, pois o equipamento deverá retirar e colocar a carga na estrutura de maneira rápida e segura. Outro item é a altura máxima da estanteria, que deve ser projetada de modo que exista equipamento de manuseio de materiais capaz de retirar a carga naquela elevação, e que a altura da carga manuseada nesta altura não interfira com linhas de iluminação ou com a estrutura do telhado do galpão disponível. “O vão livre para ventilação entre a altura da carga e a do pé direito máximo é em torno de 1,50 m”, diz Nadosdi. Ainda de acordo com ele, o principal objetivo da instalação de uma estrutura é aumentar a capacidade de armazenagem sem aumentar a área do galpão. Isto só é possível aumentando a altura das estruturas e a profundidade das estruturas com sistema drive-in e reduzindo a largura dos corredores entre as estruturas.
“Tanto a estrutura quanto a empilhadeira são elementos de um mesmo sistema de armazenagem e movimentação de materiais, não podendo, assim, ser definidos isoladamente e, muito menos, sem atentar para as características e peculiaridades da carga a ser armazenada, sob pena de se tornarem ‘elefantes brancos’, gerando desperdício de recursos ou deficiências operacionais crônicas. Poderíamos, pois, dizer que não se instala estrutura em função da empilhadeira, ou empilhadeira em função da estrutura, mas um conjunto estrutura e empilhadeira em função da carga (a não ser quando se fala de um aumento de instalações existentes ou substituição parcial das mesmas). Genericamente, poderíamos definir esse processo de seleção como uma análise de aspectos estáticos e dinâmicos do problema de movimentação e armazenagem que a empresa precisa resolver para obter uma correlação ótima de produtividade, desempenho operacional e custo.” A explicação é de Celso Bohrer Teixeira, consultor independente que presta serviços para a Still do Brasil.
Falando pelo lado dos fabricantes de estruturas de estocagem, Marcio Frugiuele, diretor da Fiel Móveis e Equipamentos Industriais, destaca que os aspectos dimensionais são os mais importantes. “O conhecimento prévio da empilhadeira a ser utilizada permite ao projetista da estrutura determinar as folgas, os corredores de operação, a altura máxima da estrutura e até mesmo o tipo de estrutura a ser utilizada”, destaca.
Considerar o corredor necessário entre paletes ou estantes. Em função do corredor, estudar o melhor layout para o melhor aproveitamento do espaço, tanto na horizontal quanto na vertical. Isto é o que ensinam os engenheiros Nelson P. Bizerra e Marcelo Kairalla, ambos da Metalúrgica Central – Divisão AçoLog.
Ainda de acordo com eles, também é preciso estudar como a empilhadeira opera e como faz a aproximação das estruturas, para definir as operações e proteções das estruturas, por exemplo, guard-rail, protetores de colunas e comprimento dos garfos. Eduardo Strefezza, diretor comercial da Agra Indústria e Comércio, também enfoca aspectos como a altura de elevação, a capacidade de carga e o giro da empilhadeira, ou seja, o espaço que a empilhadeira necessita para as manobras.
“Devemos considerar que as estruturas são projetadas através de dados técnicos que colhemos das empilhadeiras, como elevação do garfo, raio de giro, capacidade de carga na elevação e tipo (GLP ou elétrica)”, acrescenta Luis Eduardo Neves, projetista de estruturas e logística da Longa Industrial.
Por sua vez, Iván Poblet Menéndez, diretor comercial da Esmena do Brasil, enfatiza que selecionar estruturas e empilhadeiras separadamente é um erro muito comum. “Igualmente comum é a construção de armazéns antes que se tenha realizado estudos referentes à estrutura e à empilhadeira adequados ao projeto. Tais erros ocasionam surpresas desagradáveis, como a existência de colunas em local que deveria ser destinado a corredores ou a armazéns com alturas que impedem a utilização da empilhadeira ideal.”
Segundo ele, todos os projetos logísticos requerem um estudo prévio das necessidades existentes, como número de referencias atuais/futuras, dimensões da carga, movimentações de entrada/saída, sistema de trabalho com o produto (fluxos), aproveitamento de equipamentos já existentes, espaço disponível e investimento previsto, entre outros.
“Com estes dados é possível desenvolver diversas soluções. Normalmente, se determina primeiramente a empilhadeira a ser utilizada, seguida da estrutura e, finalmente, o local necessário (em caso de um armazém novo)”, completa o diretor da Esmena.

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