Concessionárias de malha ferroviária vão investir R$ 2,1 bilhões no Brasil

As concessionárias privadas dos 28,5 quilômetros de malha
ferroviária do país vão investir, este ano, R$
2,1 bilhões em melhorias de vias permanentes (trilhos) e compra
de locomotivas e vagões, segundo o diretor-executivo da Associação
Nacional dos Transportadores Ferroviários – ANTF, Rodrigo Vilaça.

De acordo com o diretor da ANTF, a entidade entregou ao governo federal
dois estudos bastante claros sobre os "gargalos" que impedem
um maior crescimento do setor de ferrovias de carga pesada, no momento
em que ultrapassou a barreira dos 360 milhões de toneladas
úteis transportada por quilômetro. No documento, os representantes
do setor apontam os principais problemas: invasão de domínio,
problemas de passagem de nível e entraves na regulamentação
do setor. "Nós temos 824 focos de problemas de comunidades
que vivem às margens das ferrovias, o que se traduz em 200
mil famílias que, às vezes, têm que esperar o
trem passar para abrir a porta de casa", afirma Vilaça.

Ainda segundo ele, outro problema que exige um acompanhamento governamental
são as 11 mil passagens de nível, das quais mil está
em situação crítica e impede a produtividade
do transporte de carga no país.
O diretor executivo da ANTF também cobra a parte do governo
federal no esforço de ressuscitar a malha ferroviária.
Segundo ele, há uma clara necessidade de reforço financeiro
no plano orçamentário, para ajudar na reconstituição
da malha ferroviária, o que terá reflexos na redução
dos custos logísticos. De 2005 a 2008, a iniciativa privada
vai investir R$ 7,1 bilhões. "Só este ano, nós
vamos investir mais (R$ 2,1 bilhões) do que o governo federal
em rodovias (R$ 1,9 bilhão)", reforça Vilaça.

Já o governo tem previsto orçamento de R$ 106 milhões,
dos quais R$ 54 milhões relativos a dívidas anteriores.
"Nós estamos sensibilizando o governo para investir R$
4,2 bilhões nos próximos quatros anos. De nossa parte,
garantimos o crescimento de 8% no nível de emprego (o setor
gera 30 mil postos de trabalho) e aumento entre 9% e 11% na produtividade".