Parceria com a iniciativa privada é o início da solução
Os gargalos na infraestrutura brasileira são um problema antigo, há tempos abordado por especialistas e profissionais do setor de transportes e logística. Seus efeitos, no entanto, estavam maquiados pela estagnação da economia. Com a aceleração do crescimento econômico nos últimos anos, a situação se agravou e ficou evidente para a sociedade. Como um bom exemplo, podemos citar o caos aéreo no país.
Diante desse cenário, o Governo se viu obrigado a dar mais atenção a infraestrutura. A reação oficial, apesar de ainda tímida, começa a oferecer resultados interessantes. O principal fator positivo é que o setor público parece ter se convencido da necessidade de promover uma parceria com a iniciativa privada para recuperar os modais do país.
Já é possível perceber uma discussão muito saudável em torno da participação de capital privado na Infraero, por exemplo, tema até pouco tempo atrás tratado como tabu. O projeto inicial prevê a abertura do capital da Infraero por meio de um IPO. O governo brasileiro decidirá nos próximos meses se vai realmente permitir os investimentos privados na empresa. Essa providência vai modernizar o órgão, injetar investimentos nos aeroportos, implantar técnicas de gestão mais modernas e incentivar a concorrência no setor aéreo.
Além da movimentação de passageiros, que quando falha afeta diretamente a população e chama a atenção da imprensa, os aeroportos devem ser vistos como importantes locais para o embarque e desembarque de cargas. Quando se tornarem eficientes serão mais uma alternativa logística viável para as empresas. A bordo de aviões, esse transporte pode ser tornar mais barato e efetivo, além de desafogar outros modais, como as rodovias e os portos.
A recuperação da infraestrutura brasileira, além de investimentos e capacitação técnica, exige inteligência e bom senso. Incentivar a parceria com a iniciativa privada é uma mudança de conceito muito mais importante do que bilhões de reais investidos de maneira pouco eficiente e que vai onerar setores públicos mais prioritários. Ao indicar para a união de esforços, o Governo demonstra que finalmente passou a encarar o assunto com seriedade e que é possível passar a acreditar em uma solução.