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Conteúdo 8 de agosto de 2006

EM CRESCIMENTO, MAS AINDA PRATICADA POR POUCOS OPERADORES LOGÍSTICOS

Paulatinamente, a logística reversa vem sendo praticada no Brasil. Mas, ela exige especialização dos operadores logísticos, já que precisa merecer uma atenção igual ou até maior do que o processo de logística, segundo reconhece um especialista do setor.

Seja em nome da preservação do meio ambiente e do “ecologicamente correto”, seja visando a troca de produtos em garantia ou para atender a processos nos quais os produtos precisam ir de um centro de reparos e depois voltar ao cliente, a logística reversa ganha, a cada dia, mais importância no cotidiano das empresas dos mais diversos segmentos.
Mas, todas as empresas que operam com a logística têm potencial para trabalhar com a logística reversa? Quais os diferenciais que um operador logístico deve ter para operar com logística reversa?
“Ele deve ter uma estrutura qualificada para fazer a inspeção de recebimento”, afirma Nivaldo Tuba, diretor operacional da Columbia (Fone: 11 3305.9811).
Andréa Fracassi Costa, gerente de soluções ao cliente da DHL Express Brasil (Fone: 11 3618.3200), cita que estes diferenciais incluem controle da operação de ida e volta e informação estruturada e disponível. “Além de qualidade na execução da coleta e atenção do ‘courier’ durante o processo”, completa.
Já segundo Luiz Alberto Moreira Silva, consultor de novos negócios do Grupo Luft (Fone: 11 4772.4209), os diferenciais principais relacionam-se ao pré-estudo das características do processo e ao desenvolvimento do conhecimento interno, treinamento e formação de estrutura.
“Gestão da informação e capilaridade para coletas.” Estes são, de acordo com Paulo Augusto Sarti, diretor de vendas para a América do Sul da Penske (Fone: 11 3179.0624), os diferenciais que um operador logístico deve ter para operar com logística reversa.
Por fim, com relação a este assunto, Wagner Brito, managing director da UPS Supply Chain Solutions (Fone: 11 3123.9440), considera que, atualmente, uma ferramenta é fundamental para qualquer operador logístico: um excelente sistema que contemple as particularidades do Brasil, principalmente no que se refere à legislação fiscal.

PROBLEMAS
Embora em ascensão no dia-a-dia das empresas, a logística reversa enfrenta uma série de problemas.
Por exemplo, Tuba, da Columbia, aponta dois. O primeiro refere-se ao fato de o detentor do processo (o cliente do operador) não entender que a logística é reversa e que ela merece uma atenção igual ou até mesmo maior que o processo de logística. O segundo é a falta de entendimento do conceito real de logística reversa por parte do mercado – segundo o diretor operacional da Columbia, a logística reversa não é um erro de entrega, mas um processo logístico complexo e tão elaborado quanto outros.
Quanto às soluções para estes problemas, Tuba lembra que o desenvolvimento do processo de logística reversa teve início, no Brasil, pela força de órgãos ambientais em obrigar algumas indústrias a desfazerem-se formalmente dos seus resíduos. “Dentro deste contexto, uma solução seria o operador logístico mostrar para seu o cliente, com o desenho correto da operação, a importância da logística reversa na operação completa, valorizando todo este processo”, avalia.
Por sua vez, Costa, da DHL Express Brasil, considera que os maiores problemas incluem o controle da ida e volta dos produtos, o treinamento do pessoal envolvido para que todas as regras sejam seguidas no momento da coleta, o cumprimento de horários e dos compromissos quando se trata de consumidor final e o trabalho em áreas remotas do Brasil onde não existe estrutura de tecnologia ou parceiros capacitados para a execução de um serviço de qualidade.
Na opinião do gerente de soluções ao cliente da DHL Express Brasil, as soluções, nestes casos, abrangem investimento em tecnologia (wireless e software de controle), treinamento interno e dos parceiros envolvidos, busca de parceiros de qualidade para as áreas mais remotas do país, envolvimento do cliente para que todo o planejamento do processo de logística reversa seja trabalhado em conjunto, um processo bem definido desde a sua criação e encarar cada cliente de logística reversa como um novo projeto dentro da área operacional.
Para Silva, do Grupo Luft, os maiores problemas neste segmento da logística relacionam-se à falta de informações e experiências nesse tipo de logística. “A logística reversa é um processo com poucas operações já desenvolvidas e com características muito específicas de cada segmento de mercado. Além disso, as dimensões continentais do Brasil fazem com que as operações tenham que ser adaptadas em regiões segmentadas. Deste modo, as soluções passam por um pré-estudo feito com bastante profundidade e por uma estrutura treinada, flexível e capacitada a enfrentar situações não previstas”, avalia o consultor de novos negócios.
Estabelecer janelas de coletas e certificar-se de que o material está acompanhado do documento fiscal exigido para transporte são os maiores desafios enfrentados pela Penske nesta operação. “Ser preciso e pró-ativo quando do agendamento da coleta, além da adoção de um eficiente sistema de rastreamento minimizam a maioria das dificuldades enfrentadas neste tipo de operação”, considera Sartir.
Brito, da UPS Supply Chain Solutions, crê que os maiores desafios são a questão fiscal para a recuperação das peças defeituosas, que possui regras específicas para cada Estado, e, também, sistemas que possibilitem uma completa visibilidade.

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