Edital da Transpetro causa polêmica no mercado petrolífero

A Transpetro, subsidiária da Petrobras, publicou na última
semana o edital para a construção de 42 navios petroleiros
no país, com investimento previsto de US$ 1,9 bilhão.

Inicialmente, serão contratadas 22 embarcações,
orçadas em US$ 1,1 bilhão, encomendas que deverão
gerar 20 mil empregos no país.
As empresas terão de comprovar sua capacidade financeira
e técnica. Um dos pontos polêmicos do edital, que já
está esquentando a briga entre o governo do Estado do Rio
e a Petrobras, é a permissão para que empresas sem
estaleiros constituídos participem da disputa.
Segundo o secretário de Energia, Indústria Naval e
Petróleo do Rio, Wagner Victer, há risco de as empresas
serem pré-qualificadas e não realizarem a obra como
prometido.
Por sua vez, o presidente da Transpetro, Sergio Machado, descarta
essa possibilidade e lembra que os recursos para as obras serão
liberados gradualmente, à medida que as empresas honrarem
os compromissos. Machado também explicou que os grupos sem
estaleiros constituídos sairão em desvantagem competitiva,
pois alcançarão, no máximo, 70% da pontuação
total na concorrência.
Estão pendentes as regras para obtenção do
seguro-garantia, para que os estaleiros possam pleitear empréstimos
para as obras junto ao BNDES, que financiará até 90%
do valor dos projetos, com prazo de 20 anos e taxa de 4% anuais.
Por trás do problema está a saúde financeira
dos estaleiros, muitos ainda endividados.